Montadoras asi�ticas escapam da crise

Enquanto as maiores montadoras enfrentam dificuldades no mercado brasileiro e cortam produ��o com f�rias coletivas e suspens�o de contratos de trabalho (lay-off), um grupo de pequenas fabricantes, todas marcas asi�ticas, ainda n�o foi atingido pela atual crise no setor automotivo.

Hyundai, Toyota, Honda e Mitsubishi operam suas f�bricas sem medidas de restri��o. A Honda, que desde janeiro suspendeu as horas extras que realizava na f�brica de Sumar� (SP), estuda retomar o trabalho adicional nos pr�ximos meses.

A suspens�o do trabalho extra, em m�dia de duas horas por dia, � consequ�ncia da mudan�a de toda a linha de ve�culos. “Estamos renovando todos os nossos produtos e, por isso, diminu�mos a produ��o das vers�es atuais”, diz Roberto Akiyama, vice-presidente da Honda Autom�veis do Brasil.

At� setembro, a marca japonesa vai renovar os tr�s modelos em linha atualmente e em 2015 entrar� num novo segmento. Nesta segunda-feira (28), a Honda lan�a o novo Fit. Em julho, chega o Civic reestilizado e, em setembro, o novo City. No come�o do pr�ximo ano iniciar� a produ��o do utilit�rio de pequeno porte chamado no Jap�o de Vezel e que ter� outro nome no Brasil.

“Mesmo com o an�ncio dos novos modelos, as vers�es atuais seguem com vendas fortes”, afirma Akiyama. No primeiro trimestre, as vendas da marca cresceram 5,6%, para 29,2 mil unidades, num mercado total que caiu 1,7% em compara��o a igual per�odo de 2013, somando 775,3 mil carros e comerciais leves.

O novo Fit chega ao Brasil seis meses ap�s seu lan�amento no Jap�o. Segundo Akiyama, com o centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, inaugurado este ano, a empresa ganhou agilidade no processo de nacionaliza��o dos ve�culos. “Antes, processos como adapta��o do carro ao motor flex e refor�o da estrutura em raz�o das condi��es das estradas brasileiras levavam de 8 a 12 meses.”

O centro tem 300 engenheiros, n�mero que chegar� a 500 em dois anos. At� l�, a Honda pretende ter 90% de componentes regionais em seus ve�culos, em compara��o � m�dia atual de 70%. Os novos modelos como Fit e Civic chegam com 80% de conte�do local. Entre os itens nacionalizados est�o componentes do sistema de partido a frio, que elimina o tanquinho de gasolina usado na partida, antes importado da �sia.

O grupo constr�i nova f�brica em Itirapina (SP), a ser inaugurada em 2015, e projeta para este ano alta de 3,8% em suas vendas. A f�brica de Sumar�, que opera em plena capacidade de 540 carros ao dia, em dois turnos, dar� dez dias de f�rias coletivas a parte dos 3,4 mil funcion�rios em julho e dez dias em dezembro. Segundo Akiyama, ser�o feitos ajustes para a introdu��o dos novos modelos.

Fila de espera

A tamb�m japonesa Toyota cresceu 5%, para 36,5 mil unidades. O rec�m-lan�ado novo Corolla tem fila de espera de 40 dias. A f�brica de Sumar� (SP) opera em capacidade total de 320 unidades ao dia e recorre a trabalho extra em dois s�bados por m�s. A unidade de Sorocaba (SP), que produz o compacto Etios, tamb�m trabalha no mesmo ritmo de 320 carros por hora, segundo um porta-voz da empresa.

A coreana Hyundai dar� f�rias de 12 dias em julho aos funcion�rios da f�brica de Piracicaba (SP), a exemplo do que fez o ano passado. Segundo o gerente de Rela��es P�blicas e Imprensa Maur�cio Jord�o, trata-se de acerto com os funcion�rios, e n�o visa a reduzir produ��o. A f�brica inaugurada h� menos de dois anos opera com tr�s turnos e tem capacidade para 150 mil carros ao ano, mas pode atingir at� 180 mil com ajustes.

A marca vendeu 38,1 mil unidades do HB20 e seus derivados no primeiro trimestre, alta de 20,2% em rela��o ao ano passado. Outra japonesa, a Mitsubishi, com f�brica em Catal�o (GO), atribui o aumento de 8,4% em suas vendas � chegada dos novos produtos, como o crossover ASX, que passou a ser feito no Pa�s no segundo semestre de 2013. A f�brica emprega 3,8 mil pessoas, trabalha em um �nico turno e n�o h� previs�o de paradas no momento.

Ricardo Pazzianotto, s�cio da PricewaterhouseCoopers, ressalta que “cada montadora tem tamanhos, produtos e estrat�gias diferentes para o mercado interno e para exporta��es e s�o impactadas de diferentes formas”. Em per�odos de crise, marcas que atuam com linha limitada e estrutura enxuta tendem a ser menos afetadas do que aquelas de grande porte, com um portf�lio mais variado.

Entre as grandes fabricantes, a Volkswagen teve queda de 13,5% nas vendas do primeiro trimestre (135,5 mil unidades). Em dezembro, deixou de produzir a Kombi e o Gol G4, em raz�o da obrigatoriedade de instala��o de airbag e freio ABS. A empresa lan�ou recentemente o compacto up!, que na semana passada ganhou vers�o com duas portas, a mais barata da linha.

As vendas da Fiat ca�ram 2,2% (174,7 mil) e as da GM, 3% (136,9 mil). A Ford caiu 0,6% (70,4 mil) e � outra marca que est� renovando toda a sua linha e, por enquanto, n�o reduziu a produ��o. No segundo semestre, a Ford lan�ar� o novo Ka nas vers�es hatch e sed�. A Renault cresceu 21,7% (51,8 mil), mas no in�cio de 2013 a f�brica ficou parada para obras de amplia��o.