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Estado de Minas

Alta no custo de vida reduz poder de compra e aumenta endividamento

Cesta b�sica sobe 7,35% em BH e fecha 2013 com alta em todo o pa�s. Infla��o acelera na capital. Com os pre�os corroendo a renda, cresce n�mero de fam�lias endividadas


postado em 10/01/2014 06:00 / atualizado em 10/01/2014 07:41

A infla��o continua pressionando o bolso dos consumidores e colocando em xeque o poder de compra da popula��o. Com o or�amento corro�do pelos aumentos de pre�os, a sa�da muitas vezes � recorrer ao cheque especial, cujas taxas em dezembro chegaram ao patamar mais alto desde agosto de 2012, e ao cart�o de cr�dito, que t�m os maiores juros. O resultado � o aumento no n�mero de fam�lias endividadas. Em Belo Horizonte, a alta no custo de vida, principalmente nos alimentos, foi constatada pelo custo da cesta b�sica, divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) e pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Funda��o Getulio Vargas (FGV).

De acordo com os indicadores, a cesta b�sica avan�ou 0,45% em dezembro e registrou aumento de 7,35% em 2013. J� de acordo com o IPC-S, na primeira semana de janeiro a infla��o registrou varia��o de 0,67%, resultado 0,06 ponto percentual (p.p) superior ao da quarta semana de

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dezembro, de 0,61%. No ano, o custo da cesta b�sica aumento nas 18 capitais pesquisadas, sendo que em nove delas o aumento foi superior a 10%. As maiores foram verificadas em Salvador (16,74%), Natal (14,07%) e Campo Grande (12,38%). As menores oscila��es foram notadas em Goi�nia (4,73%) e Bras�lia (4,99%).

A t�cnica em eletr�nica Raquel Maria do Nascimento e o marido, o empres�rio Josimar Fernandes Meireles, j� sentiram os efeitos dos pre�os altos e come�aram o ano com o p� no freio. O resultado da despesa pressionada � o comprometimento da vida social, que fica em segundo plano. Para reverter a situa��o, eles, que todos os meses fazem as compras juntos, colocaram como meta a conten��o de despesas, mesmo as com alimenta��o, consideradas as mais caras. “Estamos economizando de todas as formas, inclusive no preparo dos alimentos para n�o ter desperd�cio”, conta Raquel. “Dependemos da for�a do nosso trabalho e temos tr�s filhos. Por isso, as contas seguem na ponta do l�pis para n�o perdermos o controle, j� que tudo est� mais caro”, acrescenta.

Na balan�a De acordo com a regional do Dieese em BH, o valor da cesta b�sica, composta por 13 produtos, foi de R$ 312,25 em dezembro e exigiu 50,06% do sal�rio m�nimo l�quido, de R$ 623,76, pago ao trabalhador brasileiro. Em rela��o a novembro, os produtos que tiveram as maiores altas foram a banana (2,49%), o caf� (2,03%) e a farinha (1,66%). J� os produtos que apresentaram as maiores quedas de pre�os foram o tomate
(-2,24%), o feij�o (-1,50%) e o arroz (-0,41%). No ano, os produtos com maior eleva��o no pre�o foram banana (35,98%), farinha (25,44%), e batata (17,93%). No mesmo per�odo, os produtos que tiveram queda foram �leo (-21,60%), a��car (-0,25%) e feij�o (-8,28%).

