S�o Paulo, 20 - Tallis Gomes, de 27 anos, gastou muita sola de sapato para fazer seu aplicativo, o Easy Taxi, vingar no Brasil. Para divulgar o aplicativo criado em 2011 em uma competi��o de startups, teve de jogar futebol com taxistas, distribuir folhetos em postos de combust�vel e dar plant�o na porta de hot�is do Rio para pedir aos �gringos� que chamassem um t�xi pelo servi�o. O mesmo se repetiu em 30 pa�ses para transformar a startup em multinacional.
Gomes iniciou uma corrida no mundo para lan�ar o Easy Taxi. Em outubro de 2012, abriu a primeira opera��o internacional, no M�xico. Desde ent�o, sua rotina � passar tr�s semanas no Brasil e viajar dois meses para estruturar a opera��o em novos mercados. �Velocidade � tudo nesse neg�cio. Temos a chance de ser o �first mover� em v�rios pa�ses�.
A expans�o internacional come�ou ap�s a empresa receber investimentos do fundo alem�o Rocket Internet, atual controlador da companhia. Na ocasi�o, a Rocket avisou que pretendia transformar a startup brasileira em l�der global. Naquele momento, v�rias empresas de aplicativo de t�xi nasciam pelo mundo, mas n�o havia ainda um grande player consolidado.
O lan�amento da Easy Taxi em um novo mercado come�a com a contrata��o de um executivo para tocar a opera��o local, recrutamento feito com o aux�lio da Rocket no pa�s. Para colocar o aplicativo na rua, a f�rmula � similar � testada no Brasil - plant�o em postos de combust�vel e muita divulga��o.
A empresa s� conseguiu pagar essa conta depois de receber R$ 55 milh�es em aportes de tr�s fundos de venture capital - Rocket, Millicom e Latin America Internet Holding (LIH).
Hoje a Easy Taxi tem rede de 120 mil taxistas em 30 pa�ses, como Cingapura, Nig�ria e Egito e se diz l�der global de mercado. Outros grandes players t�m cobertura menor. A alem� My Taxi, criada em 2009, est� em seis pa�ses. Mesma cobertura tem a londrina Hailo Black Cab, lan�ada em novembro de 2011.
No Brasil, a Easy Taxi tem concorrentes de peso, principalmente a 99 Taxis. A empresa, criada em 2012, ainda n�o avan�ou no exterior, mas disputa a lideran�a do mercado com a Easy Taxi no Brasil. As duas t�m base de 40 mil taxistas e est�o presentes em 100 cidades.
Gomes desenhou em uma noite o modelo de neg�cios da Easy Taxi. Ele disputava em 2011 a Startup Weekend, no Rio, uma competi��o de ideias para empresas novatas, apostando na cria��o de um aplicativo que desse informa��es em tempo real para os usu�rios sobre a localiza��o de �nibus.
Ideia
Um dos avaliadores sugeriu que ele procurasse outra ideia para seguir na competi��o, pois o Google trabalhava em algo parecido. Na sa�da do evento, passou 40 minutos procurando um t�xi em dia de chuva. Foi naquele momento que pensou em construir um aplicativo para chamar t�xi pelo celular.
O primeiro prot�tipo foi constru�do no dia seguinte e conseguiu dois passageiros. �Foi suficiente para validar a ideia e ganhar a competi��o.�
O neg�cio trazia um conceito similar ao de radiot�xi, mas dependia do uso de smartphones por taxistas e clientes, o que n�o era comum tr�s anos atr�s.
Ap�s duas tentativas frustradas de lan�ar o aplicativo como servi�o para cooperativas e frotistas, Gomes encarou a miss�o de convencer taxistas a comprarem smartphones. Foi a� que passou a frequentar o churrasco da associa��o de taxistas e se aproximar dos l�deres do grupo. Uns 20 deles compraram a ideia - e smartphones-, mas reclamavam que faltava passageiros para pagar o investimento.
A solu��o foi dar plant�o na porta dos hot�is do Rio e convencer h�spedes a baixar o aplicativo. Em pouco tempo, se espalhou entre os taxistas que o aplicativo �trazia corrida de gringo�, lembra Gomes. �Depois disso, v�rios taxistas baixaram o aplicativo e ele pegou.�
Apesar do crescimento, a Easy Taxi n�o � rent�vel, admite Gomes, sem revelar n�meros. O lucro n�o � prioridade neste momento, diz. �Estamos na fase de investir. A meta � fechar o ano com o aplicativo lan�ado em 50 pa�ses.� As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.