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Estado de Minas

Copom refor�a preocupa��o com infla��o e deixa claro que a Selic vai continuar subindo


postado em 24/01/2014 06:00 / atualizado em 24/01/2014 07:44

Bras�lia – O Banco Central (BC), enfim, subiu o tom com a escalada dos pre�os e indicou nessa quinta-feira estar em alerta m�ximo com o comportamento perigoso da infla��o. Para a autoridade monet�ria, a carestia tem mostrado “resist�ncia” e, a despeito de todo o esfor�o feito at� agora para colocar freio � disparada dos �ndices, o que incluiu aumento cont�nuo dos juros, o custo de vida ainda n�o deu sinais claros de arrefecimento. “(A infla��o) tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava”, reconheceu o BC, por meio da ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), que ocorreu h� uma semana, e que resultou na s�tima alta consecutiva da Selic desde abril de 2013, para 10,5% ao ano.

O documento traz avalia��es mais duras do que o de costume para a infla��o, ao mencionar que, em todos os cen�rios trabalhados pelo BC (chamados de refer�ncia e de mercado), o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) dever� ficar acima do centro da meta perseguida pelo governo, de 4,5%, tanto neste ano quanto em 2015. Mais do que isso. A ata lembrou que, desde novembro, quando foi realizada a �ltima reuni�o do Copom de 2013, as previs�es para a infla��o v�m subindo em ambos os cen�rios, sem especificar, no entanto, em que dimens�o.

N�o por acaso, o BC avisou que, “em momentos como o atual, a pol�tica monet�ria deve se manter especialmente vigilante”. O trecho � seguido da men��o � necessidade de dar “continuidade do ritmo de ajuste das condi��es monet�rias”. Em bom portugu�s, mais juros. “O que est� claro � que a infla��o ainda enseja preocupa��o, ent�o o que me parece razo�vel � que o Copom decidiu jogar para a frente a decis�o de reduzir o ritmo de ajuste na Selic”, disse o economista-chefe da SulAm�rica Investimentos, Newton Rosa. Nas contas dele, o BC deve promover mais uma eleva��o de 0,5 ponto percentual na taxa b�sica, em fevereiro, e uma �ltima, de 0,25 ponto, em abril.

Com isso, a Selic alcan�aria os 11,25% ao ano, um patamar ainda mais elevado do que aquele que a presidente Dilma Rousseff encontrou ao assumir o governo, em janeiro de 2011, de 10,75% ao ano. Seria, portanto, a constata��o de que a decis�o do BC de reduzir os juros em meados de 2012, quando a infla��o ainda mostrava resist�ncia, fora precipitada. Internamente, t�cnicos da equipe econ�mica reconhecem que a emenda, uma tentativa de dar � presidente Dilma um trof�u eleitoral na campanha deste ano, saiu pior que o soneto.

Os juros permaneceram no menor patamar hist�rico, 7,25% ao ano, por apenas seis meses, at� abril de 2013. Desde ent�o, sobem sem parar. “Mesmo assim, n�o h� no mercado quem acredite que a infla��o v� fechar o ano no centro da meta, de 4,5%. Na melhor das hip�teses, ela vai repetir 2013”, apontou o gestor de fundos Luiz Pardal, s�cio da DCX Asset. A mediana das previs�es feitas por cerca de 100 consultorias ouvidas semanalmente pelo BC na pesquisa Focus apontam para uma alta de 6,01% do IPCA neste ano. Em 2015, seja quem for o presidente eleito nas elei��es de outubro, o �ndice ficar� em 5,60%, portanto tamb�m acima da meta, de 4,5%.

Efeito c�mbio A ata divulgada ontem tamb�m chama a aten��o para a “significativa oscila��o” nos pr�mios de juros negociados no mercado financeiro. Essa corre��o ocorre sempre que os investidores julgam que os valores cobrados para emprestar dinheiro a um banco ou at� mesmo ao pr�prio governo deveriam ser maiores, seja por causa da infla��o ou porque temem um calote de quem tomou os recursos emprestados.

O BC diz ter notado uma eleva��o sens�vel nos pr�mios cobrados e atribui esse movimento a fatores como a escalada do d�lar sobre o real, a divulga��o de �ndices de infla��o “acima do esperado” e as mudan�as na pol�tica monet�ria nos Estados Unidos, que come�ou a reduzir, em janeiro, os est�mulos concedidos � maior economia do mundo.

Por �ltimo, um alerta ao pr�prio governo, ao avisar que os pr�mios de juros maiores tamb�m refletem “preocupa��es com a condu��o da pol�tica fiscal”, sob responsabilidade do Minist�rio da Fazenda. “Vejo esse alerta como o BC dizendo o seguinte: ‘Olha, se voc�s (da Fazenda) n�o me ajudarem fazendo um fiscal consistente, eu n�o vou conseguir fazer o trabalho sozinho’”, disse a economista Monica Baumgarten de Bolle, professora da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A men��o � pol�tica fiscal ocorre em um momento em que o governo se esfor�a para mostrar, pelo menos oficialmente, uma postura mais firme com a pol�tica fiscal.

