O volume de itens vendidos nos supermercados brasileiros deve melhorar em rela��o ao desempenho de 2013, que foi de um avan�o de 0,8% ante 2012. Segundo o gerente de atendimento da Nielsen, F�bio Gomes da Silva e o presidente do conselho consultivo da Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, a estabilidade de pre�os e a recupera��o do volume de vendas de algumas categorias, como cervejas e refrigerantes, contribuir�o para um melhor desempenho em 2014 nesse aspecto.
"O setor de varejo vem crescendo continuamente desde 2008. H� dois, tr�s anos chegamos a crescer 6%, 7%. Esse n�mero de 2013 n�o consideramos ruim, mas � bom diante de cen�rio adverso", explicou Silva. "Para 2014, as vendas em volume dever�o ser maiores que 1%, mas ainda n�o d� para cravar um porcentual de crescimento", completou.
Para Honda, o comportamento de 2013 em volume s� n�o foi melhor por conta das quedas de vendas de cerveja e refrigerante. Segundo o �ndice de Volume Abras/Nielsen, as vendas de refrigerante em 2013 recuaram 4,3% ante 2012, enquanto as de cerveja diminu�ram 1,9%.
"Como vejo que 2014 ser� de retomada de volume desses itens - o in�cio do ano j� est� bem aquecido por conta de temperaturas mais altas -, o porcentual geral melhora. Al�m disso, a expectativa de estabilidade de pre�os dos itens no geral ser� fundamental para o avan�o em volume no ano", ressaltou o executivo.
Ele ponderou que o autosservi�o ainda n�o � o principal canal de vendas da cerveja, por exemplo. "O consumo da bebida ainda � mais forte em bares e restaurantes. O varejo � respons�vel por cerca de 40% a 30% das vendas do item, quanto bares e restaurantes, 60% a 70%. Nos Estados Unidos, esse porcentual � o inverso", informou.
A Copa do Mundo, a ser realizada no Pa�s entre junho e julho, tamb�m deve ajudar um crescimento mais expressivo no volume de vendas. Conforme Silva, produtos como snacks, cervejas, bebidas no geral, tendem a ser mais procurados na �poca. Honda, da Abras, tamb�m ressaltou que os supermercadistas v�o promover a��es espec�ficas de aumento de consumo da cerveja na �poca da realiza��o do evento.
Pre�os
A Abras acredita em uma estabilidade de pre�os dos alimentos em 2014, mas pondera que o cen�rio inflacion�rio ainda preocupa. "O cen�rio de infla��o para 2014 continuar� complexo. A dos alimentos, que sempre foi o 'vil�o', ficar� est�vel tanto por conta das cota��es internacionais de algumas mat�rias-primas quanto pre�os formados no mercado dom�stico", explicou Honda. "A infla��o de servi�os est� mais resiliente �s quedas, mas achamos poss�vel algum recuo no ano. Mas os pre�os administrados devem acelerar em 2014, devido � incerteza sobre os valores da energia el�trica e as tarifas de transporte p�blico", completou.
Mas a Abras conta com indicadores positivos, como manuten��o do patamar hist�rico baixo da taxa de desemprego e renda, o que sustenta a proje��o de crescimento em faturamento, pr�ximo a 3% neste ano. Apesar do otimismo, o porcentual � menor ao desempenho de 2013, que foi de avan�o de 5,36%.
"Em 2013, a recupera��o das vendas se deu pela desonera��o da cesta b�sica, da retomada da competitividade da carne, com a desonera��o total da cadeia. Esses impactos positivos j� passaram", justificou Honda. "E os indicadores da economia n�o est�o auspiciosos para 2014. Apesar do setor sempre crescer acima da m�dia do avan�o do PIB, nosso cen�rio para 2014 � realista. Pode ser que a Copa do Mundo possa nos surpreender, mas n�o d� para mensurar ainda", ressaltou.