
A Vale anunciou pelo terceiro ano consecutivo a redu��o do seu or�amento para investimentos. Como v�o ficam os projetos em Minas Gerais?
Os nossos resultados e as nossas proje��es continuam trazendo Minas Gerais como um alvo muito importante dos neg�cios da companhia. Al�m da liga��o hist�rica da Vale com o estado, Minas representa um atrativo ainda bastante alto no que se refere �s reservas minerais e a toda a log�stica aqui implantada. Todas as nossas usinas passam hoje por transforma��es e processos de moderniza��o tecnol�gica para fazer frente �s mudan�as gradativas e, inclusive, esperadas pelo setor, que envolvem a redu��o dos teores de ferro das nossas jazidas. Essa � tamb�m uma realidade em Caraj�s (PA), por�m no Par� as reservas t�m teores maiores e melhores, atualmente, que permitem um padr�o est�vel de alta qualidade do min�rio em decorr�ncia da forma��o geol�gica daquela regi�o.
A produ��o em Itabira continuar�, ent�o, demando mais investimentos?
Em termos de min�rio de ferro, sim, porque estamos em Itabira desde 1942, enquanto a explora��o come�ou em Caraj�s em 1985. �s vezes eu repito que com a tecnologia, se � verdade que o min�rio n�o d� mais de uma safra, pelo menos alongamos ao m�ximo a exaust�o das jazidas. � isso o que est� sendo feito. Estamos em Itabira h� 71 anos, com alta escala de produ��o e uma longevidade invej�vel. E vamos prolongar mais a vida das reservas com os investimentos que ser�o realizados. As despesas s�o maiores porque h� necessidade de eliminar as impurezas (basicamente s�lica e argilas) do min�rio de ferro mais pobre. Precisamos de usinas mais robustas, com unidades de moagem, concentra��o e bombeamento, que encarecem os projetos.
Qual � o or�amento para esses projetos em Minas Gerais?
O que chamados de Projeto Itabiritos come�ou em 2010 e compreende as usinas de Itabira Concei��o 1 e 2 e Cau�, al�m de Vargem Grande, em Nova Lima, todas elas focadas na extra��o de min�rio com teores mais baixos. Vamos sair da m�dia de 40% de teor de ferro para 68%. S� no ano que vem, US$ 1,067 bilh�o ser� investido nessa renova��o tecnol�gica nos quatro projetos. Eles v�o absorver US$ 5,7 bilh�es at� 2015, or�amento que come�ou a ser desembolsado pela Vale em 2010. Estamos trabalhando tamb�m no projeto de uma nova usina em Mariana (ainda n�o submetido ao Conselho de Administra��o da Vale) com capacidade de processar 24 milh�es de toneladas por ano, para sustentar a produ��o da regi�o. Uma outra iniciativa s�o os estudos para prolongarmos a vida �til da reserva de Gongo Soco, mina secular em Bar�o de Cocais. Eles ser�o conclu�dos em 2014.
Como o megaprojeto S11D na Serra Sul de Caraj�s, or�ado em US$ 19 bilh�es, altera a participa��o do Par� e de Minas na produ��o total da companhia?
No ano que vem a Vale vai produzir 321 milh�es de toneladas de min�rio de ferro e Minas Gerais manter� o fornecimento de 63% a 65% disso. O importante � que n�o estamos parados no estado. Trabalhamos no projeto Apolo, na Serra do Gandarella, na Regi�o Central de Minas, e estamos aguardando a defini��o sobre os limites do parque florestal que ser� criado na regi�o. Continuamos investindo em pesquisas geol�gicas no Quadril�terro Ferr�fero e nas �reas onde a Vale j� atua para que a companhia tenha conhecimento pleno delas. Todo esse aporte tem como fim assegurar a continuidade do min�rio premium que produzimos aqui. Os recursos que a companhia investiu no estado em projetos e custeio somaram US$ 35 bilh�es de 2010 ao terceiro trimestre deste ano. � um n�mero expressivo. N�o � para provocar ci�mes em outros estados, mas as nossas �reas de pesquisa e desenvolvimento tamb�m est�o aqui (a Vale mant�m em Minas os centros de desenvolvimento mineral e de tecnologia de ferrosos, esse �ltimo refer�ncia mundial da mineradora).