Com�rcio e hotelaria devem contratar 15 mil para a Copa, mas pode faltar de m�o de obra

�s v�speras da Copa do Mundo est� aberta uma corrida para a contrata��o de m�o de obra que vai atender a demanda do estado durante os jogos do Mundial. A expectativa dos setores de alimenta��o e hotelaria � de abrir em Minas pelo menos 15 mil novas vagas. Diante da forte demanda, gargalos para preencher cargos tanto de opera��o quanto de atendimento ao p�blico amea�am o setor na reta final dos preparativos para o grande evento. Profissionais com qualifica��o s�o disputados, mas aqueles sem experi�ncia, que planejam fazer uma renda extra durante a Copa, tamb�m s�o aceitos. A expectativa � que o fluxo de contrata��es, que j� foi iniciado se intensifique em abril e maio.

Apesar de alguma diverg�ncia nos n�meros, entidades ligadas ao setor apontam para o crescimento das contrata��es. Pesquisa da Federa��o Brasileira de Hospedagem e Alimenta��o (FBHA), com base em dados oficiais do emprego como n�meros do Caged, mais levantamento com seus afiliados, aponta que, em Minas Gerais, o setor vai ampliar em 15% a m�o de obra contratada pelos meios de hospedagem (hot�is, pousadas e similares) e alimenta��o fora do lar (restaurantes, bares e similares) em fun��o da Copa do Mundo. Nas contas da entidade ser�o mais 3,7 mil empregos no setor hoteleiro e 15,5 mil na �rea de alimenta��o.

O Sindicato de Hot�is, Restaurantes Bares e Similares de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana (Sindhorb) calcula que a hotelaria, especialmente empurrada pela abertura de novos estabelecimentos na cidade vai ampliar sua contrata��o em 5 mil vagas na Grande BH, sendo que boa parte deve permanecer no quadro das novas empresas. A alimenta��o fora de casa vai gerar no per�odo, segundo c�lculos do Sindhorb, 10 mil novos empregos.

“A dificuldade est� no profissional de n�vel operacional como as camareiras e tamb�m no funcion�rio bil�ngue. De modo geral, a m�o de obra brasileira � monoglota”, aponta Alexandre Sampaio, presidente da FBHA. Para tentar driblar a barreira da l�ngua e conseguir boa comunica��o dos funcion�rios com os turistas, o Sindhorb, em parceria com a Secretaria de Trabalho e Emprego de Minas Gerais, est� engrossando as iniciativas para acelerar o ritmo do ingl�s entre os funcion�rios do setor, j� que qualificar a pr�pria m�o de obra tem sido a sa�da para muitos empres�rios. “Estamos com cursos gratuitos de ingl�s de manh� e � tarde, com material e lanche inclu�do e mesmo assim os interessados est�o aqu�m do esperado”, aponta Paulo C�sar Pedrosa, presidente do Sindhorb-MG.

Qualifica��o Segundo Pedrosa, os principais gargalos da m�o de obra s�o observados para cargos como camareiras, recep��o bil�ngue, e no setor de manipula��o de alimentos. “Belo Horizonte vai inaugurar nos pr�ximos meses cerca de 10 novos hot�is, por isso boa parte da contrata��o tempor�ria ser� efetivada.” O executivo aponta ainda a disputa que tomou conta do mercado. “Muitas vezes a empresa investe em treinamentos levando seus funcion�rios para serem qualificados em grandes centros e logo depois perde a m�o de obra, em uma esp�cie de concorr�ncia desleal”, alerta.

Cl�ber Firbita, gerente de recep��o, trabalha h� 15 anos no setor de hotelaria e est� atento �s exig�ncias e oportunidades do seu segmento. Ele � um dos alunos que est� frequentando o curso de idiomas no Sindhorb e j� � capaz de manter uma conversa��o simples em ingl�s, cumprimentar os h�spedes e sugerir passeios. Ele calcula que nos �ltimos tr�s anos os sal�rios no setor, se considerados a inclus�o de benef�cios, cresceram 30%. “Quero incluir o ingl�s e um terceiro idioma no meu curr�culo. Com flu�ncia em outras duas l�nguas, o sal�rio pode melhorar quase 100%”, calcula. Segundo ele, sua inten��o � se tornar mais qualificado dentro da empresa onde trabalha. J� Maria da Penha do Carmo, cuidadora de idosos, enxergou no curso oportunidade para aperfei�oar o seu ingl�s. Com um olho no gato e outro no peixe, ela diz que se tiver uma oportunidade de emprego permanente, com garantias, pode mudar de profiss�o.

 

Demanda vai crescer

 

Com ocupa��o j� garantida e expectativa de aumento na demanda, hot�is e restaurantes buscam garantir atendimento. Renato Carvalho, diretor regional de Vendas da Atlantica Hotels, ressalta que o hotel da rede Quality Pampulha que acaba de ser inaugurado j� tem 70% de ocupa��o fechada para a Copa do Mundo. O grupo vai inaugurar tamb�m nas pr�ximas semanas o Go Inn Del Rey, no Bairro Cai�ara, regi�o Noroeste. Os dois hot�is ainda t�m 20% de suas vagas em aberto e a partir de maio deve iniciar contrata��es extras correspondentes a 10% do quadro de pessoal para a Copa do Mundo. “A maior dificuldade est� na contrata��o de camareiras e pessoal de limpeza”, observa o executivo. Para garantir os quadros qualificados como os profissionais que falam m�ltiplos idomas a rede Atlantica Hotels adotou a estrat�gia de arcar com sal�rios acima da m�dia do mercado. “Investimos na forma��o e queremos reter nossos talentos”, observa Carvalho.

Com o apelo de oferecer ao turista o famoso churrasco brasileiro, a rede Porc�o espera crescer sua demanda em at� 100% durante os jogos do Mundial. O propriet�rio do restaurante Fernando Junior, explica que as contrata��es extras devem come�ar pr�ximo � Copa, sendo principalmente servi�os de gar�ons. “Tendo boa vontade, simpatia e brilho no olho, o gar�om, mesmo sem muita experi�ncia, consegue atender o turista.” Fernando est� contando com um crescimento da oferta: “Muitos setores, como as escolas de idiomas, n�o v�o funcionar durante a Copa. Esta � uma oportunidade para profissionais que querem garantir uma renda extra”.

Pronatec Para o presidente da Federa��o Brasileira de Hospedagem e Alimenta��o (FBHA), Alexandre Sampaio, nos �ltimos tr�s anos houve grande forma��o de m�o de obra, mas ainda assim existem dificuldades para conseguir contingente com a qualifica��o desejada. A FBHA realiza o 1º Encontro de Concierges e Recepcionistas – Preparativos finais para a Copa do Mundo na Grande BH, nesta sexta e s�bado, no Minascentro, paralelamente ao Sal�o Mineiro de Turismo. (MC)