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Estado de Minas

Mercado reduz previs�o de crescimento do PIB este ano para menos de 2%

Entretanto, governo acredita que melhora no cen�rio levar� analistas a rever suas proje��es


postado em 07/01/2014 06:00 / atualizado em 07/01/2014 07:30

O mercado financeiro est� mais pessimista do que nunca com o desempenho da economia brasileira. Depois de tr�s anos de frustra��es com os resultados econ�micos, atribu�dos, sobretudo, a erros de planejamento do governo, o sentimento geral entre analistas de corretoras e de grandes bancos � de total descr�dito com as a��es da equipe econ�mica da presidente Dilma Rousseff. A mais recente aposta para 2014 � que o Produto Interno Bruto (PIB) cres�a apenas 1,95%, uma proje��o ainda bem distante da estimativa oficial de 4%, que consta na proposta enviada pelo Executivo ao Congresso na Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO).

A proje��o para um n�mero t�o baixo abre um novo precedente para o governo Dilma: o de n�o mais contar com a confian�a do mercado nos primeiros meses de cada ano. Entre 2011 e 2013, o mercado financeiro errou sempre “para cima” as proje��es para o desempenho da economia. Foi assim desde os primeiros dias de gest�o da presidente. Em 03 de janeiro de 2011, por exemplo, os 100 mais importantes analistas consultados pelo Banco Central (BC) na pesquisa semanal Focus apostavam que o crescimento do PIB daquele ano seria de 4,5%. O resultado, uma alta de 2,73%, mostrou, por�m, que o otimismo foi desmedido.

O mesmo aconteceu em janeiro de 2012, quando o mercado cravou que o crescimento daquele ano seria de 3,3%. A realidade, no entanto, foi bem mais amarga: expans�o de apenas 1%. Situa��o semelhante pode ter ocorrido em 2013. Em janeiro, o mercado apostava em um crescimento do PIB de 3,26%. Os n�meros oficiais ainda n�o foram fechados, mas h� poucos que acreditam, seja no governo ou no mercado, que o resultado ter� sido maior que 2,5%.

Tantos resultados negativos levaram a uma mudan�a de postura do mercado. Agora, os analistas decidiram apostar, j� a no in�cio do ano, em um desempenho menor da economia. Caso a situa��o seja melhor do que se imaginava, poder�o come�ar a fazer corre��es para cima nas proje��es. Pelo menos � isso o que espera o governo, que j� contava uma piora nas estimativas para o PIB.

Em conversas reservadas, dois graduados t�cnicos da equipe econ�mica disseram ao Estado de Minas que o fim do voto de confian�a do mercado com o governo se deve ao fato de que, antes, os analistas estavam “mais otimistas do que deviam” com os n�meros da economia. “N�o h� d�vida de que boa parte dos problemas que est�o sendo apontados agora para o pa�s, como infraestrutura deficiente e fraquezas da ind�stria, j� existia na �poca que as apostas do PIB sempre eram maiores do que os resultados apresentados”, disse um dos t�cnicos. Ele acredita, no entanto, que as corre��es feitas a partir de agora ser�o sempre “para cima”, exatamente como ocorria no fim do governo Lula. (veja quadro).

Contram�o


� o que tamb�m acredita o economista-chefe da Gradual Investimentos, Andr� Perfeito. “As proje��es para o PIB v�m caindo desde a divulga��o do resultado do terceiro trimestre, quando a economia encolheu 0,5%. As corre��es j� eram esperadas, mas acredito que existe um certo exagero nesse pessimismo todo do mercado”, disse. Na contram�o dos analistas ouvidos pelo BC, Andr� Perfeito aposta em um desempenho bem maior, de 2,8% em 2014. “Com a situa��o um pouco melhor dos nossos parceiros comerciais como Estados Unidos e Europa, � natural que as nossas exporta��es tamb�m cres�am um pouco. Al�m disso, os gastos do governo em um ano eleitoral tendem a incrementar o consumo, ajudando no crescimento econ�mico”, contou. “Agora, mesmo se conseguirmos crescer o que imagino, esses, 2,8%, � um n�mero bem aqu�m ao que um pa�s como o Brasil deveria crescer em 2014”, ponderou.

Ag�ncia d� prazo ao pa�s


S�o Paulo – A ag�ncia de classifica��o de risco Moody’s, que reduziu em setembro do ano passado a perspectiva da nota dos t�tulos p�blicos brasileiros de “positiva” para “est�vel”, deu prazo de seis meses para o Brasil mostrar resultados que sustentem sua nota de cr�dito, sem o que a mesma ser� rebaixada. A ag�ncia espera que a expans�o do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fique em torno de 2% neste ano, mesmo patamar desde 2011. Al�m disso, prev� que o super�vit prim�rio – economia feita para pagamento de juros da d�vida – tamb�m fique ao redor de 2%. A proje��o foi feita no relat�rio “An�lise de Cr�dito: Governo do Brasil”, uma atualiza��o anual para enviada aos mercados e que n�o constitui em uma tomada de decis�o sobre o rating.

A grande quest�o para o futuro do rating brasileiro � como a economia vai se comportar em 2015. Por isso, o analista-s�nior da Moody’s, Mauro Leos, considera que o desempenho no primeiro semestre de 2014 vai ser um indicativo para o ano que vem. “Assim que tivermos os dados oficiais sobre a economia e o resultado fiscal dos primeiros seis meses, teremos uma ideia de como vai ser 2014”, afirmou Leos. “Se for como prevermos (o desempenho da atividade), vamos esperar as elei��es e a mensagem do pr�ximo governo. Se for mais fraco, vamos analisar para ver se fazemos mudan�as. Se for mais forte, n�o vamos fazer nada”, acrescentou.

A ag�ncia alertou que o pa�s tem “flexibilidade fiscal limitada”, com uma “estrutura r�gida dos gastos do governo e uma carga de juros relativamente pesada”. No relat�rio, a Moody’s criticou ainda a rela��o d�vida e PIB do Brasil, que “tem subido em dire��o � marca de 60%”. A Moody’s estima que essa rela��o d�vida e PIB pode chegar a 62% neste ano.


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