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Estado de Minas

Mantega enfrenta a resist�ncia entre banqueiros e at� entre empres�rios


postado em 16/03/2014 00:12 / atualizado em 16/03/2014 09:04

 O então presidente Lula discursa na posse do economista como ministro da Fazenda, em 2006. Ele chegou ao cargo apesar da rejeição entre bancos(foto: Iano Andrade/CB/D.A Press - 28/3/06)
O ent�o presidente Lula discursa na posse do economista como ministro da Fazenda, em 2006. Ele chegou ao cargo apesar da rejei��o entre bancos (foto: Iano Andrade/CB/D.A Press - 28/3/06)

No in�cio de 2002, quando Luiz In�cio Lula da Silva estava prestes a disputar o quarto pleito presidencial, seu principal conselheiro econ�mico, Guido Mantega, fez uma palestra a investidores em Nova York, seguida de sess�o de perguntas. Ressaltou o hist�rico de responsabilidade fiscal de prefeituras e governos estaduais comandados por petistas. Mas n�o empolgou a plateia.


S� em junho daquele ano, com a “Carta ao povo brasileiro”, escrita pelo cientista pol�tico Andr� Singer e assinada por Lula, a desconfian�a se dissipou. Mas o mercado financeiro insistia para que Lula, se eleito, n�o escolhesse Mantega ministro da Fazenda. Assim foi feito. Quando o primeiro oper�rio chegou ao poder no Brasil, o comando da economia foi entregue ao m�dico Antonio Palocci.


Resistem, 12 anos depois, as diferen�as entre Mantega e a banca, sobretudo a do exterior. No pa�s, ele segue distante do presidente da maior institui��o privada, Roberto Set�bal, do Ita�. J� com o principal executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, h� empatia. N�o por outra raz�o, ele foi escolhido por Mantega o interlocutor no sistema financeiro.
Quem minimiza esses entraves lembra que a oposi��o de banqueiros e parte dos empres�rios n�o impediram Mantega de chegar ao Minist�rio da Fazenda em 2006 e l� permanecer at� hoje, por tempo recorde. “H� injusti�a no julgamento do Guido. Ele � um homem competente”, afirma o ex-ministro Delfim Netto.


Uma boa medida para a efici�ncia do ministro da Fazenda � o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que se consegue. Em oito anos, Pedro Malan teve m�dia de 2,36%. Palocci, com apenas tr�s anos completos, fechou com 3,03%. Mantega fica no topo do p�dio: at� agora, fez 3,45%. Mas o primeiro quadri�nio dele, com m�dia de 3,55%, foi superior ao segundo, com 3,35%. No ano passado, ficou em meros 2,3%.


O p�blico, por�m, n�o se at�m a essa simples conta. “Mantega n�o apita nada”, afirma um executivo com alto cargo no mercado financeiro que pediu para n�o ser identificado. Ele acrescenta que o ministro tem dificuldades para expressar corretamente o que pensa. “N�o � algo insuper�vel. Ele deveria optar por frases mais curtas, sucintas.”


Em junho de 2012, quando analistas do banco Credit Suisse reduziram a previs�o de crescimento do PIB brasileiro para 1,5%, ele desdenhou. “� uma piada. Vai ser muito mais do que isso”, afirmou � �poca. No fim do ano, mesmo a estimativa do banco su��o revelou-se excessivamente otimista: a expans�o da economia brasileira n�o passou de 0,9%.


Outro executivo de banco, tamb�m adepto do anonimato, v� nos defeitos de comunica��o do ministro algo mais s�rio do que a dificuldade para se expressar. “Ele fala coisas pol�micas. D� a impress�o de que a pol�tica monet�ria depende de aval do Pal�cio do Planalto”, exemplifica. Para o executivo, mais do que mera incontin�ncia verbal, o problema � resultado de um vi�s equivocado de pensamento. “Este � um governo que acredita em interven��o. O Mantega se encaixa nisso”, diz.

Pa�s vulner�vel Para complicar ainda mais as coisas, o Brasil foi colocado, no m�s passado, em segundo lugar em uma lista de 15 pa�ses vulner�veis que a presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, apresentou ao Congresso norte-americano. Delfim v� a� um exemplo das injusti�as sofridas pelo ministro. Ele viu nisso uma resposta � cr�tica feita por Mantega em 2011, quando disse que a desvaloriza��o do real era causada pela inje��o de recursos do Fed na economia dos Estados Unidos.
“No fundo, � uma esp�cie de vingan�a. Quando o Guido disse que tinha uma guerra cambial, aquilo amolou demais o Fed.

Porque era verdade. Na primeira oportunidade, resolveram tirar um sarro. Constru�ram um �ndice que leva em conta seis indicadores ponderados. Ent�o disseram: onde o Brasil � pior, eu aumento o peso. Onde o pa�s � bom, eu reduzo. Aquilo n�o tem o menor valor. Mas o mercado acredita”, afirma o ex-ministro. Uma amostra dos problemas de imagem que ele enfrenta no exterior � que, no fim de 2012, a revista brit�nica The Economist defendeu a sua sa�da. No m�s passado, foi a vez de outra publica��o do pa�s, o jornal Financial Times. “A sa�da dele faria toda diferen�a”, diz um executivo com alto cargo em um banco.


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