Mesmo considerando uma piora no cen�rio prospectivo para a infla��o, que dever� encerrar o ano de 2014 na marca de 6%, o Comit� de Acompanhamento Macroecon�mico da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) acredita que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) reduzir� o ritmo de eleva��o da taxa b�sica de juros (Selic). E isso j� se ver� na reuni�o do Copom de janeiro, que come�ou ontem e termina nesta quarta-feira, 15. Para a associa��o, o Copom elevar� a taxa de juro em 0,25 ponto porcentual ante 0,50 ponto na reuni�o anterior.
Ainda de acordo com a Anbima, a meta de eleva��o de juro para 2014 � de 0,50 ponto porcentual, para 10,50% ao ano, o que implicar� mais uma eleva��o de igual 0,25 ponto porcentual no Copom de fevereiro. "O argumento que justifica essa estrat�gia � o de que a autoridade monet�ria dever� esperar os efeitos cumulativos do aumento de 325 pontos da taxa Selic (7,25% para 10,5%) e assim n�o comprometer ainda mais o n�vel de atividade, que cresce em ritmo moderado", avaliam os membros do comit� da Anbima.
A despeito das justificativas em defesa da redu��o do ritmo de aumento da Selic, o comit� n�o descarta a possibilidade de um aumento adicional de 0,25 ponto porcentual na Selic. E isso seria motivado pela surpresa inflacion�ria de dezembro do ano passado (0,92%), que elevou a infla��o fechada do ano passado para 5,91% ante 5,84% em 2012.
Neste caso, a meta de juros de 10,50% esperada pela Anbima sofreria um pequeno acr�scimo, passando a 10,75%, e elevando para tr�s aumentos de 0,25 ponto porcentual a curva do ano.
"Vale ressaltar que houve consenso no Comit� da Anbima quanto � trajet�ria de juros ao longo de 2014. Coexistiram previs�es de manuten��o da Selic em 10,25% para o decorrer do ano com estimativas que apostam em eleva��o dos juros no �ltimo trimestre para patamares da ordem de 11,75%. Essas diverg�ncias refletem, em alguma medida, percep��es diferentes quanto � forma de atua��o das vari�veis sobre os pre�os e as expectativas dos investidores", observa o presidente do Comit�, o economista Marcelo Carvalho.
Saldo comercial
O Comit� da Anbima elevou em US$ 1,9 bilh�o a sua proje��o de saldo comercial de US$ 7,1 bilh�es para US$ 9 bilh�es em 2014. De acordo com Carvalho, essa melhora nas estimativas de com�rcio reflete os efeitos defasados da desvaloriza��o cambial, que devem gerar mais competitividade � exporta��es brasileiras.
H� tamb�m, de acordo com ele, expectativa de que a evolu��o prevista para a economia mundial para esse ano estimule as vendas externas do Pa�s e torne o segmento exportador um importante indutor do crescimento em 2014.
"Existem (dentro do comit� da Anbima) d�vidas sobre se um evolu��o mais favor�vel da balan�a comercial brasileira n�o seria limitada pela pouca abertura da economia no setor externo, o que traria desvantagem comparativa em rela��o a outros pa�ses emergentes", disse Carvalho.
De acordo com ele, caso se confirme essa hip�tese, ganhar� maior peso no debate o financiamento das contas externas. Para 2014, o Comit� elevou a previs�o de d�ficit em conta corrente, de 3,25% para 3,30%.
"Com esse resultado, a necessidade de recursos de investimentos estrangeiros em carteira para esse ano seria de US$ 23,5 bilh�es, que, conjugados com a entrada de US$ 50 bilh�es de investimento estrangeiro direto no Pa�s, permitiria o financiamento do d�ficit esperado de US$ 73,5 bilh�es", disse o economista.