A nova queda da infla��o em dezembro na zona do euro reacendeu o risco de defla��o e dirige todas as aten��es para o Banco Central Europeu (BCE), o �nico que tem a chave para reativar a economia. A infla��o anual em dezembro foi de 0,8%, segundo a primeira estimativa publicada nesta ter�a-feira pela ag�ncia europeia de estat�sticas, Eurostat.
Em novembro, a evolu��o dos pre�os se elevou a 0,9%, o que deu ent�o um respiro ao bloco da moeda �nica que registrou, em outubro, a infla��o mais baixa da hist�ria, 0,7%, despertando o temor de defla��o. A evolu��o de pre�os n�o chegou a este m�nimo hist�rico, mas os pre�os dos servi�os ca�ram 1% em dezembro em rela��o a 1,4% do m�s anterior e 1,8% em dezembro de 2012, "um novo m�nimo hist�rico".
Os analistas se preocupam com um "novo risco deflacion�rio" na zona do euro e esperam ansiosos uma eventual a��o do Banco Central Europeu (BCE). Os pre�os da energia n�o registraram mudan�as em rela��o ao m�s anterior, enquanto os alimentos, o �lcool e o tabaco impulsionaram o �ndice geral de dezembro, ao registrar uma evolu��o de pre�os de 1,8% contra 1,6% em novembro. A evolu��o dos pre�os nesses setores � a mais vol�til dos produtos que comp�em a cesta de refer�ncia de pre�os.
"Com a evolu��o dos pre�os nos servi�os caindo a 1%, o n�cleo da infla��o foi de apenas 0,7% (em dezembro), o que significa claramente o risco de defla��o na zona do euro", considerou Peter Vanden Houte do banco ING. Ben May, do Capital Economics, tamb�m teme um epis�dio de defla��o j� que "h� poucos sinais que preveem a invers�o da tend�ncia".
A defla��o � um fen�meno nocivo para o dinamismo de uma economia, j� que adia as decis�es de compra - com a expectativa de que os pre�os continuem caindo - e desestimula os investimentos. Essas novas cifras da infla��o voltam todas as aten��es ao BCE, cuja reuni�o mensal ser� na quinta-feira e que, no come�o de novembro, cortou sua principal taxa de juros a 0,25%, um m�nimo hist�rico, para afastar o risco de defla��o.
A zona do euro saiu, no segundo trimestre de 2013, de uma recess�o de 18 meses, com um crescimento de 0,3%, mas no terceiro trimestre desse ano cresceu apenas 0,1%, o que levou o BCE a idealizar novas medidas para tentar dinamizar a economia do bloco, abalada pela crise da d�vida.
A situa��o geral "aumenta a press�o para que o BCE atue a favor de um apoio � economia", disse Ben May. Em dezembro, o presidente do BCE, Mario Draghi, alertou que a infla��o na zona do euro permanecer� abaixo da meta da institui��o, de 2%. Draghi sugeriu que a zona do euro se encaminha a um "per�odo prolongado de infla��o baixa antes de uma recupera��o gradual da evolu��o dos pre�os", mas informou que n�o prev� defla��o.
Segundo os analistas, o BCE manter�, contudo, sua pol�tica monet�ria na reuni�o de quinta-feira, mas "se espera que atue mais nos pr�ximos meses", informou Ben May, j� que, segundo Howard Archer da Global Insight, a institui��o do Frankfurt estar� incomodada com esta nova queda da infla��o. Segundon Archer, o BCE poderia, nos pr�ximos meses, realizar novos empr�stimos a longo prazo aos bancos, como em 2011 e 2012, e inclusive reduzir sua principal taxa de juros a 0,1% ou 0,0%.