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Estado de Minas

Infla��o dita a alta de juros no pa�s

Essa � mais uma tentativa do governo de conter a infla��o. De olho no PIB, ciclo de aumento deve terminar


postado em 27/02/2014 06:00 / atualizado em 27/02/2014 06:57

Em decis�o un�nime, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) elevou nessa quarta-feira a taxa de juros b�sicos da economia (Selic) de 10,5% para 10,75% ao ano. Essa � mais uma tentativa do governo de conter a infla��o. O mercado espera que, com a nova alta, a autoridade monet�ria esteja encerrando o ciclo de aperto nos juros iniciado a partir de abril do ano passado, quando a Selic saiu de 7,25%, o patamar mais baixo da hist�ria, para 7,50%, e em seguida subiu meio ponto percentual a cada uma das seis reuni�es seguintes, al�m dos 0,25 ponto percentual (p.p.) de ontem, alcan�ando oito aumentos seguidos. A expectativa agora � de desacelera��o no avan�o dos juros at� o fim do ano com vistas ao crescimento da economia . Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulga o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2013.

A eleva��o da Selic foi necess�ria porque a infla��o est� pr�xima de teto da meta, de 6,5% , e resiste a cair. H� 4 semanas, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a infla��o oficial no Brasil, estava na casa dos 5,99%. Na semana passada, subiu para 6,05% e nesta semana chegou a 6,11%, conforme proje��es de mercado. “O governo come�ou a aumentar a taxa de juros a partir do ano passado, quando ela estava em 7,25% ao ano, na tentativa de conter o avan�o dos pre�os, mas a infla��o n�o respondeu aos aumentos dos juros implementados pelo BC”, observa Miguel Daoud, s�cio-diretor da Global Financial Advisor. Segundo ele, isso ocorre porque a carestia tem origem nos custos das empresas, que aumentam em decorr�ncia de problemas de infraestrutura e da alta carga tribut�ria que pesa sobre os brasileiros.

A se levar em conta o in�cio do aperto monet�rio, que recome�ou em abril do ano passado, quando a Selic saiu de 7,25% ao ano para 7,50% ao ano, a alta dos juros implementada ontem vai subir os juros anuais cobrados pelo com�rcio de 60,47% ao ano para 67,07% ao ano, numa alta de 10,92%. No cart�o de cr�dito, a varia��o foi de 0,33% e no cheque especial, 5,73% (veja quadro). J� o custo dos empr�stimos pessoais tomados em bancos subiu 14,65% entre mar�o de 2013 e fevereiro. Nas financeiras, a alta foi de 5,76% no per�odo. Por outro lado, quando a compara��o � feita com os 10,50% que estavam sendo praticados at� ontem, a varia��o foi pequena. Os c�lculos s�o da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as Administra��o e Contabilidade. (Anefac).

De acordo com Bruno Falci, presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o aumento dos juros � prejudicial ao com�rcio, pois encarece o cr�dito para o consumo, levando os consumidores a adotarem uma postura mais parcimoniosa na contra��o de empr�stimos e financiamentos ou na realiza��o de compras a longo prazo. “Al�m disso, o aumento dos juros leva o consumidor a priorizar pagamentos de primeira necessidade em detrimento de outros, o que pode impactar na inadimpl�ncia”, diz.

CR�TICAS DA IND�STRIA

A nova alta nos juros fez com que o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, voltasse a criticar o Banco Central. De acordo com ele, o motivo central das eleva��es na Selic � o IPCA. “� evidente que o aumento sucessivo dos juros b�sicos ainda vai continuar pressionando a infla��o para baixo nos pr�ximos meses, tornando desnecess�rio mais este aumento”, criticou. Lincoln Fernandes Gon�alves, presidente do Conselho de Pol�tica Industrial e Econ�mica da entidade, � mais incisivo. “Essa alta � ruim, � p�ssima para setor produtivo e inibidor de investimentos. Al�m disso, n�o tem mais efeito sobre a infla��o e, por isso, n�o se justifica mais”.

Para o economista e consultor Felipe Queiroz, a partir de agora a tend�ncia � que o governo passe a controlar a infla��o por outros meios, entre os quais o aumento da meta do super�vit prim�rio, que saiu de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,9%. Al�m disso, segundo ele, as medidas de eleva��o da Selic adotadas a partir do ano passado pelo BC s� fazem efeito entre seis e oito meses depois de implementadas. “O governo vai fazer tudo para estimular o crescimento em 2014 porque este � um ano eleitoral”. De acordo com ele, a ideia � aproveitar a base de compara��o, que � baixa, crescendo a partir de um efeito mais estat�stico do que econ�mico propriamente dito.

Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Neg�cios, explica que o receio do governo quanto ao aumento das taxas de juros foi substitu�do pelo medo da infla��o. “Antes era uma quest�o de honra n�o subir a taxa de juros. Agora o governo inverte isso e sobe os juros e tende a ganhar mais credibilidade no mercado”, observa.


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