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Estado de Minas PESQUISA

Mesmo com cen�rio econ�mico adverso, classe C mant�m consumo em alta

Caso fosse um pa�s, a classe m�dia brasileira seria o 12� do mundo em popula��o e o 18� em consumo


postado em 19/02/2014 06:00 / atualizado em 19/02/2014 07:12

A educadora Maria Francisca da Silva, moradora do Aglomerado da Serra, mostra o quarto da filha, reformado e mobiliado no ano passado(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
A educadora Maria Francisca da Silva, moradora do Aglomerado da Serra, mostra o quarto da filha, reformado e mobiliado no ano passado (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
Composta por 108 milh�es de pessoas e respons�vel por gastos da ordem de R$ 1,17 trilh�o em 2013, a classe m�dia brasileira, caso fosse um pa�s, seria o 12º do mundo em popula��o e o 18º em consumo, podendo pertencer ao G-20 – grupo que re�ne as 20 maiores economias do planeta. � o que aponta a pesquisa in�dita Faces da Classe M�dia, do Data Popular em parceria com a Serasa Experian, que comprova que, mesmo em um cen�rio econ�mico adverso e com indicadores ruins – como a infla��o oficial, que fechou o ano passado em 5,91%, e a proje��o do mercado para o PIB de 2014, que saltou de 2% em janeiro para 1,79% na �ltima segunda-feira –, a classe C segue crescendo.

O estudo mostra ainda que o segmento, at� ent�o composto por 54% da popula��o, pode chegar a 125 milh�es de pessoas, ou 58% da popula��o, em 10 anos. Para o futuro, Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, afirma que a tend�ncia � que a classe m�dia mantenha resultados positivos, tanto no consumo, quanto em sua composi��o. “A manuten��o do emprego formal e o aumento da escolaridade m�dia do trabalhador seguram o consumo”, garante. “Nos pr�ximos anos, a classe C continuar� crescendo, num ritmo menor. N�o por fatores econ�micos, mas pela migra��o dos novos ricos para as classes A e B”, acrescenta.

Entre os produtos e servi�os mais desejados pela classe C, que tem renda m�dia per capita de R$ 320 a R$ 1.120, ele destaca os eletroeletr�nicos, que continuam no centro das aten��es desses consumidores, assim como as viagens nacionais, mas tamb�m as internacionais. A expectativa � de que os consumidores da classe m�dia desembolsem R$ 8,5 milh�es com viagens nacionais e R$ 3,5 milh�es com internacionais este ano, R$ 7,8 milh�es em notebooks e R$ 4,5 milh�es com a compra de tablets. Os consumidores tamb�m devem investir algo em torno de R$ 7,8 milh�es em m�veis para casa, R$ 6,7 milh�es em aparelhos de TV e R$ 4,8 milh�es em geladeiras.

Depois de anos morando na mesma casa, que fica no Aglomerado da Serra, a educadora Maria Francisca da Silva, investiu pela primeira vez na reforma dos sete c�modos onde vive. As melhorias passam pelo piso, pintura, reforma das paredes e tamb�m pelos m�veis, que est�o sendo trocados aos poucos, conforme a reforma vai terminando. “Finalizamos o quarto da minha filha e ela j� comprou cama e arm�rio. O pr�ximo passo deve ser comprar a minha cama”, conta. Os planos n�o param por a� e incluem a troca dos eletrodom�sticos. “Minha TV ainda � aquele caixote e quero uma bonita, que encha os olhos. Tamb�m quero comprar uma geladeira nova”, garante.

A op��o por renovar a casa, segundo ela, acompanha a melhora de vida, mas � sempre planejada de olho nos juros cobrados no financiamento dos m�veis e do material de constru��o. “N�o temos condi��o de pagar tudo � vista porque as coisas est�o caras, ent�o dividimos, usamos cr�dito, mas sempre atentos ao quanto estamos pagando a mais”, confessa. O acesso aos produtos de melhor qualidade tamb�m incentiva a troca. “Temos mais variedade de produtos e, muitas vezes, eles chegam � porta de casa. Dessa forma, se antes nos content�vamos com pouco, hoje queremos melhorar a vida e ter mais conforto”, diz.

A auxiliar administrativa Amanda Helena Vargas Macedo viu sua renda crescer nos �ltimos anos e desde ent�o prioriza seus sonhos de consumo, como a compra do notebook e de um smartphone. A pr�xima realiza��o deve ser uma viagem a passeio para Aparecida, em S�o Paulo, com a fam�lia. “A �ltima vez que viajei foi para o Rio, em dezembro”, lembra. De acordo com ela, o poder de consumo aumentou e tem permitido melhor utiliza��o da renda. “� uma jun��o das duas coisas consigo me planejar melhor, porque ganho melhor”, confessa. Para o futuro, Amanda planeja come�ar a faculdade de administra��o e, em cinco anos, dar uma boa entrada na casa pr�pria. “A vontade � ter estabilidade na carreira e uma vida mais confort�vel”, ressalta.

Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, lembra que os perfis revelados pelo estudo permitem que as empresas tenham uma vis�o segmentada desses consumidores e entendam como endere�ar suas a��es, produtos e servi�os, criando solu��es para diferentes nichos, que antes eram observados como um �nico alvo. “Isso possibilita empreender novas frentes de consumo e abordar com precis�o esses mercados, gerando melhores condi��es de cr�dito para o consumidor e movimentando a economia do Brasil”, afirma. De acordo com ele, embora haja arrefecimento na economia, a tend�ncia � que o consumo continue crescendo a m�dio e longo prazo. “Continuaremos em campo f�rtil quando falamos dessa classe, que anseia por novos consumos”, considera.

Quatro faces do mesmo grupo

Levando em considera��o crit�rios demogr�ficos, geogr�ficos, de cr�dito e de comportamento, a pesquisa divulgada ontem dividiu a classe m�dia brasileira em quatro perfis: batalhadores (39%), experientes (26%), promissores (19%) e empreendedores (16%). A ideia, segundo Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, � mudar uma vis�o de massa �nica e homog�nea que as empresas t�m sobre os novos ricos. “Eles deixaram de ser um segmento de mercado e se dividiram em p�blicos consumidores com interesses distintos”, comenta.

Os batalhadores, que juntos foram o maior grupo da classe m�dia, com 30,3 milh�es de pessoas e idade m�dia de 40 anos, veem no emprego a matriz da realiza��o dos seus desejos e, gra�as a seu tamanho, � o que mais destina verba para o consumo: R$ 388,93 bilh�es. Usu�rios de cr�dito, focam suas compras em itens voltados para a fam�lia. Entre os gastos, est�o os com turismo nacional, ve�culos, eletroeletr�nicos, im�veis, mov�is, eletrodom�sticos e seguros. Os produtos e servi�os de desejo para este ano s�o viagens de avi�o para destinos nacionais, m�veis para casa, m�quina de lavar, TV (plasma, LCD e LED), im�vel e carro.

O grupo dos experientes aparece em segundo lugar no ranking e � composto por 20,5 milh�es de pessoas, com consumidores com idade m�dia de 65 anos. Do total, 59% t�m ensino fundamental completo e 31% n�o t�m instru��o. O consumo anual dessas pessoas chega a R$ 274 bilh�es e est� relacionado ao turismo nacional, eletroeletr�nicos, servi�os de sa�de, m�veis e eletrodom�sticos. Os sonhos de consumo para 2014 s�o viagens de avi�o para destinos nacionais, m�veis para casa, geladeira, m�quina de lavar e televis�es de �ltima gera��o.

O grupo dos promissores, segundo os dados, � formado por jovens com idade m�dia de 22,2 anos e totaliza 14,7 milh�es de pessoas. Desse total, pelo menos 72% deles acessam a internet, 59% t�m ensino m�dio completo e 57% t�m carteira de trabalho assinada. Os jovens tamb�m j� vivenciaram situa��es de necessidade de endividamento e 51% confidenciam descontrole financeiro. O grupo de promissores consome R$ 230,8 bilh�es e investe em beleza, ve�culos, educa��o, entretenimento, itens para casa e tecnologia.

J� os empreendedores, que compreendem um universo de 11,6 milh�es de pessoas, � o mais escolarizado entre todos os grupos, com 42% cursando ou com o ensino m�dio j� conclu�do e 19% com o ensino superior completo. Esse tamb�m � o grupo com maior renda per capita. Seu consumo anual � de R$ 276 bilh�es, com investimentos em educa��o, eletroeletr�nicos, turismo internacional, tecnologia, ve�culos e entretenimento. Neste ano, devem consumir cursos profissionalizantes, viagens de avi�o ao exterior, m�veis para casa, notebooks, tablets e TVs. (CM)

Voc� sabia? De acordo com o estudo do Data Popular, a classe m�dia brasileira consome mais que a Holanda ou a Su��a e tem potencial de consumo com alimenta��o de R$ 223,3 bilh�es, valor que equivale ao consumo das fam�lias da Bol�via, Paraguai, El Salvador e Uruguai juntas. Na sa�de, os novos ricos t�m potencial de gastos de R$ 71,8 bilh�es, mesmo valor investido pelas fam�lias de Honduras e Jamaica. No vestu�rio, o consumo chega a R$ 6,61 bilh�es, sendo equiparado ao das fam�lias de Luxemburgo, na Europa.


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