As negocia��es para a renova��o de contrato de fornecimento de nafta da Petrobr�s para a petroqu�mica Braskem est�o emperradas. A estatal prop�s incluir no novo acordo, que entra em vigor no ano que vem, um custo adicional referente � importa��o desse insumo, segundo apurou o Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado.
Estima-se que esse adicional poderia ser de aproximadamente 5% em rela��o aos valores praticados no contrato atual, v�lido de 2009 a 2014, o suficiente para eliminar a margem de lucro de parte da cadeia qu�mica que atua no Pa�s. A nafta � o principal insumo utilizado pela cadeia petroqu�mica nacional, uma vez que a oferta de g�s natural no Pa�s ainda � escassa ao setor.
Diversos pontos desse novo contrato, que deve somar mais de US$ 6 bilh�es por ano, j� foram equacionados entre as equipes de negocia��o das duas empresas. Mas a principal barreira, neste momento, est� justamente nesse custo adicional que a Petrobr�s pretende impor � Braskem, um �nus que pode chegar � casa das centenas de milh�es de d�lares.
O contrato firmado entre Petrobr�s e Braskem em 2009 previa que a estatal fornecesse 7 milh�es de toneladas por ano de nafta para a petroqu�mica. O volume representa cerca de 70% da demanda anual da Braskem, de 10 milh�es de toneladas.
O Broadcast apurou que o impasse entre as partes teve origem na decis�o tomada h� quase dois anos pela estatal, ao adotar uma nova solu��o log�stica para atender a petroqu�mica. O modelo proposto foi viabilizado a partir da importa��o. A medida, al�m de trazer ganhos log�sticos, tamb�m permitia � Petrobr�s adequar suas opera��es a um cen�rio de crescente expans�o do consumo dom�stico de gasolina, que depende fortemente desse insumo para a sua produ��o.
Ao inv�s de dispor nafta de suas refinarias, a estatal passou a importar o insumo. Parte da nafta nacional, que anteriormente era vendida � Braskem, por sua vez, passou a ser utilizada na composi��o da gasolina.
A mudan�a, aceita pela Braskem �quela �poca - que tem entre seus controladores a pr�pria Petrobr�s -, ganhou nova conota��o agora com o in�cio das conversas para a renova��o do contrato. Procurada, Petrobr�s n�o comenta o assunto. Em comunicado enviado ao Broadcast, a Braskem confirma que est� em conversas com a Petrobr�s para a renova��o do contrato de nafta e confia na evolu��o positiva dessa negocia��o, em benef�cio de toda a cadeia qu�mica.
A estatal importa a nafta a pre�os internacionais, mas adota uma f�rmula para negociar o insumo no mercado interno, que n�o � divulgada. “A Petrobr�s passou a falar que estava importando nafta para atender a Braskem. E, agora, a empresa quer repassar uma conta que tem origem na pol�tica do governo para a gasolina” diz uma fonte a par das negocia��es que pediu para n�o ser identificada.
Demanda
A Petrobr�s destinou um volume maior de nafta para a gasolina, que registrou forte aumento de demanda nos �ltimos anos. J� a demanda por nafta no Pa�s para uso petroqu�mico ficou praticamente est�vel j� que a �ltima central petroqu�mica abastecida por nafta a ter sua capacidade ampliada foi a antiga Copesul, em 1999.
“Ter�amos um esmagamento da margem do setor e quando isso acontece n�o h� atra��o de investimentos”, disse ontem (6) Marcos De Marchi, presidente da Elekeiroz, que pertence ao grupo Ita�sa, e vice-presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria Qu�mica (Abiquim), Marcos De Marchi.
A dificuldade enfrentada pela ind�stria qu�mica, que deve fechar este ano com d�ficit comercial de US$ 32,2 bilh�es, � fundamentada na estrutural falta de competitividade das fabricantes nacionais em alguns segmentos e do efeito provocado pela explora��o do shale gas (g�s de xisto) nos Estados Unidos.