Buenos Aires, 01 - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, prometeu medidas mais duras contra as empresas que aumentam os pre�os, enquanto sua administra��o tenta estabilizar uma economia que sofre com infla��o de dois d�gitos e escassez de divisas.
"Eu acho que, entre as muitas coisas que estar�o na agenda legislativa deste ano, n�s no executivo e no Congresso vamos ter de aprovar medidas que de uma vez por todas defendam os consumidores contra abusos por parte de setores poderosos, oligop�lios e monop�lios", disse Kirchner neste s�bado, em um discurso no Congresso. Ela n�o detalhou que medidas poderiam ser tomadas.
A administra��o Kirchner tenta controlar os pre�os de quase 200 itens de supermercados desde o in�cio do ano para conter a segunda maior taxa de infla��o das Am�ricas depois da Venezuela. O governo disse que vai multar ou fechar lojas que violarem esse controle.
As mais recentes estimativas do setor privado colocam a infla��o anual argentina no patamar de 30%.
A onda de aumentos de pre�os ap�s a desvaloriza��o de 15% do peso em meados de janeiro � injustificada e constitui um furto aos bolsos dos argentinos, disse Kirchner a legisladores neste s�bado, durante a inaugura��o da sess�o legislativa de 2014.
Kirchner enfrenta o que pode ser o mais desafiador vento contr�rio na economia desde que seu falecido marido, N�stor Kirchner, tomou posse, em maio de 2003.
Muitos economistas dizem que a infla��o anual tem ficado acima dos 20% h� anos, em parte devido � depend�ncia do governo sobre a emiss�o de moeda para cobrir d�ficits. A fuga de capitais por parte dos investidores e os pagamentos de d�vidas esgotaram as reservas em moeda estrangeira do banco central, o que obrigou o governo de Cristina Kirchner a quebrar uma promessa de longa data e desvalorizar o peso no in�cio deste ano.
Muitos economistas acham que a economia da Argentina cresceu cerca de 3% no ano passado. Mas a infla��o e a escassez de d�lares que for�aram o governo a cortar as importa��es est�o prejudicando o crescimento. A maioria dos economistas espera um crescimento de apenas 0,9% este ano, de acordo com uma pesquisa realizada pela FocusEconomics. Alguns s�o mais pessimista, como o Barclays e o Bank of America Merrill Lynch, que preveem recess�o.
Nos �ltimos meses, o governo tem a contragosto adotado pol�ticas econ�micas mais convencionais, como o aumento das taxas de juros, para evitar uma potencial crise financeira.
Ainda assim, o governo Kirchner vai continuar a reduzir os subs�dios para as pessoas ricas, que n�o precisam deles, disse o ministro da Economia, Axel Kicillof, na semana passada. Em um discurso de mais de tr�s horas, Kirchner defendeu as pol�ticas econ�micas redistributivas que t�m caracterizado o combativo estilo populista de esquerda adotado pelos Kirchner.
A popularidade da presidente caiu drasticamente desde outubro de 2011, quando ela conquistou o segundo mandato com um hist�rico 54% dos votos. A infla��o alta, o racionamento de d�lar e as percep��es de que o governo n�o est� abordando quest�es-chave, como o combate ao crime, corroeram seu apoio pol�tico.
Fonte: Dow Jones Newswires