Ap�s dois anos de retra��o, a ind�stria capixaba deve voltar a crescer em 2014. O ritmo dessa recupera��o, contudo, pode ser afetado pelas chuvas que t�m atingido o Estado nos �ltimos dias. Prejudicada principalmente pela interdi��o de estradas, a ind�stria do Esp�rito Santo se prepara para iniciar o novo ano em meio � contabiliza��o do tamanho do preju�zo provocado em diversos polos produtivos, casos das regi�es de Serra, Vila Velha, Cachoeiro de Itapemirim e Colatina.
"Esta � a pior enchente que tivemos desde 1979. Foi tudo t�o r�pido que n�o houve tempo para gerenciar a situa��o. Faremos um levantamento em janeiro, mas j� sabemos que a chuva afetou os principais polos industriais do Estado", destaca o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado do Esp�rito Santo (Findes), Marcos Guerra.
Os preju�zos provocados pelas chuvas e pela interdi��o parcial ou integral de diferentes trechos das rodovias BR-101, que liga o Esp�rito Santo � Bahia, e BR-262, entre o Esp�rito Santo e Minas Gerais, podem limitar a proje��o positiva da ind�stria capixaba para 2014.
A situa��o da ind�stria do Esp�rito Santo, onde est�o localizadas empresas como as mineradoras Vale e Samarco, a sider�rgica ArcelorMittal, a Garoto e a Fibria, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, poderia ser ainda pior n�o fosse a parada de final de ano de setores importantes como a ind�stria de rochas ornamentais.
"N�o estamos com problemas de fornecimento de mat�ria-prima porque o setor est� praticamente todo parado desde o dia 19. Nosso maior problema seriam as estradas. Mas esperamos que a situa��o j� esteja normalizada at� meados de janeiro", destaca o presidente do Sindicato da Ind�stria de Rochas Ornamentais, Cal e Calc�rios do Esp�rito Santo (Sindirochas), Samuel Mendon�a.
Todavia, na eventualidade de a chuva n�o cessar nos pr�ximos dias e o tr�fego nas rodovias n�o for regularizado, assim como nas estradas de terra de acesso �s jazidas, a produ��o de rochas ornamentais pode ser prejudicada. Afinal, a mat�ria-prima para a produ��o de pe�as em m�rmore e granito � proveniente de jazidas no norte do Esp�rito Santo, uma das �reas mais afetadas pelas chuvas nos �ltimos dias.
Minas Gerais e o sul da Bahia poderiam abastecer a ind�stria de rochas ornamentais do Esp�rito Santo, o maior polo do setor no Pa�s, mas as duas regi�es tamb�m foram afetadas pela incid�ncia da �gua. "Se n�o tivermos mat�ria-prima, quem estiver estocado poder� produzir, mas certamente haver� uma redu��o no ritmo das atividades", complementa Mendon�a. As chuvas que atingiram principalmente o Esp�rito Santo tamb�m causaram estragos no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Infraestrutura
Para Marcos Guerra, a atual situa��o enfrentada pela ind�stria capixaba reflete a falta de aten��o federal dada ao Esp�rito Santo. "O Estado tem recebido pouco investimento. A BR-101 no Esp�rito Santo � um caos. H� muitos trechos baixos e esta n�o � a primeira vez que a rodovia � fechada por conta das chuvas. A BR-262 tamb�m precisa de investimentos, assim como o aeroporto e os portos", destaca o presidente do Findes.
Essa situa��o adversa chama ainda mais aten��o diante daquele que pode ser o primeiro crescimento da ind�stria capixaba desde 2011. Naquele ano, a produ��o f�sica local cresceu 6,8%, ap�s uma alta de 22,3% em 2010.
Como mais de 50% da produ��o da ind�stria do Esp�rito Santo � voltada ao mercado internacional, o desempenho acompanha a situa��o da economia global. Os anos de 2010 e 2011 apresentaram resultados fortes em fun��o dos fracos anos de 2008 e 2009, em meio � crise econ�mica mundial. J� os anos de 2012 e 2013 refletiram as incertezas na economia mundial, principalmente na Europa, e a situa��o de demanda mais moderada por algumas commodities.
Para 2014, a proje��o � favor�vel em fun��o de um cen�rio mais positivo nos Estados Unidos e na Europa, assim como da continuidade do crescimento chin�s. Al�m disso, a produ��o deve ser impulsionada por uma s�rie de projetos locais que entrar�o em opera��o ao longo do pr�ximo ano, como � o caso das novas usinas da Vale e da Samarco e do estaleiro Jurong.
Solidariedade
Como as chuvas atingiram os polos industriais espalhados por todo o Esp�rito Santo, Guerra acredita que haver� uma grande mobiliza��o estadual. O governo capixaba j� sinalizou, por exemplo, a possibilidade de parcelar o pagamento de ICMS. "O capixaba � um povo solid�rio e, com a ajuda de todos, ser� mais f�cil, para quem foi afetado pelas chuvas, se reerguer", diz o presidente do Findes.
A iniciativa privada tamb�m j� se mobiliza. A Chocolates Garoto, empresa controlada pela su��a Nestl� e sediada em Vila Velha, entregou 15 mil litros de �gua mineral �s autoridades encarregadas de auxiliar as pessoas atingidas pelas enchentes. Afetada em um primeiro momento pela dificuldade de acesso dos colaboradores ao local do trabalho, a companhia tamb�m iniciou uma campanha interna para arrecadar alimentos n�o perec�veis e outros itens necess�rios para as fam�lias desabrigadas.
A Fibria tamb�m informou que est� provendo apoio �s comunidades atingidas pelas chuvas. J� a produ��o de celulose "ocorre dentro dos padr�es de normalidade", segundo a companhia.
A Samarco informou que est� monitorando os impactos da chuva nas unidades produtivas localizadas em Minas Gerais e Esp�rito Santo. "At� o momento, n�o foi registrada nenhuma interfer�ncia significativa e a produ��o segue em ritmo normal para essa �poca do ano", informou a empresa. Procuradas, Vale e ArcelorMittal ainda n�o informaram se as chuvas causaram preju�zos � produ��o.