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Estado de Minas ESTUDO DO BID

Pobreza e falta de planejamento amea�am velhice de 60% dos jovens

Estudo do BID demonstra necessidade de planejamento desde cedo e a urg�ncia de investimento na educa��o previdenci�ria


postado em 16/02/2014 00:12 / atualizado em 16/02/2014 07:55

O desequil�brio das contas da Previd�ncia Social trouxe um problema cuja solu��o a longo prazo passa pelo corte de benef�cios. Isso ocorrer� diretamente, com redu��o do valor, ou indiretamente, por meio de contribui��es maiores — mais polpudas, durante mais tempo ou as duas coisas. Nesse quadro, estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que 60% dos jovens que est�o ingressando agora no mercado de trabalho chegar�o � aposentadoria, em 2050, sem ter gerado economia o suficiente para levar uma velhice com qualidade. Al�m de n�o contribu�rem o suficiente � Previd�ncia, n�o t�m a consci�ncia do quanto � importante poupar agora para garantir qualidade de vida quando os gastos com sa�de tendem a aumentar.

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O estudo do BID indica que, mesmo dentre os trabalhadores aut�nomos, mais expostos � instabilidade, portanto acostumados a poupar, apenas tr�s em cada 10 guardam dinheiro para se aposentar. A responsabilidade de planejar, por�m, n�o � s� dessas pessoas: o estudo do organismo internacional demonstra que o Executivo precisa promover campanhas de incentivo ao in�cio precoce da poupan�a.

O secret�rio de Pol�ticas de Previd�ncia Social, Leonardo Rolim, afirma que informar as pessoas sobre o tema � uma meta do governo, embora as a��es ainda sejam embrion�rias. "H� um projeto inicial de educa��o financeira e previdenci�ria j� iniciado nas escolas p�blicas de sete estados", disse o secret�rio.

O caminho a ser percorrido � longo. Alguns jovens at� economizam, mas n�o para a velhice. � o caso de Gilmar da Silva Felix, 28 anos, funcion�rio de uma loja de sapatos. Ele recebe R$ 1,2 mil por m�s e contribui com R$ 72 � Previd�ncia. "Eu sei que esse valor n�o � o suficiente para mais tarde porque o custo de vida s� cresce", comenta. O vendedor explica que a �nica reserva que faz � para garantir a forma��o dos filhos. “Para a aposentadoria, n�o. Acho que falta uma divulga��o por parte do governo para alertar a popula��o sobre isso", diz.

Um agravamento da situa��o � o alto �ndice de empregos informais no pa�s, muitos brasileiros n�o ganham suficientemente bem para contratar uma previd�ncia complementar. O estudo feito pelo BID mostra que 21% das pessoas que trabalham hoje com carteira assinada n�o estar�o nessa situa��o no prazo de um ano. Por conta dessa instabilidade, o benef�cio a ser recebido no futuro acaba sendo menor, ou mesmo inating�vel.


Aut�nomos

A estudante Nathiele de Lima Vieira, 21 anos, trabalhou informalmente durante oito meses e reconhece que isso poder� prejudic�-la. "Vou ter que recompensar isso � frente", afirma. Ela conseguiu um emprego com carteira assinada neste m�s, mas n�o pensa em fazer uma reserva extra para complementar a aposentadoria.

O presidente do Instituto de Estudos Previdenci�rios (Ieprev), Roberto de Carvalho, acredita que a cria��o de mais pol�ticas de educa��o previdenci�ria poderia contribuir tamb�m com a formaliza��o. "Ajudaria a alertar os aut�nomos sobre a import�ncia de contribuir", observou Santos.


Desequil�brio  exp�e atraso

O desequil�brio do sistema previdenci�rio brasileiro, que fechou 2013 com um d�ficit de R$ 51 bilh�es, exp�e a legisla��o atrasada sobre o tema. Para os especialistas, a Previd�ncia Social n�o ser� capaz de se sustentar futuramente se continuar nos moldes atuais. A falta de uma idade m�nima para aposentadoria, por exemplo, existente na maior parte do mundo, faz com que as pessoas parem de trabalhar ainda jovens e sigam sustentadas pelo governo por v�rias d�cadas.

"Quando a pessoa se aposenta antes dos 60 anos, vai ter tr�s d�cadas de vida pela frente, em m�dia. N�o tem como o Estado sustentar: em nenhum pa�s do mundo isso � poss�vel", explica o especialista no tema Renato Fragelli, professor da Escola de P�s-Gradua��o em Economia da Funda��o Getulio Vargas (FGV).


O Brasil � um dos quatro pa�ses que n�o exigem idade m�nima para se aposentar, ao lado de Gr�cia, Ir� e Equador. "A Gr�cia tem o modelo mais parecido com o brasileiro. O agravante � que l� h� um perfil et�rio mais envelhecido. E eles enfrentaram uma forte crise exatamente por causa da Previd�ncia", pontua o sSecret�rio de Pol�ticas de Previd�ncia Social, Leonardo Rolim.

Hoje, desde que a mulher tenha os 30 anos de contribui��o ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o homem, 35 anos, pode-se parar de trabalhar com direito ao benef�cio, independentemente da faixa et�ria. O cidad�o tamb�m tem a op��o de receber um benef�cio menor se usar como crit�rio a idade — eles aos 65 anos e elas aos 60 —, desde que tenha colaborado com o INSS por pelo menos 15 anos. Nesses casos, a Previd�ncia faz um c�lculo complexo que leva em considera��o, entre outras coisas, 80% das maiores contribui��es feitas ap�s o ano de 1994 para chegar ao valor final que ser� recebido pelo aposentado.


O professor da FGV afirma que o governo brasileiro gasta o dobro do que deveria com aposentadorias. As despesas com os benef�cios previdenci�rios representaram, no ano passado, 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB). "O governo tentou desestimular a aposentadoria precoce com a implanta��o do fator previdenci�rio, que incentiva a pessoa a estender o tempo de contribui��o. Mas o brasileiro � imediatista. Pelo menos, o fator segura a despesa, porque diminui o benef�cio de quem se aposenta cedo", explica. A economia total desde que essa equa��o foi implementada, em 1999, � de R$ 42,8 bilh�es.

 

 

 

 


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