Depois de seis anos batendo recordes hist�ricos de vendas de autom�veis e comerciais leves, a ind�stria automobil�stica ter� de se preparar para um novo patamar nas vendas de ve�culos. Os dados de 2013 divulgados nesta sexta-feira, pela Federa��o Nacional da Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave) mostram que no ano passado o segmento registrou a primeira queda em dez anos e o setor como um todo tamb�m recuou, apesar de altas importantes em vendas de caminh�es e �nibus.
"Em 2013 tivemos a redu��o da al�quota do IPI para autom�veis, sen�o poderia ter sido bem pior, a limita��o extremamente forte da concess�o de cr�dito para compra de motos e as vendas de caminh�es favorecidas pelo financiamento PSI e pelo volume consider�vel de safra no ano", resume Alarico Assump��o J�nior, presidente executivo da Fenabrave. "O IPI ajudou sem sombra de d�vida, por�m o efeito n�o foi na grandeza como foi no passado. N�o � que o n�mero (de vendas) n�o seja preocupante, � um n�mero menor, por�m ainda � uma base alta", completou Assump��o, que v� os n�meros como um resultado dentro da normalidade.
A consultora Tereza Fernandez, da MB associados, que assessora a Fenabrave, avalia que o setor viver�, nos pr�ximos dez anos, uma realidade distinta da d�cada passada. "Nos �ltimos dez anos a venda de autom�veis cresceu a uma m�dia de 10% ao ano. Isto � insustent�vel em qualquer lugar do mundo", aponta. A proje��o para o pr�ximo ciclo, de 2013 a 2014, � de crescimento m�dio de 3% ao ano no segmento. "Se confirmarmos esse crescimento m�dio, nos pr�ximos dez anos vamos dobrar a frota de autom�vel no Brasil, ainda � um crescimento bem significativo", calcula.
"O que se dizia � que em 2017 ir�amos negociar 6 milh�es de carros. Mas 6 milh�es de carros em 2017 era um sonho. H� uma diminui��o, mas hoje a base � outra", completou a consultora.
Mesmo com o resultado mais fraco das vendas, o ano de 2013 ainda � o primeiro melhor para venda de �nibus, o terceiro melhor ano em volume de vendas de caminh�es e o segundo melhor em autom�veis e comerciais leves - neste �ltimo caso perdendo apenas para 2012, quando foram vendidas 3,634 milh�es de unidades.
O presidente executivo da Fenabrave explica que, se n�o houver nenhuma surpresa negativa na economia durante o primeiro semestre de 2014, a tend�ncia � de que as vendas fiquem em "patamar mais equilibrado" e a comercializa��o de autom�veis e comerciais leves feche o ano com estabilidade em rela��o a 2013. Em um cen�rio mais negativo, a previs�o � de queda de 3,50% nas vendas.
Assump��o ressalta que embora n�o esteja previsto um volume acentuado de vendas, a base de compara��o ainda � bastante alta e, por isso, a tend�ncia � de que haja agora um equil�brio no com�rcio automobil�stico. A aposta positiva para 2014 � nos segmentos de caminh�es, m�quinas agr�colas e �nibus, influenciados pelos bons resultados do agroneg�cio.
2014 ser� um ano at�pico, refor�ou o representante da Fenabrave, avaliando que o ano sofrer� o impacto de eventos como Copa do Mundo e elei��es presidenciais. S� a Copa reduzir� em ao menos sete dias �teis as vendas, segundo Tereza Fernandez, da MB.
Atualmente, o setor apresenta estoque de 35 dias, que atende de 40 a 45 dias de per�odo de vendas, segundo a Fenabrave. "O pior passou, por�m este � um ano at�pico e temos de estar preparados para isso, avalia o presidente executivo da Fenabrave, que n�o acredita que haver� fechamento de empresas ou demiss�es no setor.