Para o economista Leonardo Oliveira, da Arsa Investimentos, o resultado do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de fevereiro aponta que h� componentes ainda pressionados, como o grupo de servi�os, mas n�o demonstra nenhum descontrole inflacion�rio. "N�o vejo a leitura do dado como algo preocupante", avaliou.
De acordo com o economista, a expectativa � de que o IPCA fechado de fevereiro recue na compara��o com o IPCA-15 - que registrou alta de 0,70% - para varia��o entre 0,60% e 0,65%. Al�m da press�o para baixo de passagens a�reas, j� registrada no IPCA-15 e que se repete na leitura fechada, o fim do m�s deve contar com a sa�da da press�o dos pre�os de cigarro como al�vio.
"A sa�da de cigarros j� exerce uma press�o baixista e deve haver uma descompress�o em artigos de resid�ncia tamb�m, al�m de descompress�o em alimenta��o fora do domic�lio", completou.
Na leitura do IPCA-15 de fevereiro, Oliveira destacou como pontos que merecem aten��o o aumento significativo em artigos de resid�ncia (de 0,49% para 1,17%), puxado por eletrodom�sticos, e na contram�o a defla��o acima da m�dia de vestu�rio (de 0,59% em janeiro para -0,68% em fevereiro).
Tend�ncias
Em uma avalia��o oposta, a economista Alessandra Ribeiro, da Tend�ncias consultoria, diz que a alta de 0,70% do IPCA-15 em fevereiro veio em linha com o esperado, por�m ainda sugere quadro de infla��o delicado. "Em linhas gerais, o resultado n�o surpreendeu, mas a abertura do dado tem n�meros que preocupam", afirmou.
Ela destacou o comportamento da infla��o de servi�os, que acelerou de 0,53% no IPCA-15 de janeiro para 1,25% no de fevereiro. "O n�mero � alto, mesmo considerando a contamina��o exercida pelo grupo Educa��o, que sempre sobe bastante em fevereiro", explicou. Segundo ela, a m�dia dos n�cleos do IPCA-15, de 0,69%, tamb�m indica uma infla��o subjacente elevada.
Alessandra citou a forte contribui��o do item passagens a�reas, que teve queda de 20,36%, maior que a prevista, e impactou o IPCA-15 em -0,11 ponto porcentual (maior impacto de baixa). J� o item alimenta��o fora de domicilio chamou a aten��o pelo avan�o de 1,03%. "N�o era para estar t�o alto nesta �poca do ano. Mostra que as condi��es de renda e demanda ainda est�o boas, mas preocupa do ponto de vista da infla��o", disse.
A Tend�ncias espera uma alta de 0,60% para o IPCA fechado de fevereiro, abaixo dos 0,67% divulgados hoje, j� que, de acordo com Alessandra, o pico de alta do grupo Educa��o � captado pelo IPCA-15 e depois em parte devolvido - no resultado de hoje, o grupo registrou alta de 6,05%.
Para o decorrer de 2014, h� riscos gerados pela seca at�pica deste ano. "� um fator de incerteza tanto para a energia como para alimenta��o, e pode empurrar nossa proje��o, que hoje � de 6%, para cima", concluiu.
O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Ot�vio Leal, diz que o principal ponto negativo do IPCA-15 em fevereiro � o �ndice de difus�o, apesar de ter desacelerado de 75,1% em janeiro para 70,4% em fevereiro. "� o quarto m�s seguido que fica acima dos 70%, o que � muito ruim. A �ltima vez em que isso aconteceu foi na passagem de 2002 para 2003", disse.
A not�cia positiva, segundo Leal, � a melhora na composi��o do �ndice, que parece estar mais equilibrada. "A alta dos pre�os livres, por exemplo, passou de 6,91% para 6,39% no acumulado em 12 meses", afirmou.
Para o IPCA de fevereiro, o ABC Brasil espera 0,58%, abaixo dos 0,70% do IPCA-15 divulgado nesta sexta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O economista explica que a contribui��o negativa do item passagens a�reas, que recuou 20,36%, deve se repetir no indicador fechado e garantir a desacelera��o do grupo Transportes.