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Estado de Minas

Comerciantes do Centro esperam retomar lucros com implanta��o do BRT

Obras na regi�o fizeram vendas ca�rem mais de 90% em dois anos


postado em 18/02/2014 06:00 / atualizado em 18/02/2014 07:30

Afonso teve que negociar produtos no interior para reverter prejuízo em BH(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Afonso teve que negociar produtos no interior para reverter preju�zo em BH (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Afonso, Ricardo e Dilson lamentaram seus com�rcios �s moscas, nos �ltimos dois anos, devido �s obras do BRT, o novo modelo de transporte p�blico de Belo Horizonte, que ser� inaugurado em 8 de mar�o. A pouco menos de tr�s semanas da implanta��o oficial do sistema, o trio torce para que o volume de pessoas volte a ser como na �poca anterior �s interven��es nas avenidas Paran�, onde Dilson gerencia uma lanchonete, e na Santos Dumont, corredor em que Afonso e Ricardo montaram suas lojas de presentes e acess�rios de roupas.

As tr�s principais entidades de classe empresarial ligadas ao com�rcio da capital – C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Associa��o Comercial de Minas Gerais (ACMinas) e Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG) – n�o t�m dados atualizados de quanto o com�rcio dessas duas avenidas perderam com as vendas. Em 2013, a CDL divulgou duas pesquisas. Num estudo feito em mar�o com 114 lojistas da Santos Dumont, 63,64% dos entrevistados avaliaram que as vendas iriam aumentar t�o logo o BRT entrasse em opera��o.

Boa parte (23,73%) acreditava que o volume subiria de 6% a 10%. Outros 16,95% esperavam um percentual de 23% a 30%. A segunda pesquisa, que ouviu 166 lojistas da Paran� em abril do ano passado, 16,96% haviam respondido que as perdas eram de 41% a 50%. Atualmente, muitos afirmam que os neg�cios despencaram mais de 90%. � o caso dos comerciantes Afonso, Ricardo e Dilson. Agora, eles esperam que o movimento volte a ser como antes.

Para n�o fechar as portas, o trio adotou estrat�gias diferentes. Afonso Celso Matoso Mendes, dono da Loja do Povo, manteve uma funcion�ria cuidando do empreendimento, quase na esquina com a Rua da Bahia, e viajou para dezenas de cidades do interior, onde negociou as mercadorias em festas, como anivers�rio de munic�pios, e feiras. “A perda foi acima de 90%. Da�, precisei vender produtos em festas. Fui em mais de 30 cidades desde o in�cio das obras do BRT. S� assim consegui manter a loja aberta”, desabafa o comerciante.

Ricardo espera dias melhores, mas teme alta do aluguel por causa da revitalização (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Ricardo espera dias melhores, mas teme alta do aluguel por causa da revitaliza��o (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Mas Afonso visualiza uma luz no fim do t�nel: “Estou na expectativa de as vendas aumentarem a partir de 8 de mar�o”. S� de aluguel, Afonso desembolsa R$ 1,5 mil mensais. J� Ricardo Martins, respons�vel pela SJR Confec��es, paga R$ 2,5 mil pela loca��o da loja em que negocia roupas de times de futebol, acess�rios para celulares e outros presentes. H� uma d�cada no local, ele conta que a clientela tamb�m diminuiu em mais de 90% durante as obras do BRT.

Ele mant�m a esperan�a de dias melhores com a inaugura��o do novo sistema, mas receia que o dono do im�vel aumente o pre�o do aluguel, em raz�o de a via ter passado por melhorias. “Na Savassi, depois das obras (de recupera��o da Pra�a Diogo de Vasconcelos), donos de im�veis aumentaram o aluguel. A prefeitura tamb�m reajustou o IPTU l�. Tenho receio de que isso ocorra na Santos Dumont”, justificou.

Pedro reclama do ponto desativado em frente à sua loja: consumidores sumiram (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Pedro reclama do ponto desativado em frente � sua loja: consumidores sumiram (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Na vizinha Paran�, Dilson da Silva, gerente da Demave Lanches, pensa o mesmo. De um lado, ele avalia que novos ventos v�o soprar na avenida com o in�cio do BRT. De outro, ele lamenta poss�vel reajuste no aluguel. “O custo hoje � de R$ 5,6 mil. Durante as obras, como o movimento caiu bastante, a solu��o foi usar parte do dinheiro arrecadado na outra lanchonete, que fica na Tupinamb�s, para cobrir os gastos dessa unidade”.

Sem �nibus, sem cliente

O BRT j� alterou o tr�nsito nas duas avenidas. Na Santos Dumont, n�o haver� mais linha do transporte convencional. Al�m do novo sistema, apenas o fluxo local ser� permitido. O mesmo ocorrer� na Paran�. Na pr�tica, o fim do transporte convencional nas duas avenidas significa que n�o haver� mais concentra��o de passageiros em frente �s lojas, pois as esta��es do BRT funcionam no que antigamente era o canteiro central. Esse � o temor de Pedro Gon�alves, dono da Lou�alar, fundada h� 25 anos e que funciona na Santos Dumont. Depois que o ponto em frente � sua loja foi desativado, o movimento despencou e ele precisou demitir cinco de seus seis colaboradores. “N�o sei o que ocorrer� daqui para frente. Mesmo que as vendas aumentem, o perdido est� perdido”, lamentou. A situa��o s� n�o foi pior para Pedro porque ele � dono do im�vel.


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