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Estado de Minas

Alta da infla��o dificulta ganho real da poupan�a


postado em 21/04/2014 08:19

S�o Paulo, 21 - Em 2013, a capta��o da caderneta de poupan�a foi recorde: R$ 71 bilh�es. Ganhou de muitos fundos de renda fixa, mesmo com o ciclo de alta dos juros b�sicos (taxa Selic). Neste come�o de ano, no entanto, o cen�rio � outro: a volta da Selic aos dois d�gitos e a perspectiva de infla��o pr�xima ao teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, parecem minar parte da atratividade da aplica��o mais popular do Brasil.

De acordo com o Banco Central, de janeiro a mar�o a diferen�a entre aplica��es e resgates das poupan�as (a chamada capta��o l�quida) foi 49% inferior � registrada no mesmo per�odo de 2013. Se comparada aos �ltimos tr�s meses do ano passado, o tombo � ainda maior: 76%.

No atual panorama macroecon�mico, o retorno da poupan�a tende a empatar ou at� ficar abaixo da infla��o. �A poupan�a render� cerca de 6,5% ao ano e a infla��o j� est� girando em torno disso�, alerta o diretor da Easyinvest T�tulo Corretora, Amerson Magalh�es.

Caso o cen�rio se mantenha, haver� perdas do poder de compra dessas aplica��es. Quem investiu qualquer quantia na poupan�a em 1� janeiro, por exemplo, j� est� perdendo. �No acumulado de 2014, a caderneta rendeu 1,73% ante uma infla��o de 2,17%�, compara o pesquisador do Instituto Assaf, Fabiano Guasti Lima.

A regra da poupan�a mudou em 2012. Hoje, quando a taxa Selic est� em 8,5% ao ano ou abaixo desse n�vel, a caderneta rende 70% do juro b�sico mais a varia��o da Taxa Referencial (TR). Acima disso - caso do atual momento - a poupan�a rende 0,5% ao m�s ou 6,38% ao ano, fora a TR.

Em 12 meses, a Selic subiu 3,5 pontos, para 11% ao ano, o que ajuda a aumentar um pouco o rendimento da TR. Ainda n�o h� consenso no mercado sobre a continuidade da alta do juro b�sico, mas, de todo modo, novas eleva��es n�o devem ter impacto significativo na TR a ponto de melhorar a situa��o da poupan�a.

A estimativa � que fundos DI com taxa de administra��o de at� 1% j� superem os rendimentos da caderneta. Pelos dados da Associa��o Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a taxa m�dia dos fundos referenciados DI em janeiro era de 0,73% (para qualquer cliente). S� para varejo a m�dia era maior: 1,17%. Aplica��es atreladas � infla��o tamb�m vivem uma boa fase e ajudam a tirar o brilho da poupan�a.

Alternativas

Com pre�os e juros subindo, especialistas indicam produtos que ofere�am maiores possibilidades de ganho. �Com o aumento da infla��o, o investidor precisa tomar bastante cuidado�, diz Magalh�es, da Easyinvest.

Ele destaca a seguran�a trazida por carteiras mais diversificadas de investimento. �O ideal � fazer um mix, comparando liquidez e rentabilidade�. Mas, caso os pre�os se mantenham em alta, a t�tica pode n�o adiantar. �N�o h� garantia de bater a infla��o mesmo diversificando as aplica��es�, diz o administrador de investimentos, F�bio Colombo.

De uma forma ou de outra, entre as alternativas � poupan�a est� o Tesouro Direto. Os t�tulos p�blicos atrelados � infla��o - Notas do Tesouro Nacional S�rie B (NTN-B) e S�rie B Principal (NTN-B Principal) - atualmente pagam juro fixo a partir de 6% ao ano mais a varia��o do IPCA. Ou seja, o investidor fica protegido do aumento dos pre�os e tem um ganho real de 6% ou mais.

No Tesouro Direto, o investimento m�nimo � de uma fra��o de 10% do valor do t�tulo inteiro. Portanto, como o papel mais barato custa pouco mais de R$ 600, a aplica��o m�nima � de R$ 60. Quanto � liquidez, o governo promove leil�es de recompra dos pap�is todas as quartas-feiras, mas o indicado � permanecer at� o vencimento. � importante ressaltar tamb�m que os t�tulos p�blicos, assim como os fundos de investimento, sofrem cobran�a de Imposto de Renda.

�A lista de produtos do mercado hoje � muito vasta. Devem ser observados dois pontos na escolha: o prazo que se pretende investir, para saber quanto de imposto ser� pago, e a taxa de administra��o�, diz Lima.

Entre as aplica��es que n�o possuem IR nem taxa de administra��o, como a poupan�a, h� as Letras de Cr�dito Imobili�rio (LCI) e as Letras de Cr�dito do Agroneg�cio (LCA). Nesses casos, as desvantagens s�o a baixa liquidez e o alto valor inicial para as aplica��es (em torno de R$ 30 mil).

Pequenas economias

Apesar do cen�rio mais desfavor�vel, a poupan�a n�o deixou de ser indicada para certos casos. �Se uma pessoa tem um compromisso pr�ximo, como uma viagem ou o pagamento de parcelas de um carro, a poupan�a ainda � uma boa escolha. O dinheiro rende, mas rende pouco�, diz Lima.

Mais do que um investimento, a poupan�a � uma �prote��o contra a pobreza� na compreens�o do brasileiro, diz o coordenador do Centro de Estudos em Finan�as da FGV/SP, William Eid J�nior. �Mesmo que perca rentabilidade, estudos comportamentais mostram que n�o necessariamente o brasileiro trocar� a modalidade de investimento.�

Para o professor de finan�as do Insper, Ricardo Rocha, trata-se de uma boa porta de entrada no mercado financeiro. �A caderneta serve para iniciar o processo de acumula��o de recursos com uma liquidez de curto prazo�, explica. A partir de R$ 10 mil e prazos mais longos (de dois anos), j� � poss�vel migrar para fundos DI ou de renda fixa ou ainda para Tesouro Direto, defende Rocha.

Em 2013, 55,5% das aplica��es da poupan�a eram de at� R$ 100, segundo balan�o do Fundo Garantidor de Cr�dito (FGC). Estendendo o universo para at� R$ 20 mil, chega-se ao porcentual de 95% do total de investidores da caderneta.

(Hugo Passarelli, Mariana Congo e Yolanda Fordelone)

As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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