O ex-secret�rio-executivo do Minist�rio da Fazenda Nelson Barbosa disse nesta quinta-feira, que a pol�tica fiscal tem tentado equilibrar as demandas sociais com mudan�as nos cen�rios econ�micos dom�stico e internacional que diminu�ram as receitas do governo. "Isso implica redu��o do resultado prim�rio" disse o ex-secret�rio em entrevista no evento "The Fifth Latin American Advanced Programme on Rethinking Macro And Development Economics", realizado pela Funda��o Get�lio Vargas (FGV) em S�o Paulo.
Barbosa, atualmente pesquisador e professor da FGV, prev� para este ano um super�vit prim�rio na ordem de 1,8% a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Perguntado pelo Broadcast se um super�vit prim�rio na medida prevista por ele seria uma amea�a ao rating do Brasil, j� que as ag�ncias de classifica��o de risco aguardam um resultado de 2% a 2,1%, ele disse que n�o. "Acho que a diferen�a entre 1,8% e 2% n�o � muito grande macroeconomicamente para justificar uma mudan�a de rating. Acho que tudo pode ser explicado, desde que se converse com as ag�ncias de risco. Mais que n�meros, as ag�ncias querem saber sobre trajet�rias."
Para Barbosa, quando o governo sinalizar que far� um prim�rio de 1,8% ou 1,9% e tra�ar trajet�rias para 2015 a 2018, as preocupa��es em torno da pol�tica fiscal v�o se dissipar. De acordo com ele, tais sinaliza��es dever�o ser dadas at� fevereiro, quando todos os membros do governo voltarem das f�rias. "Estas discuss�es (entre analistas de mercado) s�o tempor�rias", avaliou.
O temor das ag�ncias sobre o crescimento da d�vida bruta em rela��o ao PIB n�o preocupa Barbosa. "Hoje a d�vida bruta est� em torno de 62% e seu crescimento vai depender de quanto recurso o governo vai colocar no BNDES. Como o governo j� sinalizou que vai colocar menos recursos no BNDES, n�o vejo grandes press�es para o crescimento da d�vida pelo lado da emiss�o de t�tulos" disse o ex-secret�rio.
Segundo ele, se houver algum crescimento da d�vida bruta, ser� pelo lado do PIB. "A discuss�o sobre o crescimento da d�vida � uma discuss�o sobre crescimento do PIB. E se a economia crescer mais a d�vida bruta deve ficar est�vel ou cair", afirmou.