(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Juros alt�ssimos tumultuam a vida de quem abusa do cheque especial


postado em 06/01/2014 06:00 / atualizado em 06/01/2014 10:58


Bras�lia – O cheque especial deveria, em tese, ser usado somente em casos de extrema necessidade. Mas, de t�o acess�vel e estimulado pelos bancos, o dinheiro extra acaba se incorporando ao sal�rio de milhares de brasileiros. Em 2013, ainda sem contabilizar as compras de Natal, o saldo devedor dessa modalidade cresceu 16,3%, mais que o dobro do saldo registrado nas d�vidas com cart�o de cr�dito. O montante atingiu R$ 21,2 bilh�es em novembro, indicam os dados mais atualizados do Banco Central.

Animados com os valores a mais dispon�veis na conta, os brasileiros costumam se enrolar com o cheque especial com a mesma facilidade que usufruem dele. N�o raras vezes, os juros alt�ssimos — os mais altos do mercado, por sinal – tumultuam a vida de quem abusa desse tipo de empr�stimo: a taxa m�dia cobrada pelo sistema financeiro vem subindo h� seis meses consecutivos, tendo alcan�ado, no �ltimo levantamento do BC, o patamar de 146,4% ao ano, o maior desde junho de 2012.

Quem gastou muito na virada do ano e n�o poupou ao menos parte do 13ª sal�rio pensando nos meses seguintes ter� de se esfor�ar para vencer a tenta��o e fugir do cheque especial neste in�cio de 2014, orientam especialistas. Se for preciso recorrer a algum tipo de financiamento para pagar impostos, matr�cula escolar dos filhos ou outras despesas urgentes, a sugest�o � se valer de modalidades com juros menores, como os cr�ditos pessoal (86,4% ao ano) ou consignado (24,5% ao ano, na m�dia).

A taxa de inadimpl�ncia do cheque especial caiu no fim de 2013. Ainda assim, os 8,1% computados pelo BC s�o bem maiores do que o �ndice total para pessoas f�sicas, de 6,7%. Quem adia a quita��o dos d�bitos com o cheque especial entra em uma “bola de neve” da qual � dif�cil sair sem estragos financeiros.

O ac�mulo de d�vidas por causa da verba extra de juros nas alturas fez a terapeuta Jeanine Duarte, 46 anos, tomar uma decis�o radical h� dois anos. Assumindo ser quase imposs�vel n�o se apropriar dos valores do cheque especial — sempre em evid�ncia no saldo banc�rio —, ela pediu ao banco que bloqueasse o acesso ao empr�stimo. “N�o quero nem ouvir falar em limite especial. Agora, est� tudo sob controle e conto s� com o dinheiro”, diz.

As experi�ncias desastrosas com uma verba f�cil de ser utilizada empurraram Jeanine — e tantos outros brasileiros — para outras d�vidas, na tentativa de se livrar de um cen�rio mais complicado. “Como os juros altos v�o sendo debitados automaticamente, a gente n�o tem uma no��o exata do tanto que est� gastando”, diz ela, que por diversas vezes se espantava com o tamanho dos d�bitos. “A verdade � que, com o dinheiro ali dispon�vel, eu n�o conseguia ficar sem contar com ele”, reconhece.

O cheque especial, refor�a o educador financeiro Reinaldo Domingos, � uma das modalidades de cr�dito mais f�ceis de ser utilizadas, uma vez que quase n�o h� burocracia para aprova��o. Em muitos casos, o limite � aumentado sem mesmo o cliente pedir ou ser avisado. “Por ser um tipo de financiamento j� aprovado, � tamb�m um dos mais arriscados e trai�oeiros. A pessoa cai numa areia movedi�a e, quando percebe, est� engolida pelas d�vidas”, alerta o autor do livro Terapia financeira.

Enquanto isso...

...cr�dito para
carros mais seletivo


Financiar o carro novo ficou mais dif�cil no Brasil. De cada 10 pedidos de cr�dito, as concession�rias aprovam, em m�dia, apenas dois. Com a fraqueza econ�mica e as incertezas que rondam o ano rec�m- iniciado, as financeiras t�m operado com cautela. O medo � de piora no mercado de trabalho e, consequentemente, da inadimpl�ncia. Ningu�m quer repetir 2012, quando os calotes beiravam 8% das opera��es. A expectativa � de que at� mesmo os bancos p�blicos, usados pelo governo para impulsionar o consumo de cr�dito, pisem no freio at� que se defina com mais clareza o que 2014 traz para a economia. A cautela pode ser vista nos indicadores de financiamento de ve�culos. Em 2013, pelos dados do Banco Central, as concess�es
de cr�dito para o segmento tombaram cerca de 2% comparado a 2012. O saldo total das opera��es realizadas tamb�m recuou, apresenta queda de 0,3%. “Depois do susto que tomaram em 2012 com a inadimpl�ncia, os bancos ficaram mais seletivos”, observa Ricardo Rocha, professor de finan�as do Insper. “No segmento de autom�veis aumentou a exig�ncia de entrada para os financiamentos, principalmente para aquele que vai comprar pela primeira vez”, relata. Segundo o professor, est� mais dif�cil obter um financiamento que cubra 100% do ve�culo que ser� adquirido. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)