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Estado de Minas

Ascens�o dos brasileiros � classe m�dia e ao mercado de consumo produziu infla��o, diz BC

Presidente do BC atribui � demanda gerada pelos 40 milh�es que sa�ram da pobreza o fato de o �ndice estar acima da meta


postado em 19/03/2014 06:00 / atualizado em 19/03/2014 06:49

Bras�lia – A ascens�o social de cerca de 40 milh�es de brasileiros antes considerados pobres � classe m�dia e ao mercado de consumo produziu infla��o no pa�s. A avalia��o � do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que creditou � amplia��o da renda familiar parcela de culpa pelo hist�rico problema pre�os altos ao consumidor. Para o comandante da autoridade monet�ria, a persist�ncia da infla��o em patamar elevado “� algo estrutural”. “Quarenta milh�es de pessoas disputando consumo, n�o s� de servi�os, como de infraestrutura, tem impacto (nos pre�os)”, disse ontem, ao participar de audi�ncia com parlamentares da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado Federal.

H� quatro anos que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), o patamar oficial do custo de vida no pa�s, registra varia��o superior aos 4,5% ao ano. Isso quer dizer que a �ltima vez que o governo entregou uma infla��o perto do centro da meta foi em 2009. Ainda assim, porque, naquele ano, o pa�s mergulhou na crise econ�mica mundial, e o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,3%.

Era de se esperar, portanto, que os pre�os mais altos, ao estimularem o consumo, tenderiam a ser acompanhados de crescimento econ�mico maior. N�o foi o que aconteceu. Nos �ltimos tr�s anos, a m�dia de desempenho do PIB foi de apenas 2%. Enquanto isso, a infla��o disparou, ano a ano, em m�dia 6,08%, conforme c�lculos do Estado de Minas. A situa��o deve se repetir este ano. O consenso do mercado financeiro � que o IPCA registre alta de 6,11%, at� dezembro.

Vis�o ainda mais pessimista t�m os analistas que, em geral, mais acertam previs�es econ�micas. Chamados de Top 5, as cincos institui��es que lideram a pesquisa Focus, produzida pelo pr�prio BC, cravam que a infla��o saltar� este ano para 6,43%. Muito perto, portanto, do teto da meta perseguida pelo governo, de 6,5%.
H� analistas, no entanto, que acreditam que antes mesmo de dezembro os pre�os romper�o esse patamar. “J� em setembro vamos ter um IPCA acima de 6,5%”, disse o economista s�nior do BES Investimento, Fl�vio Serrano. A m� not�cia � que o pr�prio BC prev� que nem neste ano, nem em 2015 os pre�os voltar�o para o centro da meta, de 4,5%.

Diante de um quadro t�o pessimista tra�ado para a infla��o, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) quis saber de Alexandre Tombini se o Brasil estaria fadado a ter pre�os elevados durante um longo per�odo. De pronto, o presidente do BC rebateu: “N�o h� nada que nos condene a uma infla��o acima do centro da meta”, ele disse. “Vamos perseguir (os 4,5%). Ali�s, j� estamos perseguindo (esse patamar)”, justificou.

Juros Tombini lembrou que desde abril de 2013 o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) votou por oito reajustes consecutivos na taxa b�sica de juros. Com isso, a Selic saiu da m�nima hist�rica, 7,25% ao ano, e atingiu o patamar atual de 10,75%, alcan�ado ao fim de fevereiro. Curiosamente, esse � o mesmo n�vel em que os juros estavam quando a presidente Dilma Rousseff assumiu o governo, em janeiro de 2011.

Ainda nos primeiros meses daquele ano, a comandante do Executivo promoveu verdadeira cruzada contra os juros altos. A queda da Selic, ent�o, passou a ser uma das principais bandeiras de governo. “Deu no que deu. O BC cortou juros para garantir essa bandeira da presidente Dilma, e com isso a infla��o s� subiu”, disse o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC.

Em agosto de 2011 o Copom decidiu pelo corte em 0,5 ponto percentual na Selic, ent�o em 12,5% ao ano. Na ocasi�o, o BC, j� comandado por Tombini, justificou a medida como uma forma de preparar o Brasil para uma nova onda de turbul�ncia internacional provocada por um novo cap�tulo da crise econ�mica mundial de 2008. Naquele ano, o IPCA bateu no teto da meta perseguida pelo governo, 6,5% ao ano, e, por pouco, Tombini n�o teve de se explicar publicamente pelo descumprimento da meta.

 

Alimento sustenta  apetite do drag�o

 

Bras�lia – A escalada dos pre�os de alimentos in natura, como verduras, hortali�as e leguminosas, roubaram o lugar antes ocupado exclusivamente pelo tomate como o vil�o da vez da infla��o no pa�s. Durante audi�ncia com parlamentares da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, ontem, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que a alta varia��o dos �ndices de pre�os contribui para que a infla��o ainda mostre “resist�ncia”. Tamb�m chamou a aten��o para o fato de os �ndices estarem “ligeiramente acima do que se antecipava” e lembrou que parte dessa surpresa negativa se deve aos itens que v�m do campo. “Somem-se a isso press�es localizadas que ora se manifestam especialmente no segmento de alimentos in natura”, disse.

“A seca afetou os gr�os, depois veio a chuva e afetou os hortifrutis. Esses choques, por defini��o, s�o tempor�rios”, mencionou Tombini. A fala foi mal recebida pelo ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC, Alexandre Schwartsman. “Jogar a culpa da infla��o alta no clima � a salva��o da lavoura para esse governo”, disse. “O curioso � que, ano passado, mesmo com o os pre�os no campo caindo, a infla��o ficou distante da meta”, completou.

Em 2013, o �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA) registrou queda de 1,76%. No mesmo ano, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), o par�metro utilizado pelo governo para medir a infla��o no pa�s, acumulou varia��o de 5,91%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A meta perseguida pelo BC � 4,5% ao ano, com toler�ncia de dois pontos para baixo ou para cima.

Tempor�rio Parte dos analistas de mercado gostou da fala de Tombini sobre a press�o dos alimentos sobre a infla��o. O ponto que mais agradou foi Tombini citar que o choque sobre os pre�os �, “em princ�pio, tempor�rio e que tende a se reverter nos pr�ximos meses”. Operadores de grandes bancos interpretaram a fala como um sinal de que, para a autoridade monet�ria, a press�o sobre os pre�os pode se dissipar nos pr�ximos meses.

Esse grupo de analistas acredita, com isso, que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) promover� apenas mais uma eleva��o de 0,25 ponto nos juros b�sicos da economia, na reuni�o marcada para abril, e encerrar� o ciclo de ajuste na Selic iniciado no mesmo m�s de 2013. A avalia��o � baseada tamb�m em trecho da fala de Tombini, onde ele avisa que a pol�tica monet�ria deve se manter “especialmente vigilante”, visando garantir que os efeitos desse choque se restrinjam ao curto prazo.

As apostas de que a taxa Selic passar� dos atuais 10,75% para 11% at� o fim do ano dominaram o mercado de juros futuros de ontem. A maior parte dos contratos financeiros negociados na bolsa de valores tiveram leve alta. O t�tulo com vencimento em janeiro de 2015, um dos mais negociados, fechou em 11,17%, ante 11,15% no preg�o de segunda-feira. (DB)

 

 


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