Bras�lia – A produ��o industrial brasileira recuou 0,2% em novembro na compara��o com outubro, interrompendo tr�s meses seguidos de alta, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Frente a igual m�s de 2012, houve expans�o de 0,4%. O resultado superou expectativas de mercado, que apontavam queda de 1,05% na varia��o mensal e de 0,95% na anual.
O IBGE ainda revisou o desempenho anual da produ��o industrial de outubro para expans�o de 1%, ante 0,9%. Nos 11 primeiros meses de 2013, a produ��o do setor acumula alta de 1,4% at� novembro. Em 12 meses, o avan�o � de 1,1%. A produ��o caiu em 14 dos 27 ramos pesquisados em novembro ante outubro.
O principal destaque negativo foi a queda de 3,2% verificada no setor de ve�culos automotores, que marcou o segundo recuo seguido. Em outubro, a queda foi de 3,5%. "O que chama aten��o no resultado de novembro especificamente � que a diminui��o de ritmo teve car�ter concentrado e n�o se disseminou", explicou Andr� Macedo, gerente do IBGE, respons�vel pelo levantamento.
Aur�lio Bicalho, analista do Ita�, lembra que, apesar do recuo da produ��o industrial em novembro e a perspectiva de queda mais intensa em dezembro, os dados de estoques ainda mostram a necessidade de ajustes adicionais e esse fator vai conter o crescimento da atividade nos primeiros meses deste ano.
A categoria de bens de capital, que indicam mais investimentos do setor produtivo em geral, apresentou uma retra��o de 2,6% sobre outubro, tamb�m quebrando uma s�rie de tr�s altas consecutivas. Em rela��o a novembro do ano anterior houve, contudo, uma expans�o de 9,6%. No acumulado do ano, a produ��o de bens de capital teve alta de 14,2%. Nos �ltimos 12 meses, a varia��o foi de 11,6%.
"Essa contra��o sugere que o �mpeto por tr�s dos investimentos pode estar enfraquecendo", observou o diretor de pesquisa econ�mica do Banco Goldman Sachs para Am�rica Latina, Alberto Ramos. Macedo, do IBGE, discorda e diz que a queda em novembro foi pontual e est� ligada � menor produ��o de caminh�es.
O campo positivo foi encabe�ado pela categoria de bens intermedi�rios, com 1,2% em novembro, a maior desde os 2,1% registrados em agosto de 2012. Na compara��o com um ano antes, o crescimento foi de 1,3%.
OSCILA��O
Os analistas ressaltam que, apesar de novembro ter sa�do melhor que o esperado, o desempenho mensal evidencia fraqueza da ind�stria, com um desempenho oscilante ao longo dos �ltimos meses que dificulta a recupera��o geral da economia. Para dezembro, h� ind�cios de melhora na atividade industrial, segundo apontou o �ndice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em ingl�s) divulgado semana passada pelo HSBC.
"Apesar de o governo ter se movido na dire��o correta com concess�es, esses investimentos ainda v�o demorar a amadurecer. At� l�, a expectativa � de que a ind�stria continue tendo crescimento p�fio", avaliou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
No ano, queda em MG deve ser de 1,1%
A queda da produ��o industrial em novembro j� estava no horizonte de avalia��es da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) sobre o comportamento do setor. O balan�o preliminar de 2013, divulgado pela institui��o, indica retra��o de 1,1% da produ��o mineira em 2013. Os �ltimos dados da Fiemg at� outubro mostraram um ligeiro aumento do faturamento das empresas, de 0,99% entre janeiro e outubro. O estado dever� acompanhar o resultado negativo que o IBGE apurou em novembro, impactado pela retra��o na ind�stria automotiva, dado o grande peso que o segmento tem na estrutura fabril de Minas, observou o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gon�alves Fernandes.
“Para 2014, consideramos que � cedo para fazer qualquer previs�o. Precisamos ver como as f�bricas v�o se comportar no primeiro trimestre”, disse Fernandes. Outro expressivo ramo da ind�stria em Minas, o de alimentos e bebidas, teve destaque entre os 13 segmentos das f�bricas brasileiras que, de acordo com o IBGE, elevaram a produ��o em novembro do ano passado. A taxa foi de 0,5% frente a outubro.
O ritmo das linhas de produ��o de empresas como a Forno de Minas contribuiu para o resultado positivo. Segundo o presidente da fabricante de p�es de queijo e salgados congelados, Helder Mendon�a, o fechamento ainda preliminar das vendas de novembro e dezembro aponta crescimento ao redor de 30% frente aos mesmos meses do ano passado.
OTIMISMO
Embora janeiro seja um per�odo t�pico de desaquecimento do consumo no varejo, devido �s f�rias escolares, a Forno mant�m o n�vel de atividade para reabastecer a clientela. “Sou um eterno otimista em rela��o � economia brasileira, apesar de um cen�rio no Brasil que n�o � positivo a curto e m�dio prazos”, afirma Mendon�a. O IBGE divulga amanh� os dados relativos � produ��o da ind�stria nos estados e regi�es.