Nem a surpresa para baixo com o primeiro dado de 2014 abalou o pessimismo de analistas do mercado financeiro com o comportamento da infla��o neste e no pr�ximo ano. O mau humor com os �ndices de pre�os fez com que esses economistas passassem o seguinte recado ao Banco Central hoje: esperam uma a��o r�pida - j� para fevereiro - e consistente - at� o final de 2015 - da autoridade monet�ria.
O relat�rio de mercado Focus, divulgado na manh� desta segunda-feira, revelou que os analistas j� apostam em uma nova alta da taxa b�sica de juros no m�s que vem. O incremento aguardado � de 0,25 ponto porcentual, o que levaria a Selic a 10,75% ao ano. Por essa avalia��o das cerca de 100 institui��es consultadas semanalmente pelo Banco Central, 2014 ainda comportaria outro aumento de juros da mesma magnitude, o que levaria a taxa a 11% ao final do ano. Para 2015, foi mantida a expectativa de que a Selic encerrar� o ano em 11,50%.
Essa previs�o de aperto monet�rio pode ser lida como uma resposta �s corre��es promovidas para as estimativas dos �ndices de infla��o na Focus. Nenhuma delas foi de grande propor��o, mas os ajustes foram vistos em todos os prazos. Para 2014, a previs�o para o IPCA passou de 6,01% para 6,02% e o pior � que a expectativa do mercado � a de que daqui a 12 meses, a infla��o ainda esteja beirando os 6%, como demonstrou o levantamento. Apenas ao final de 2015 � que a infla��o - apesar de ainda alta - mostrar� certa tr�gua. Pela Focus, o consenso entre os analistas passou de 5,60% para 5,70%.
H� um grupo de economistas apontado pelo BC como o que mais acerta as previs�es para a infla��o no m�dio prazo e, entre eles, os progn�sticos s�o ainda mais elevados para o IPCA. O �ndice deve encerrar este ano em 6,20% e, 2015, em 6,00%. Vale lembrar que o IPCA-15 de janeiro, o primeiro a ser divulgado pelo IBGE este ano, ficou em 0,67%, abaixo da mais otimista previs�o do mercado, de 0,75%, que tamb�m foi a taxa exibida pelo indicador em dezembro do ano passado.
Atividade
Ao mesmo tempo que houve piora nas expectativas para a infla��o, o mercado n�o deu tr�gua para as previs�es de crescimento. Houve corre��o das estimativas para baixo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, que ainda n�o foi divulgado pelo IBGE e que deve ficar em 2,25%. Para 2014, a proje��o � de uma expans�o ainda mais raqu�tica, de apenas 1,91%. Alguma recupera��o deve ser vista em 2015, mas, mesmo assim, pelo que o mercado espera (2,20%), n�o h� muito motivo para comemora��o.
Na �rea externa, mesmo com as proje��es para o c�mbio sofrendo poucas altera��es nos pr�ximos anos, os analistas revelaram que est�o descrentes em rela��o ao otimismo demonstrado pelo Banco Central nos �ltimos dias. Para a balan�a comercial, a expectativa de super�vit deste ano voltou a ser reduzida, de US$ 9,1 bilh�es para US$ 8 bilh�es. Crucial para a composi��o das transa��es correntes do Pa�s, a perspectiva para a balan�a contaminou as previs�es apresentadas na Focus para o d�ficit em conta corrente. De acordo com o levantamento, o rombo deste ano deve ser de US$ 73 bilh�es.