
As tr�s principais entidades de classe empresarial ligadas ao com�rcio da capital – C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Associa��o Comercial de Minas Gerais (ACMinas) e Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG) – n�o t�m dados atualizados de quanto o com�rcio dessas duas avenidas perderam com as vendas. Em 2013, a CDL divulgou duas pesquisas. Num estudo feito em mar�o com 114 lojistas da Santos Dumont, 63,64% dos entrevistados avaliaram que as vendas iriam aumentar t�o logo o BRT entrasse em opera��o.
Boa parte (23,73%) acreditava que o volume subiria de 6% a 10%. Outros 16,95% esperavam um percentual de 23% a 30%. A segunda pesquisa, que ouviu 166 lojistas da Paran� em abril do ano passado, 16,96% haviam respondido que as perdas eram de 41% a 50%. Atualmente, muitos afirmam que os neg�cios despencaram mais de 90%. � o caso dos comerciantes Afonso, Ricardo e Dilson. Agora, eles esperam que o movimento volte a ser como antes.
Para n�o fechar as portas, o trio adotou estrat�gias diferentes. Afonso Celso Matoso Mendes, dono da Loja do Povo, manteve uma funcion�ria cuidando do empreendimento, quase na esquina com a Rua da Bahia, e viajou para dezenas de cidades do interior, onde negociou as mercadorias em festas, como anivers�rio de munic�pios, e feiras. “A perda foi acima de 90%. Da�, precisei vender produtos em festas. Fui em mais de 30 cidades desde o in�cio das obras do BRT. S� assim consegui manter a loja aberta”, desabafa o comerciante.

Ele mant�m a esperan�a de dias melhores com a inaugura��o do novo sistema, mas receia que o dono do im�vel aumente o pre�o do aluguel, em raz�o de a via ter passado por melhorias. “Na Savassi, depois das obras (de recupera��o da Pra�a Diogo de Vasconcelos), donos de im�veis aumentaram o aluguel. A prefeitura tamb�m reajustou o IPTU l�. Tenho receio de que isso ocorra na Santos Dumont”, justificou.

Sem �nibus, sem cliente
O BRT j� alterou o tr�nsito nas duas avenidas. Na Santos Dumont, n�o haver� mais linha do transporte convencional. Al�m do novo sistema, apenas o fluxo local ser� permitido. O mesmo ocorrer� na Paran�. Na pr�tica, o fim do transporte convencional nas duas avenidas significa que n�o haver� mais concentra��o de passageiros em frente �s lojas, pois as esta��es do BRT funcionam no que antigamente era o canteiro central. Esse � o temor de Pedro Gon�alves, dono da Lou�alar, fundada h� 25 anos e que funciona na Santos Dumont. Depois que o ponto em frente � sua loja foi desativado, o movimento despencou e ele precisou demitir cinco de seus seis colaboradores. “N�o sei o que ocorrer� daqui para frente. Mesmo que as vendas aumentem, o perdido est� perdido”, lamentou. A situa��o s� n�o foi pior para Pedro porque ele � dono do im�vel.