Fernando Ferreira Duarte, economista supervisor t�cnico do escrit�rio regional do Dieese, explica que a alta sentida nos itens da cesta � decorrente de problemas clim�ticos e, em alguns casos, da redu��o de �rea plantada. Esse, por exemplo, foi o caso da batata, que sofreu ainda com queda de produtividade. J� a alta nos pre�os da farinha de trigo, segundo Duarte, pode ser justificada pela depend�ncia da importa��o. “Nossa produ��o n�o consegue suprir a nossa necessidade. Al�m da dificuldade de importar da Argentina, algumas chuvas no Rio Grande do Sul, principal polo produtor, afetaram a produ��o”, lembra.
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Na semana Segundo resultados do IPC-S, das oito classes de despesa que comp�em o �ndice, educa��o, leitura e recrea��o, al�m de despesas diversas tiveram as principais altas. As taxas passaram de 0,27% para 1,06% e de 0,17% para 0,65%, da �ltima semana de dezembro para a primeira de janeiro, respectivamente. Na primeira pr�via de janeiro, alguns grupos perderam for�a. Os aumentos foram menores em transportes, que de 0,95% em dezembro passaram a registrar alta de 0,84% em janeiro, comunica��o que de 0,83% passou para 0,30%, alimenta��o de 1,02% para 1,01% e outros.

Segundo o economista da FGV/Ibre Andr� Braz, a alta pode ser justificada principalmente pelos reajustes nas mensalidades escolares, que devem continuar pressionando a infla��o do m�s. “A expectativa � de que esse item favore�a a continuidade da acelera��o dos pre�os, j� que o item educa��o, leitura e recrea��o compromete mais de 3% do or�amento familiar”, lembra. Em despesas pessoais, que compreende todos os gastos que n�o s�o alocados em outros grupos, a principal contribui��o, segundo Braz, foi a do cigarro, que passou de 0% para 1,28%. Outro impacto no resultado cheio deve ser sentido nos pre�os dos alimentos in natura, como frutas e hortali�as, que ficam mais caros por sofrerem efeitos do ver�o.

E o endividamento cresce

Bras�lia – O n�mero de fam�lias brasileiras endividadas aumentou 7,5% no ano passado na compara��o com 2012, com 62,5% delas relatando ter d�vidas, incluindo modalidades como cart�o de cr�dito, cheque especial, cheque pr�-datado, cr�dito consignado e financiamento de carro e de casa, segundo estudo divulgado ontem pela Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC). O percentual de fam�lias com d�vidas permaneceu elevado o ano todo, alcan�ando o pico em julho de 2013, quando marcou 65,2%.

A economista Marianne Hanson, da CNC, avalia que a alta do endividamento dos brasileiros est� ligada � manuten��o de uma tend�ncia de crescimento da concess�o de cr�dito �s pessoas f�sicas, mesmo que em ritmo mais moderado. Ela observou que o n�mero de fam�lias com contas em atraso ficou praticamente est�vel no ano passado, em 12,2% do total. J� o �ndice de fam�lias sem condi��es de pagar as d�vidas caiu de 7,1% para 6,9%.

Mesmo com o crescimento da fatia da popula��o comprometida com d�vidas, o estudo da CNC apontou uma melhoria no perfil de endividamento dos brasileiros, com alongamento dos prazos. De 2012 a 2013, o prazo m�dio de comprometimento com d�vida subiu de 6,53 meses para 6,74 meses. “Este alongamento permitiu a queda na parcela m�dia da renda das fam�lias comprometida com d�vidas, de 30% para 29,4%”, afirma a economista. No que diz respeito ao tipo de d�vida, o estudo aponta que a parcela das fam�lias que t�m d�bitos com o cart�o de cr�dito avan�ou de 73,6% para 75,2% . Em segundo lugar, ficou o carn� de presta��es, citado por 18,7% das fam�lias. O financiamento do carro ficou em terceiro lugar, mencionado por 12,2%.

Juros sobem As taxas de juros em opera��es de cr�dito subiram em dezembro para pessoa f�sica, segundo pesquisa divulgada pela Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac). O levantamento indica que a taxa de juros m�dia geral para pessoa f�sica passou de 5,57% ao m�s em novembro (91,64% ao ano) para 5,60% ao m�s (92,29% ao ano) em dezembro. A taxa no m�s passado � a maior desde novembro de 2012. Para Miguel Jos� Ribeiro Oliveira, diretor da Anefac, as taxas v�o continuar subindo nos pr�ximos meses.


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