Poupan�a lidera destino de parcela do 13�

Escaldado do consumo excessivo dos �ltimos anos que levou � escalada da inadimpl�ncia, o brasileiro est� mais cauteloso neste fim de ano. Pela primeira vez o principal destino da segunda parcela do 13.º sal�rio neste ano ser� a poupan�a, revela pesquisa da Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP) em parceria com o Instituto Ipsos.

A enquete ouviu mil pessoas em 70 cidades entre 19 de novembro e 1.º de dezembro, e revela que 32,6% dos entrevistados pretendem poupar esse dinheiro, enquanto 30,4% planejam comprar presentes.

Desde 2009, quando a pesquisa come�ou a ser realizada pela associa��o, � a primeira vez que a caderneta de poupan�a � o principal destino da segunda parcela do 13.º sal�rio.

Em anos anteriores, o gasto com presentes liderou o ranking do destino da segunda parcela do 13.º. Em alguns anos, como em 2010 e 2012, o gasto com presentes dividiu o p�dio com o pagamento de d�vidas.

"Esse resultado nos surpreendeu", diz o economista da associa��o Em�lio Alfieri. Ele diz que h� muitas incertezas em rela��o � economia em 2014, e isso pode ter afetado a confian�a do consumidor e ampliado a cautela. "Se essa inten��o se confirmar, a caderneta de poupan�a poder� bater novo recorde de capta��o. Em novembro, isso j� ocorreu."

Se o resultado da inten��o de gasto da segunda parcela do 13.º sal�rio for combinado com a pesquisa do destino da primeira parcela, sobrar�o poucos recursos para consumo neste fim de ano, reafirmando as proje��es de v�rias entidades ligadas ao com�rcio varejista de que este ser� um Natal moderado.

Na enquete feita na �ltima semana de outubro, tamb�m pela ACSP em parceria com o Instituto Ipsos, 24,5% dos entrevistados indicaram que o principal uso da primeira parcela do 13.º sal�rio seria o pagamento de d�vidas, seguido pela poupan�a (20 4%) e pelas compras de presentes (18,4%).

No caso da primeira pesquisa, Alfieri diz que o resultado reflete o movimento de antecipa��o de renegocia��o de d�vidas, iniciado no primeiro semestre, para que a segunda parcela fosse destinada ao consumo. Mas n�o foi isso que a pesquisa mostrou em rela��o ao uso da segunda parcela do 13.º.

Apesar de a cautela do consumidor representar um breque no consumo no melhor per�odo de vendas para o varejo, Alfieri v� um lado bom nesse resultado. Com esse "colch�o" de recursos poupados, o cen�rio para o varejo em 2014 poder� ser mais positivo e com menor risco de calote nas vendas a prazo. "Se o consumidor tiver o equivalente a uma ou duas presta��es guardadas, o risco de inadimpl�ncia diminui", diz o economista da associa��o.