Bras�lia – A companhia �rea Gol firmou um acordo de compartilhamento de voos (codeshare) nessa sexta-feira com a empresa a�rea TAP, de Portugal. O documento prev� ainda uma parceria entre os programas de relacionamento Smiles, da Gol, e Victoria, da TAP. A nova alian�a pode sinalizar uma futura fus�o entre as empresas, j� que o governo portugu�s pretende privatizar a a�rea europeia e vend�-la a uma companhia brasileira. Apesar do interesse de ambas as partes em criar uma parceria, o acordo precisa ainda de aprova��o da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) e do governo portugu�s para entrar em vigor.
O codeshare ampliar� os voos da TAP no territ�rio nacional , que j� opera com mais de 74 voos semanais de Portugal para S�o Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte, Bras�lia, Porto Alegre, Salvador, Natal, Fortaleza e Recife. A empresa portuguesa poder� incluir os seus c�digos nos voos da Gol e aumentar as conex�es com outros destinos brasileiros.
O vice-presidente Financeiro e de Rela��es com Investidores da Gol, Edmar Prado Lopes, comenta que � comum esse tipo de acordos entre as companhias para ampliarem as participa��es no mercado. “N�o h� nenhuma transa��o envolvendo compra ou controle. O governo portugu�s j� n�o fala sobre esse assunto h� alguns meses”, ressalta Lopes. Questionado se pode haver novos an�ncios de parcerias, Edmar Lopes afirmou que “sempre est� avaliando as oportunidades”, mas alega que, no momento, n�o h� nenhuma proposta prevista.
A Gol n�o possui nenhuma alian�a global e busca fazer acordos como alternativa para ampliar o seu mercado. A empresa brasileira j� tem acordos semelhantes com Delta Airlines, Air France/KLM, Iberia, Qatar Airways e, mais recentemente, Aerol�neas Argentinas. “Como a companhia n�o participa oficialmente de grandes alian�as, � natural que tente aumentar a oferta de voos para o exterior por meio de acordos”, explica o especialista em avia��o Cleveland Prates Teixeira.
O especialista v� a atitude da �rea brasileira como uma estrat�gia de sobreviv�ncia. “Isso vai ser positivo para o consumidor, que ter� mais destinos dispon�veis”, afirma. Por ser uma opera��o de baixa complexidade e n�o envolver sobreposi��o de rotas, observa Teixeira, o acordo feito entre as duas companhias “n�o enfrentar� problemas para ser aprovado no Cade e pela Anac”.
Milhagem Quanto aos programas de fidelidade, os consumidores poder�o acumular e resgatar milhas em todos os voos operados pelas duas empresas. O vice-presidente Financeiro da Gol garante que os consumidores n�o ser�o afetados com a nova parceria. “Aumentamos o leque de oportunidades. Oferecemos aos nossos clientes Smiles uma maior possibilidade ter acesso ao mercado europeu, sem que a Gol precise comprar aeronaves maiores, com dois corredores.”
A coordenadora institucional da Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria In�s Dolci, alerta que o acordo, caso seja aprovado, pode trazer d�vidas aos clientes em rela��o ao resgate de pontos e troca de milhas. “O consumidor deve checar a quantidade de milhas por trecho voado. Como a quantidade de milhas por trecho � definida pela companhia do voo, mesmo em destinos compartilhados, � preciso verificar qual ser� a pol�tica adotada por ambas as empresas”, esclarece.