O recado do Banco Central tem o objetivo de estimular que as a��es oficiais sejam mais amig�veis ao capital privado, o que dever� se refletir em expectativas menores para a infla��o e maior confian�a de empres�rios e investidores, dando um impulso ao PIB pela via dos investimentos. O otimismo com a economia foi um dos motivos pelos quais parte do mercado avaliou que, diante das sinaliza��es do BC, a autoridade monet�ria tamb�m deixou em aberto a possibilidade de encerrar o ciclo de altas da Selic na reuni�o do Copom no m�s que vem.

Nessa hip�tese, a Selic subiria mais 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Depois, o BC faria uma “parada t�cnica”, para avaliar se o que j� foi feito surtiria efeito para colocar os pre�os em rota de queda. Caso decida reduzir o ritmo de altas da Selic, lembram os economistas Ilan Goldfajn e Caio Megale, do Ita� Unibanco, “o Copom poderia optar por fazer altas adicionais de 0,25 ponto percentual nas reuni�es seguintes (� de fevereiro), dependendo da evolu��o da infla��o corrente”, disseram os economistas, em relat�rio a clientes.

 

Al�vio em boa hora

 

Depois de a infla��o oficial ter fechado o ano em um patamar superior ao registrado um ano antes, a pr�via do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA-15), primeiro indicador do ano, desacelera e produtos tidos como vil�es iniciam 2014 com perda de valor. Na lista de maiores redu��es, passagens a�reas, tomate e leite apresentaram redu��es significativas na primeira medi��o do ano, contribuindo para frear a infla��o. Por outro lado, os grupos de frutas, verduras e hortali�as se imp�em, empurrando a taxa para cima.

No pa�s, o IPCA-15 registrou alta de 0,67% ante alta de 0,75% em dezembro. A pr�via da infla��o oficial ficou bem abaixo do piso das proje��es do mercado financeiro, na casa de 0,80%. Em Belo Horizonte, a eleva��o ficou perto da m�dia nacional, em 0,64%, que, no m�s passado, foi de 0,75%. A desacelera��o em rela��o ao mesmo m�s do ano passado contribui para que o acumulado em 12 meses tamb�m apresente redu��o, mas ainda t�mida. A varia��o encerrada em janeiro do ano passado era de 5,86%, enquanto a fechada neste m�s � de 5,7%.

A lista do vaiv�m de pre�os tem abacaxi, cenoura e cebola entre os vil�es das altas, com aumento em BH de 19,32%, 18,28% e 14,08%, respectivamente. Na outra ponta, colaborando para segurar a taxa, o pre�o m�dio das passagens a�reas teve redu��o de 15,66% no intervalo apurado. A redu��o pode ser atribu�da � procura por per�odos de menor movimento, passadas as festas de fim de ano. O grupo alimenta��o no domic�lio teve alta 85,9% superior � da m�dia geral de Belo Horizonte. No per�odo pesquisado, a varia��o foi de 1,19%, tendo sido puxado por carnes (3,41%), hortali�as e verduras (5,06%) e frutas (9,24%).

A nutricionista Érica Ventura faz compras com frequência e foge das altas de preços dos alimentos alternando locais de consumo(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
A nutricionista �rica Ventura faz compras com frequ�ncia e foge das altas de pre�os dos alimentos alternando locais de consumo (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
O tomate, s�mbolo do movimento inflacion�rio no ano passado, quando, inclusive o indicador chegou a ultrapassar o teto da meta estipulada pelo Banco Central, � outro item que pelo IPCA-15 teve maior redu��o de pre�o, tendo ca�do 15,17%. A nutricionista �rica Ventura lembra bem do espanto dos consumidores ao se deparar com o quilo do produto a R$ 6, R$ 7. Hoje, ele � achado por at� R$ 0,89. Indispens�vel na salada, �rica foi obrigada a mant�-lo no carrinho de compras, mas o consumo foi reduzido, principalmente nos molhos para as tradicionais macarronadas. Uns meses depois, s�o as frutas que assustam. Mas ela aproveita um segredinho e d� uma dica: “A verdura � mais barata no sacol�o; fruta � o contr�rio”, diz ela, recordando que no auge da alta do tomate o pre�o do produto variava 33,3% no mesmo bairro se comprado no supermercado em vez do sacol�o.

PASSAGEM DE �NIBUS Na capital mineira, a manuten��o dos pre�os dos �nibus municipais em R$ 2,65 contribuiu para frear a infla��o. Apesar de o contrato do transporte p�blico prever alta anual dos pre�os, o prefeito Marcio Lacerda decidiu mant�-los at� a conclus�o da auditoria que � feita nos contratos de concess�o do transporte coletivo. O trabalho teve in�cio depois das manifesta��es feitas em BH na Copa das Confedera��es. N�o � toa, o item transporte p�blico se manteve est�vel cen�rio semelhante se repete nas 11 cidades englobadas pelo IPCA-15. Pelo acordo com as empresas, no entanto, dependendo do resultado das auditorias, pode haver alta ainda neste ano.


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