
O in�cio da segunda fase das obras de amplia��o da pista do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vai atrasar. Prevista para come�ar neste m�s, ela foi prorrogada para a segunda quinzena do m�s que vem, segundo informa��es da Infraero repassadas � Associa��o Brasileira de Empresas A�reas (Abear). Depois dos seguidos atrasos na obra de amplia��o do terminal de passageiros, � a primeira vez que se fala em retardar uma das outras tr�s obras contratadas pela empresa estatal para o aeroporto mineiro – al�m da pista, o p�tio de aeronaves � ampliado e o terminal de avia��o geral remodelado para receber passageiros. A Infraero confirma “ajustes no cronograma”, mas garante que a obra ser� entregue at� mar�o, como previsto.
Segundo o diretor de Seguran�a e Opera��es de Voo da Abear, Ronaldo Jenkins, a entidade foi informada anteontem que a empresa contratada para a obra de expans�o da pista, que vai passar de 3 mil para 3,6 mil metros, vai retardar o in�cio da etapa para “fazer testes com um novo produto” que ser� usado na reforma. A Infraero se limita a dizer que “precisou fazer ajustes no cronograma para iniciar a etapa seguinte de servi�os”, diz por meio de nota.
A obra de amplia��o da pista foi dividida em duas etapas: amplia��o e reforma. A primeira, iniciada na �ltima semana de setembro, consiste no aumento de 600 metros da pista. A etapa deveria ter sido conclu�da m�s passado. A segunda refere-se a melhorias nas condi��es de seguran�a, atrito e durabilidade do asfalto. A previs�o era que fosse iniciada neste m�s. Para a execu��o dessa fase, a pista ser� interditada por sete horas di�rias, das 23h �s 6h, o que, antes da defini��o dos hor�rios, inclusive, gerou debate sobre o risco de cancelamento dos voos internacionais.
Segundo informa��es publicadas no site da Infraero em 16 de setembro, a etapa deveria demorar 120 dias. Mas, segundo a assessoria de imprensa da empresa estatal, at� mar�o os servi�os ser�o conclu�dos. “Cabe ressaltar que a previs�o de conclus�o da melhoria � mar�o de 2014”, diz nota encaminhada ao Estado de Minas. As garantias dadas pela estatal, no entanto, parecem n�o surtir o efeito esperado nem entre seus pares do governo federal. Ao analisar os pedidos de voos extras para a Copa do Mundo a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) desconsiderou o aumento operacional previsto com as obras do p�tio e da pista de Confins. Respeitar o limite operacional foi um dos par�metros adotados pela ag�ncia, segundo o presidente Marcelo Guaranys.
O mesmo se repetiu entre as companhias a�reas. Sem ter a certeza da conclus�o das obras, as empresas limitaram os pedidos de voo. “Consideramos o que a Anac considera. N�o podemos considerar al�m se n�o ter�amos o voo negado”, afirma Jenkins sobre a limita��o dos pedidos de voo para Confins devido �s restri��es operacionais do aeroporto.
Prova disso � que Confins � um dos aeroportos com menor varia��o de fluxo com os voos extras. Apesar de a ag�ncia reguladora manter em sigilo os n�meros, a varia��o � pr�xima de 10%, enquanto Viracopos e Guarulhos, segundo n�meros preliminares, teriam aumento superior a um ter�o do n�mero de voos. A obra do p�tio de aeronaves mais que triplica o espa�o dispon�vel para estacionamento em Confins, o que poderia fazer do aeroporto uma alternativa para abrigar os avi�es, mas, por enquanto, devido aos n�veis de execu��o da obra, isso n�o est� em pauta.
O diretor da Abear explica que o fato de o Aeroporto Tancredo Neves operar no limite torna-se um empecilho para que ele sirva como alternativa para outros aeroportos. Em caso de problemas clim�ticos em uma cidade, por exemplo, usa-se o terminal mais pr�ximo para o pouso, mas Confins n�o � mais tido como alternativa para o Rio de Janeiro. “N�o tenho condi��o de fazer voo alternado para Confins. J� trabalhamos no limite. Isso est� ligado �s obras. O problema de Confins est� ligado � disponibilidade operacional que se tem hoje”, afirma.
Caso as obras sejam conclu�das no prazo, como a Infraero tem garantido, as empresas n�o descartam aumentar o n�mero de voos extras. Novas reuni�es para tratar de ajustes na malha a�rea para a Copa do Mundo ser�o feitas entre os �rg�os contraladores e as companhias e pequenas modifica��es podem ser feitas at� dias antes das partidas. “Tem a possibilidade de fazer ajustes at� �s v�speras do dia de jogo. Essa � a nossa esperan�a”, diz Jenkins.
* O rep�rter viajou a convite da Abear
Pouco impacto na demanda
Apesar da realiza��o da Copa do Mundo em doze cidades diferentes do pa�s, a demanda por voos dom�sticos deve crescer apenas 7,5% neste ano no Brasil. A varia��o � um ponto percentual maior que a registrada em 2013 (6,5%) e meio ponto superior � de 2012 (7%). A proje��o � da Associa��o Brasileira das Empresas A�reas (Abear). Para a oferta em 2014, o progn�stico � de manuten��o, mesmo com as quase duas mil rotas extras autorizadas pela Anac para o per�odo do evento esportivo. Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, explicou que a entrada desses novos trechos n�o surte muito efeito no total porque dever� ser compensada pela retirada de outros voos entre junho e julho mais usados por executivos. A substitui��o de p�blico – ou seja, menos engravatados e mais torcedores – justificaria o pequeno aumento na quantidade de passageiros transportados.
“O que a experi�ncia nos mostra � que na �frica do Sul, Alemanha e Londres houve redu��o no tr�fego a�reo durante os eventos esportivos. Aqui, 70% ou 75% do tr�fego cotidiano s�o do setor corporativo. Esse passageiro tende a diminuir drasticamente no per�odo da Copa. Em parte, isso � substitu�do pelo tr�fego do evento. Apenas em parte”, frisou Sanovicz. Perguntado sobre se a aus�ncia de outros modais, como ferrovi�rio e rodovi�rio, al�m da diferen�a de tamanho do Brasil em rela��o � Alemanha, por exemplo, n�o v�o sobrecarregar os aeroportos, Sanovicz disseter consci�ncia de as a�reas serem “fundamentais para o sucesso do evento”.
Atrasos O presidente da Abear evitou falar em caos ou dor de cabe�a para os passageiros. O diretor de seguran�a e opera��es de voo da Abear, RonaldoJenkins, no entanto, disse que o atraso nas obras de alguns aeroportos, como o de Fortaleza e de Cuiab�, preocupa. “Isso (atraso), para n�s, � bastante preocupante tendo em vista a necessidade de espa�o em p�tio para as aeronaves. Se determinados locais n�o estiverem prontos, teremos problemas para serem enfrentados na Copa”, disse Jenkins.