Brasilia, 27 - Ao contr�rio dos �ltimos meses, em que garantia zero risco de faltar energia no Pa�s, o ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, mudou o discurso. Em entrevista ao Wall Street Journal, ele admitiu, pela primeira vez, a hip�tese de o governo lan�ar uma campanha de efici�ncia energ�tica para encorajar a popula��o a reduzir, voluntariamente, o consumo de energia el�trica. A medida pode ajudar a garantir que n�o exista quaisquer cortes de energia durante a Copa do Mundo.
Segundo ele, se as chuvas n�o aumentarem em abril ou maio, os reservat�rios das hidrel�tricas podem ficar comprometidos. O ministro disse que n�o deve haver nenhum racionamento de energia, o que poderia ser um dor de cabe�a para a presidente Dilma Rousseff em um ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo e ela se prepara para a campanha de reelei��o.
�N�o estamos trabalhando com a hip�tese de racionamento de energia�, disse Lob�o. �Temos a convic��o de que isso n�o ser� necess�rio.� No final do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001, o governo foi obrigado a decretar um racionamento de energia por causa do baixo n�vel dos reservat�rios. O programa previa multa aos clientes que n�o cumprissem a meta de redu��o de consumo - uma medida que foi bastante impopular. �N�o estamos planejando cobrar mais das pessoas que n�o economizarem energia�, disse Lob�o. �N�o vamos repetir o que ocorreu em 2001.�
O Brasil enfrenta uma das secas mais severas em d�cadas e alguns analistas acreditam que � grande a chance de um racionamento neste ano, talvez at� mesmo nos meses de junho e julho, quando ocorre a Copa do Mundo.
Para evitar problemas durante os jogos do mundial, o governo instalou duas subesta��es de energia el�trica em cada um dos 12 est�dios que receber�o os jogos, informou Lob�o, destacando que n�o h� risco de apag�es durante o torneio.
O ministro disse ainda que a demanda de energia n�o deve atingir picos durante a Copa do Mundo porque empresas e f�bricas devem paralisar suas atividades nos hor�rios dos jogos.
Alguns analistas sugerem que o governo est� atrasado e que deveria tomar medidas mais cedo, em vez de esperar por abril ou maio. Lob�o disse, no entanto, que o governo n�o quer come�ar um programa de efici�ncia energ�tica at� que seja absolutamente necess�rio, para evitar a propaga��o do medo de escassez real de energia. Agir agora �poderia ser entendido como o despertar do racionamento�, disse o ministro.
Lob�o afirmou tamb�m que o governo optou por n�o elevar os pre�os da energia neste ano porque n�o se sabe quanto de dinheiro extra ser� necess�rio para cobrir os custos da liga��o das t�rmicas. O ministro negou que a decis�o de n�o ajustar as contas teve car�ter pol�tico e disse que os valores ter�o de subir em 2015. (Dow Jones Newswires)