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Estado de Minas

Escassez de energia gera ganho de R$ 9 bilh�es


postado em 31/03/2014 09:31

S�o Paulo, 31 - Enquanto o governo federal faz malabarismos para financiar as perdas bilion�rias das distribuidoras de energia com a estiagem, um grupo seleto de agentes do setor el�trico contabiliza m�s a m�s ganhos extraordin�rios com o pre�o da energia, que chegou a R$ 822 o MWh em fevereiro. O valor movimentado nos dois primeiros meses do ano j� chega a quase R$ 9 bilh�es e quase um quarto desse total est� sendo faturado por apenas quatro empresas.

Os n�meros s�o guardados a sete chaves pela C�mara de Comercializa��o de Energia El�trica (CCEE). Mas o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a alguns dados que mostram que as geradoras Cemig, Cesp e Tractebel e o banco BTG Pactual est�o entre os que mais est�o faturando com a crise do setor el�trico. Diferentes fontes ligadas �s empresas e tamb�m ao governo confirmaram as posi��es, mas procuradas nenhuma das companhias quis comentar o assunto.

O volume financeiro total em fevereiro j� foi apurado, mas ainda n�o foi divulgado. Alguns t�cnicos do governo dizem que chegar� pr�ximo a R$ 6 bilh�es, mais que o dobro de janeiro. Na pr�tica, esse valor reflete o pre�o da energia no mercado � vista e d� a quantia exata do quanto trocou de m�os no per�odo. Quem tem energia sobrando recebe, quem est� descontratado paga.

Em janeiro, o chamado PLD (Pre�o da Liquida��o das Diferen�as), que reflete o custo do mercado � vista, foi de R$ 370 o MWh. Saltou para R$ 822 em fevereiro e o n�mero se repetiu em mar�o, o que significa que outros R$ 6 bilh�es devem ser contabilizados. Assim, em apenas tr�s meses R$ 15 bilh�es v�o mudar de m�os no mercado de energia.

Em janeiro, que � o �nico m�s do ano com os dados j� informados aos agentes, dos R$ 2,8 bilh�es movimentados, a Cesp e a Cemig receberam por volta de R$ 240 milh�es cada uma, equivalentes a uma m�dia de 1000 MW. O BTG Pactual e a Tractebel receberam cerca de R$ 120 milh�es cada. Essas companhias ganharam porque t�m energia em seu portf�lio que n�o foi vendida e por isso s�o liquidadas a PLD.

Quando o PLD est� elevado elas faturam e lucram. No caso das estatais paulista (Cesp) e mineira (Cemig), a energia est� sobrando porque elas n�o aderiram ao programa de renova��o das concess�es do governo federal que vencem em 2015. Sem aderir ao programa, ficaram com seus megawatts descontratados e agora ganham com os pre�os elevados no mercado � vista. E os pre�os est�o elevados por causa da estiagem, que est� secando os reservat�rios das usinas hidrel�tricas.

Mas os ganhos n�o est�o todos contabilizados na liquida��o financeira registrada na CCEE. A Cesp por exemplo tem feito leil�es de energia a R$ 750 o MWh antes de ter que liquidar a PLD. Quem compra essa energia o faz porque sabe que ainda vai ganhar a diferen�a at� os R$ 822, que est�o registrados na CCEE. Para a geradora, a vantagem � que ela n�o fica exposta � inadimpl�ncia do mercado, que em janeiro foi de 3%.

A Cemig informa que est� liquidando a PLD apenas a energia proveniente da usina de Jaguara em fun��o de uma liminar do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) que permitiu que a usina, com concess�o vencida em 2013, ficasse sob seu portf�lio. Diz tamb�m que est� perdendo com a distribuidora que est� exposta.

Distribuidoras

Na outra ponta, os grandes perdedores ser�o os consumidores de energia que v�o pagar essa conta nas pr�ximas revis�es tarif�rias das distribuidoras das quais est�o conectados. Num primeiro momento, quem arca com o custo s�o as pr�prias distribuidoras, que por isso est�o tendo dificuldades de caixa. Tanto que o governo anunciou um plano de socorro que prev� o desembolso de R$ 4 bilh�es do Tesouro e outros R$ 8 bilh�es em emiss�o de d�vidas em nome da CCEE.

No ano passado, o governo tentou resolver o problema com um leil�o de energia, mas teve pouca oferta em fun��o do pre�o teto de R$ 190 em contrato de um ano. As geradoras e comercializadoras com energia dispon�vel avaliaram que o pre�o estava baixo e acertaram. Em dois meses, ganharam mais do que se tivessem vendido a energia no pre�o-teto do leil�o. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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