Rio, 23 - A Petrobr�s enfrenta uma perda de produtividade cada vez maior na Bacia de Campos, que responde por quase 80% da produ��o de petr�leo do Pa�s. Na m�dia, a estatal tem tirado um barril de �gua para cada barril de petr�leo extra�do. A queda na produtividade tem sido t�o grande que anula os resultados excepcionais do pr�-sal, fazendo a produ��o total da empresa estagnar e at� cair.
A quantidade de �gua nas plataformas j� passa de 1,5 milh�o de barris por dia, segundo dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP). O motivo seria o pouco investimento em novos po�os, decl�nio natural e m� gest�o dos reservat�rios, segundo fontes e ge�logos.
�Algo muito s�rio est� acontecendo na Bacia de Campos�, disse o ge�logo Pedro Zal�n, da consultoria Zag. Ele atribui a queda primordialmente � falta de investimentos em novos po�os e de inje��o de �gua, com a Petrobr�s desviando suas sondas e esfor�os para a �rea do pr�-sal. O decl�nio natural de campos antigos (maduros) e a m� gest�o de reservat�rios viriam a seguir, nesta ordem, disse.
J� o ge�logo e consultor John Forman diz que o excesso de �gua tamb�m � efeito da corrida da companhia pela autossufici�ncia. �For�ar a produ��o tem consequ�ncias�, disse. Forman explica que o ritmo de produ��o mais intenso que o adequado faz a �gua naturalmente contida dentro do reservat�rio subir mais rapidamente, reduzindo o potencial total de extra��o de �leo. �Possivelmente seria produzido mais �leo hoje se n�o tivessem acelerado a produ��o l� atr�s�, disse.
O analista do HSBC Luiz Carvalho chamou a aten��o para o fen�meno em seu �ltimo relat�rio. A Petrobr�s chegou a informar em agosto que a produ��o de �gua foi maior do que a de �leo, a primeira vez que isso aconteceu. �Para n�s � uma clara preocupa��o�, disse. �Seguindo uma tend�ncia dos �ltimos seis meses, o excesso de produ��o de �gua como um subproduto se tornou um s�rio problema na Bacia de Campos.�
Atraso
O atraso no cronograma de entrada em funcionamento de plataformas tamb�m contribui para a redu��o da produ��o em Campos. Em qualquer lugar, os campos t�m um decl�nio natural. Para manter a produ��o est�vel, � necess�rio acionar novos po�os de forma a compensar a queda nos antigos. Para elevar a produ��o, � preciso ir al�m da simples compensa��o. �A Petrobr�s est� produzindo quase 400 mil barris por dia no pr�-sal e, mesmo assim, a produ��o total est� estagnada. Tem at� ligeiro decl�nio. Isso preocupa�, disse Zal�n.
A Petrobr�s trabalha com uma taxa de decl�nio de 12% ao ano, segundo o HSBC. Mas o banco calcula que o decl�nio tenha ficado em 19% em 2011 e 2012, melhorando para 16% em 2013. �Nos �ltimos oito anos, a produ��o de �gua aumentou de 610 mil barris/dia para 1,592 milh�o. J� a produ��o de petr�leo passou de 1,174 milh�o barris/dia para 1,592 milh�o barris/dia�, disse Carvalho.
N�o fosse o pr�-sal, onde quase mensalmente s�o anunciados recordes de extra��o e praticamente n�o h� produ��o de �gua, os n�meros da Petrobr�s seriam bem piores.
�Decl�nio padr�o�. Por interm�dio de nota, a Petrobr�s informou que decl�nio natural da produ��o dos seus campos na Bacia de Campos est� abaixo de 10% nos �ltimos dois anos, Para a empresa, esse porcentual de decl�nio � inferior ao padr�o mundial de refer�ncia.
A nota da Petrobr�s afirma ainda que as caracter�sticas dos reservat�rios de Campos exigem a inje��o de elevados volumes de �gua para aumentar o seu respectivo fator de recupera��o. O grande volume de �gua produzida resulta, portanto, do processo padr�o, segundo a empresa. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.