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Estado de Minas

Brasileiros n�o sabem como controlar despesas pessoais

Pesquisa mostra que o brasileiro m�dio gasta mais do que ganha, n�o guarda dinheiro e n�o se planeja


postado em 29/01/2014 06:00 / atualizado em 29/01/2014 07:25

Se recebessem inesperadamente uma quantia no valor de cinco vezes o seu sal�rio, 68% dos brasileiros destinariam o dinheiro ao mercado de consumo. Por outro lado, apenas 49% conseguem pagar as suas contas e ter algum dinheiro sobrando no fim do m�s. Essas s�o algumas das conclus�es de estudo realizado pelo Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC Brasil) e pela Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do pa�s com o objetivo de apurar como � a rela��o da popula��o com o seu pr�prio dinheiro. O trabalho divulgado nessa ter�a-feira mostra que oito em cada 10 entrevistados t�m pouco ou nenhum conhecimento sobre a maneira de fazer o controle das despesas pessoais.

No resumo da �pera, a pesquisa mostra que o brasileiro m�dio gasta mais do que ganha, n�o guarda dinheiro e n�o se planeja. “Fizemos perguntas bem simples, mas observamos que as pessoas n�o sabiam nem quanto iriam ganhar ou quais seriam as suas contas e as despesas extras do pr�ximo m�s”, diz Luiza Rodrigues, economista do SPC Brasil. Ainda de acordo com ela, as respostas mostram que, de modo geral, o brasileiro n�o est� preocupado com essa situa��o e que o h�bito de fazer poupan�a no pa�s � escasso, independentemente da classe social.

O dentista Lourenço Fernandes não tinha controle sobre as finanças, mas agora a realidade é outra:
O dentista Louren�o Fernandes n�o tinha controle sobre as finan�as, mas agora a realidade � outra: "Antes, parte do que eu ganhava ia para os meus s�cios, que eram os bancos, o cart�o de cr�dito e os juros do cheque especial" (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
� o que vinha acontecendo com os dentistas Louren�o Porto Fernandes e Daniel Gui�o, que s�o pai e filho e dividem o consult�rio. Apesar de contar com bons rendimentos, os dois tinham muitas despesas no cart�o de cr�dito e com os juros do cheque especial, por isso resolveram contratar um orientador de finan�as. “Tentamos baixar os custos e n�o conseguimos. Com a ajuda dele, percebemos que a gente ganhava bem, mas que as despesas eram maiores do que a receita”, explica Louren�o. Cinco meses depois, o desequil�brio acabou. “Come�amos o ano sem dever nada a ningu�m. Antes, parte que eu ganhava ia para os meus s�cios, que eram os bancos, o cart�o de cr�dito e os juros do cheque especial e dos financiamentos. Acabamos com isso, saneamos as despesas”, comemora.

RENDA Segundo Luiza, ao contr�rio do que se imagina, n�o h� diferen�a significativa entre as classes sociais no que se refere � forma de lidar com o dinheiro. Entre os que t�m renda domiciliar de at� R$ 1.330, apenas 16% possuem dom�nio pleno sobre suas finan�as. Na parcela com rendimento entre R$ 1.331 e R$ 3.140, somente 15% estavam nessa situa��o. J� aqueles que possuem renda acima de R$ 3.140, o percentual sobe para 23%. “Isso mostra que a educa��o financeira est� ligada ao comportamento e n�o necessariamente � renda dos indiv�duos. � uma quest�o de h�bito. Mais dinheiro no bolso nem sempre significa melhor comportamento financeiro, incluindo pagamento de contas, uso do cr�dito e h�bito de compras”, explica.

Ainda de acordo com a economista, mesmo entre aqueles que sabem um pouco mais sobre suas finan�as, 28% n�o possuem um m�todo organizado para fazer o controle financeiro e faz isso de cabe�a. Entre os m�todos financeiros citados, 38% usam ferramentas manuais como caderno de anota��es, agenda e papel. Outros 32% preferem a planilha no computador e 2% delegam essa tarefa a terceiros.

Ilus�o das presta��es

A falta de disciplina para registrar todos os gastos est� entre as maiores dificuldades que os brasileiros enfrentam na hora de fazer o planejamento financeiro das contas (39%). Reunir todas as informa��es (29%), recordar todos os pagamentos que n�o constam no extrato banc�rio (28%), falta de tempo (23%) e n�o saber calcular a taxa de juros (11%) tamb�m foram empecilhos citados pelos entrevistados na pesquisa do SPC/CNDL. Para Erasmo Vieira, especialista em finan�as pessoais, uma das coisas que dificultam o planejamento � que as pessoas compram as presta��es e n�o o valor total de um produto. “Num produto que custa R$ 1.990 elas se sentem atra�das pelas 10 parcelas de R$ 199. Com isso, o sal�rio dos meses seguintes encolhe”, explica.

Na opini�o dele, os consumidores brasileiros est�o aprendendo a ter controle sobre suas finan�as da pior maneira poss�vel, ou seja, ficando com o nome sujo ou quebrando o cart�o de cr�dito. “Existe todo tipo de sal�rio. As pessoas que ganham muito tamb�m t�m problemas financeiros. H� os que t�m renda muito acima da m�dia do mercado e vivem com as finan�as desequilibradas. E h� os que, com um sal�rio menor, at� emprestam para quem tem sal�rio maior do que o deles”, observa.

CART�O DE CR�DITO
Consequ�ncia direta da falta de conhecimento sobre as pr�prias despesas, 36% dos entrevistados afirmaram ter deixado de pagar ou ter quitado com atraso alguma conta nos �ltimos 12 meses. Faturas de cart�o de cr�dito (31%) e despesas fixas, como �gua, luz e telefone (28%) se destacam como os principais compromissos quitados com atraso. Al�m disso, quatro em cada 10 (38%) consumidores que possuem conta corrente em banco admitem terem entrado pelo menos uma vez no cheque especial nos �ltimos 12 meses, 30% deles mais de duas vezes. O mesmo se repete entre os t�m cart�o de cr�dito. Pelo menos 40% deles j� deixaram de pagar a fatura integral no �ltimo ano, sendo que 26% s�o reincidentes e atrasaram mais de duas vezes ao menos. (ZF)


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