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Estado de Minas

Bovespa tem pior janeiro em quase 20 anos


postado em 31/01/2014 09:49 / atualizado em 31/01/2014 09:55

A Bovespa largou muito mal em 2014, depois de j� ter levado um tombo em 2013. Janeiro deste ano foi na contram�o da tradicional performance positiva da renda vari�vel brasileira no primeiro m�s do ano, e acumulou perdas de 8,28% at� a quinta-feira, 30, no pior desempenho para o m�s desde de 1995, quando caiu 10,77%, segundo levantamento da Economatica, a pedido do Broadcast, servi�o de informa��es da Ag�ncia Estado. E, diante do sinal negativo que prevalece nesta manh� nos mercados internacionais e com uma postura defensiva dos investidores em rela��o aos pa�ses emergentes, dificilmente haver� uma melhora consider�vel nestasexta-feira, 31.

A surpresa com o mau desempenho de janeiro ocorre pelo fato de o m�s ser marcado por aloca��o de recursos nos ativos de risco, mas, neste ano, a Bovespa n�o foi agraciada. "Nunca antes na hist�ria desse Pa�s se entregou um resultado t�o ruim da Bolsa em janeiro", ironizou o s�cio-diretor da Titulo Easynvest Corretora, M�rcio Cardoso, referindo-se � frase do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para falar das conquistas durante o seu governo.

O primeiro m�s de 2014 foi marcado por um fraco ingresso de capital externo, diante das amea�as de rebaixamento no rating soberano do Brasil, e por uma crescente avers�o ao risco dos pa�ses emergentes, em meio � desacelera��o econ�mica na China e � retirada dos est�mulos monet�rios nos Estados Unidos. Por isso, qualquer perspectiva de melhora da Bolsa dom�stica passa por uma mudan�a em um desses cen�rios - se n�o todos. Mas o ambiente n�o parece muito promissor.

O analista s�nior do BB Investimentos, Hamilton Alves, destaca que o principal problema para a Bovespa continua sendo a "espada na cabe�a" do Pa�s em rela��o � nota de risco de cr�dito. Segundo ele, a possibilidade de rebaixamento do rating e de revis�o na perspectiva da avalia��o pelas ag�ncias de classifica��o segura o fluxo de capital, principalmente o estrangeiro. "O investidor externo n�o tem confian�a no avan�o da economia", pondera.

Uma das raz�es para isso � a quest�o fiscal. O governo conseguiu melhorar consideravelmente o super�vit prim�rio consolidado de 2013, mas com recursos extraordin�rios, como o leil�o do Campo de Libra, no pr�-sal brasileiro. Mas a meta para 2014 ainda n�o foi conhecida e, muito mais do que um n�mero em si, o mercado financeiro quer saber se o governo far� novamente uso de uma contabilidade criativa para cumprir o que promete.

Nesse cen�rio incerto, o receio do investidor estrangeiro com o Brasil � natural e pode ser refletido no saldo de investimento, com as sa�das superando as entradas de recursos externos em R$ 732 milh�es neste m�s at� o dia 28. Trata-se do pior resultado para um in�cio de ano desde janeiro de 2010, quando o fluxo de capital estrangeiro fechou o primeiro m�s negativo em pouco mais de R$ 2 bilh�es.

Amassado

Os especialistas consultados destacam que o cen�rio dom�stico desagrad�vel � apenas uma continuidade do que foi observado ao longo do ano passado, que culminou em perdas de 15% do Ibovespa. Tanta perda acumulada, no entanto, pode ter um vi�s positivo, j� que o fr�gil desempenho da Bolsa neste in�cio de ano deve se acomodar, com a percep��o de que o "fundo do po�o" est� cada vez mais pr�ximo - e dali o caminho � o de alta.

Na avalia��o do analista da Empiricus Research, Rodolfo Amstalden, a Bolsa brasileira pode ainda piorar mais, antes de melhorar. Em janeiro, o Ibovespa voltou a n�veis de julho do ano passado e, o mais prov�vel, � que caia abaixo dos 47 mil pontos em breve, rumo � m�nima do ano passado, ao redor dos 45 mil pontos. Ainda assim, a trajet�ria de baixa poderia seguir at� a faixa dos 41 mil pontos, para ent�o, iniciar uma retomada.

Com o ambiente interno hostil para posi��es de longo prazo na Bolsa qualquer retomada fica a reboque de uma recupera��o das economias internacionais. Na vis�o do economista da �rama Investimentos, �lvaro Bandeira, se a Bolsa conseguir pegar carona no exterior, isso pode significar que a deteriora��o interna pode ser menor, diante da retomada econ�mica em v�rias outras partes do mundo. "Pode haver uma leitura inicial ruim, mas h� uma situa��o mais positiva no futuro", observou Bandeira.

Contudo, Alves, do BB Investimentos, lembra que � medida que os investidores come�arem a deslocar as aten��es das redu��es mensais no programa de compra de b�nus nos EUA para o aperto monet�rio das taxas de juros norte-americanas a renda vari�vel brasileira pode entrar em uma nova espiral descendente. Afinal, um ciclo de alta dos juros n�o � favor�vel �s a��es, principalmente na maior economia do mundo. Essa alta dos Fed Funds, no entanto, n�o deve acontecer no curt�ssimo prazo, mas pode ser antecipada entre os agentes financeiros.

At� l�, se o governo realmente entregar as refeitas promessas de austeridade fiscal e de controle inflacion�rio, o resultado pode ser o retorno desse importante capital externo aos neg�cios dom�sticos com a��es, impulsionando a Bolsa. "O mercado pode enxergar no processo de alta de juros do Banco Central brasileiro comprometimento do governo depois de maus passos. E isso pode, sim, deixar a renda vari�vel com olhos mais belos aos investidores", resumiu um operador da mesa de opera��es, que falou sob a condi��o de n�o ser identificado.


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