Buenos Aires, 21 - O ministro Mauro Borges da Ind�stria, Desenvolvimento e Com�rcio Exterior (MDIC), desembarca nesta ter�a-feira, 22, na capital argentina acompanhado por diversos assessores para uma reuni�o com representantes da �rea econ�mica do governo da presidente Cristina Kirchner. Borges analisar� com os argentinos formas de reativar o com�rcio bilateral, que caiu 17% no primeiro trimestre deste ano em compara��o com o mesmo per�odo de 2013. A agenda bilateral tamb�m est� marcada pelas barreiras alfandeg�rias aplicadas pelo governo Kirchner.
Entre os produtos com problemas para entrar no s�cio do Mercosul - bloco no qual teoricamente predominaria o livre com�rcio - est�o os ve�culos Made in Brazil, fato que est� preocupando a Associa��o de Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Luiz Moan, reuniu-se na semana passada com a presidente Dilma Rousseff para expressar sua preocupa��o pela queda nas vendas ao mercado argentino. As exporta��es de ve�culos brasileiros para o mercado argentino registraram uma queda de 32% no primeiro trimestre.
Os dois pa�ses tamb�m est�o atrasados na negocia��o do novo regime automotivo, j� que o atual, que completou cinco anos, vence em julho. As discuss�es sobre o assunto est�o emperradas desde o ano passado.
Promessas.
Em diversas ocasi�es, ao longo do �ltimo ano, o governo Kirchner prometeu flexibilizar as barreiras comerciais que aplica a diversos produtos Made in Brazil. Tal promessa havia sido realizada na primeira semana de dezembro ao antecessor de Borges, o ent�o ministro Fernando Pimentel. A mesma promessa tamb�m havia sido feita ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo em outubro. Na ocasi�o o chanceler argentino H�ctor Timerman havia afirmado que a administra��o Kirchner tinha a inten��o de resolver o caso "prontamente". Apesar das promessas, as barreiras argentinas permanecem. Quando fez sua primeira visita a Buenos Aires no posto de ministro, no dia 16 de mar�o, Borges conversou com o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, sobre a implementa��o de "mecanismos alternativos de financiamento que viabilizem o fortalecimento do com�rcio bilateral".
Na ocasi�o o governo Kirchner sequer fez novas promessas sobre uma solu��o para os problemas na entrada de produtos brasileiros. Na �poca, ao partir de Buenos Aires, ap�s a reuni�o com Kicillof, Borges sustentou que n�o possu�a "uma bala de prata" para resolver os conflitos comerciais com a Argentina. Segundo ele, as barreiras "�s vezes aparecem" e "devem ser resolvidas".
Peda�os.
O governador da prov�ncia de C�rdoba, Jos� Manuel de la Sota, declarou que o mercado dom�stico de autom�veis "est� caindo aos peda�os". De la Sota, governador da prov�ncia de que concentra a maior parte das empresas de autope�as da Argentina, criticou a presidente Cristina pelos aumentos "exagerados" de impostos sobre ve�culos. Segundo De la Sota, que nos anos 90 foi embaixador no Brasil, o setor automotivo argentino est� emitindo sinais de alerta com demiss�es em pequenas empresas de autope�as e metal�rgicas, al�m da Iveco e Renault. A Volkswagen est� negociando com os sindicatos uma sa�da para evitar demiss�es.