O BNDES bancar� a compra dos conversores digitais de TV que as empresas de telecomunica��es ter�o de fornecer aos benefici�rios de programas sociais se quiserem levar um dos lotes do pr�ximo leil�o de 4G. A informa��o foi confirmada nesta ter�a-feira, pelo ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, que garantiu que a ind�stria nacional de eletr�nicos ter� plenas condi��es de oferecer os cerca de 27 milh�es de aparelhos necess�rios para atender a todos os domic�lios onde moram as 72,7 milh�es de pessoas que est�o inscritas no Cadastro �nico da Uni�o.
"N�o podemos encerrar a transmiss�o anal�gica de televis�o sem que os conversores cheguem �s casas das pessoas. Temos que ter provid�ncias para garantir a transi��o porque a televis�o ainda � o entretenimento mais presente nos lares brasileiros", afirmou Bernardo.
De acordo com uma fonte graduada da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), a estimativa de gasto adicional que as teles que vencerem o leil�o de 4G teriam apenas com os conversores digitais ultrapassa R$ 1,3 bilh�o. Esse c�lculo considera 27 milh�es de unidades por um pre�o m�dio de R$ 50. E seria justamente esse o valor que seria financiado pelo BNDES.
"O BNDES com certeza ir� participar, n�o s� no financiamento para as empresas de telecomunica��es adquirirem os aparelhos, mas tamb�m emprestando para os fabricantes nacionais. Trata-se de uma atividade econ�mica necess�ria e oportuna para o pa�s. Se j� n�o houver uma linha de cr�dito espec�fica para isso, o banco deve cri�-la", enfatizou Bernardo.
Falta
Para o ministro, n�o faltar�o aparelhos no mercado. "A ind�stria de aparelhos eletr�nicos e de inform�tica � uma das que mais crescem no Brasil. Dados recentes mostram uma expans�o superior a 30% na produ��o do setor."
O apoio do BNDES alivia ainda mais o peso financeiro para que as companhias de telecomunica��es adquiram a faixa de 700 mega-hertz (MHz) para refor�arem seus servi�os de 4G. Embora a frequ�ncia seja avaliada em R$ 12 bilh�es, o Minist�rio da Fazenda espera uma arrecada��o de apenas R$ 7,5 bilh�es com o certame, cujo edital est� em fase de consulta p�blica, ainda sem valores.
A distribui��o dos conversores digitais - e a instala��o de filtros anti-interfer�ncia do 4G no sinal de TV digital - � praticamente a �nica obriga��o que as teles ter�o na faixa de 700 MHz. Com o BNDES por tr�s dessa opera��o, avaliou o ministro, o leil�o se torna ainda mais atrativo para que novas empresas de telecomunica��es possam entrar no mercado brasileiro.
"O leil�o anterior de 4G ( na faixa de 2,5 gigahertz, realizado em 2012) tinha metas r�gidas de cobertura, que o novo edital n�o traz. Esse edital de 2014 � mais ben�fico para novas companhias que poder�o estrear no Brasil com mais competitividade", avaliou Bernardo. Ele revelou ainda que o governo pretende fazer "road shows" nos Estados Unidos, Europa e at� mesmo na �sia para apresentar as condi��es do leil�o a potenciais interessados.
Ainda em 2007, o ex-presidente Lula anunciou a libera��o de R$ 1 bilh�o pelo banco de fomento para financiar a venda no varejo do produto a pre�os populares. Procurado, o BNDES informou que essa linha j� se encontra desativada, mas o banco ainda possui linhas abertas para a pesquisa e desenvolvimento dos conversores, produ��o de softwares e aparelhamento das emissoras. "O BNDES poder� estudar a abertura de linhas para a aquisi��o dos aparelhos dependendo da demanda e da necessidade futura", acrescentou a institui��o, por meio de sua assessoria de imprensa.
Radiodifusores
Para Bernardo, a proposta de regulamento de conviv�ncia entre o 4G no 700 MHz e a TV Digital deve tranquilizar os radiodifusores, que fazem lobby pelo adiamento do leil�o at� que haja a garantia de que um servi�o n�o causar� interfer�ncia no outro. "A nossa expectativa � de que esse regulamento seja suficiente. Al�m disso, as emissoras ter�o outra tranquilidade porque o edital determina que as teles sejam as respons�veis pela instala��o dos filtros necess�rios onde houver interfer�ncia", avaliou.
O Brasil j� conta com o 4G na faixa de 2,5 GHz nas maiores cidades, mas essa frequ�ncia � compat�vel com n�mero menor de aparelhos de celular e ainda tem alcance menor, o que obriga as empresas a instalarem mais antenas. Com o 4G na faixa de 700 MHz, as teles poder�o ampliar o alcance do servi�o e colocar uma variedade maior de aparelhos celulares no mercado. "A nossa expectativa � de fazer um bom leil�o, que com certeza vai propiciar o crescimento da oferta do servi�o principalmente nas regi�es metropolitanas", concluiu Bernardo.