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Estado de Minas

Perdas na produ��o rural por causa do calor e da seca j� afetam pre�os


postado em 13/02/2014 19:11

A estiagem fora de �poca e o calor excessivo, com recordes di�rios de temperatura m�xima, em S�o Paulo, j� provocou danos � atividade agr�cola, e alguns produtos come�am a chegar mais caros � mesa das fam�lias paulistanas. Al�m de impactos futuros na pauta de exporta��o, os pr�ximos indicadores de infla��o dever�o refletir, de forma significativa, o aumento de pre�os dos alimentos, entre os quais os hortifrutigranjeiros.

O diagn�stico � do agr�nomo Renato Alves Pereira, da Coordenadoria de Assist�ncia T�cnica Integrada (Cati) de Mogi das Cruzes. Regi�o que atinge 13 munic�pios e � um dos principais polos de abastecimento de hortifrutigranjeiros da Companhia de Entreposto e Armaz�ns Gerais de S�o Paulo (Ceagesp), onde os pre�os subiram em m�dia 30% nesta semana, segundo ele. Ontem (12), por exemplo, os consumidores pagavam, no varej�o da Ceagesp, mais caro na compra de alface lisa, chuchu e couve-flor.

De acordo com Renato Alves, “o sol forte n�o deixa sequer preparar as mudas, e a baixa vaz�o h�drica do alto Tiet� impede o bombeamento em lavouras com irriga��o”. Ele disse que algumas pancadas de chuva foram registradas naquela regi�o, mas s� pioraram o quadro, porque vieram acompanhadas de granizo. Nas planta��es de caqui, disse ele, metade das frutas se perdeu.

No segmento de citros, o clima adverso est� prejudicando as lavouras de laranja, item importante na pauta de exporta��es do pa�s, que � l�der no mercado mundial da fruta processada em forma de sucos. “A falta de �gua afeta o crescimento da fruta, e o sol forte provoca rachaduras, com influ�ncia direta na produtividade”, relata Fl�vio Viegas, presidente da Associa��o Brasileira de Citricultores (Associtrus).

Segundo ele, n�o h� ainda um levantamento preciso sobre o impacto na colheita, mas acredita que possa haver quebra na safra 2014/2015 em torno de 30% . Viegas observou que, nos �ltimos tr�s anos, muitos produtores erradicaram planta��es por desest�mulos de pre�os, e haver� diminui��o da oferta, motivada pelo recuo da produ��o no estado da Fl�rida, nos Estados Unidos. Fatores que tamb�m contribuem para a eleva��o de pre�os.

De acordo com o Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado � Escola Superior de Agricultura Luiz de Queroz (Esalq) da Universidade de S�o Paulo (USP), os pre�os pagos aos produtores, que normalmente sobem, em fevereiro, tiveram eleva��o mais cedo, com alta de 34,2% na primeira quinzena de janeiro, sobre dezembro �ltimo, e subiram 104,1% na compara��o com igual m�s de 2013. No acumulado de fevereiro, at� ontem (12), a cota��o indicou valoriza��o de 3,05%, atingindo R$ 21,28 por caixa de 40,8 quilos, ainda a ser colhida, sem custos de colheita e de frete.

Sem levar em conta os efeitos do clima, a Associa��o Nacional dos Exportadores de Sucos C�tricos (Citrus BR) estimou a produ��o da safra 2014/2015 em 317 milh�es de caixas de laranja nas lavouras de S�o Paulo e do sul de Minas Gerais, em torno de 18% acima da safra finalizada em janeiro, com 268,3 milh�es de caixas.

“A falta de �gua pode ser positiva em rela��o � eleva��o do brix na fruta (concentra��o de a��cares) e, ao mesmo tempo, negativa em rela��o � redu��o do tamanho das frutas”, destaca a Citrus Br.

Outra cultura com risco de frustrar a produ��o � a do caf�, que nesse momento deveria estar em pleno enchimento dos frutos. “Ainda n�o temos a magnitude, mas vamos ter perdas mais em uma regi�o do que outra”, informou o engenheiro agr�nomo Ceso Luiz Vegro, pesquisador do Instituto de Economia Agr�cola (IEA).

Segundo ele, nas lavouras cujas ra�zes das plantas est�o mais pr�ximas da superf�cie do solo, as perdas de nutrientes podem provocar quebra de at� 100%. Vegro explicou que a falta de umidade leva � m� forma��o do fruto, entre outros malef�cios que resultam em baixa produtividade.

No caso das lavouras de cana-de-a��car, embora o per�odo seja de entressafra - a safra vai de abril a novembro- a produ��o pode ter um recuo de at� 10%, estima o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de S�o Paulo (Coplacana). “Poderemos ter uma redu��o em torno de 60 milh�es de toneladas, o equivalente a toda a produ��o da Tail�ndia em um ano”, comparou ele.

Mesmo que volte a chover de forma mais regular, na segunda quinzena de fevereiro, o crescimento das plantas ficar� comprometido, disse o executivo. Apesar disso, o impacto dever� ficar mais restrito ao a��car que tem contratos de exporta��o.

De acordo com an�lise t�cnica do Cepea, os principais produtos sujeitos �s oscila��es de pre�os s�o: caf�, boi, milho e ovos.

J� os itens b�sicos da mesa dos brasileiros, arroz e feij�o, t�m apresentado comportamentos de pre�os distintos no atacado. Segundo o presidente da Bolsa de Cereais do Estado de S�o Paulo, Reinaldo Rosanova, apenas o feij�o oscila para cima. No caso do arroz, ele diz que n�o h� forte oscila��o, porque “o produto j� foi colhido”. Em uma semana, informou ele, o pre�o da saca de feij�o de 60 quilos teve aumento de R$ 40,00. Hoje (13), a cota��o do feij�o carioca extra oscilava entre R$ 135,00 e R$ 140,00.


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