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Estado de Minas

Corre��es da Bolsa-Fam�lia e da tabela do IR pesam no super�vit

O gasto � de R$ 8,9 bi com 'bondades'. Alta na al�quota de bebidas paga parte da fatura


postado em 02/05/2014 00:12 / atualizado em 02/05/2014 07:10

Simone Kafruni


Bras�lia – A decis�o pol�tica da presidente Dilma Rousseff — em queda nas pesquisas eleitorais —, de reajustar o Bolsa-Fam�lia em 10% e corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) em 4,5%, custar� R$ 8,9 bilh�es aos cofres p�blicos em 2014 e 2015. O Minist�rio da Fazenda estimou que apenas o impacto da atualiza��o do IR ser� de R$ 5,3 bilh�es no ano que vem. Pelas contas do economista-chefe do Ita� Unibanco, Ilan Goldfajn, no caso do Bolsa-Fam�lia, o gasto adicional em 2014 ser� de R$ 1,3 bilh�o. Em 2015, j� com o futuro presidente empossado, a fatura subir� para R$ 2,3 bilh�es.

Parte dessa fatura, conforme Goldfajn, ser� paga pelo recente aumento dos impostos sobre bebidas (cervejas, refrigerantes e sucos), que deve elevar as receitas em R$ 3,6 bilh�es. Muitos especialistas acreditavam que o aumento da al�quota seria usado para pagar a conta da energia el�trica, mas o pronunciamento da presidente, na v�spera do Dia do Trabalho, deixou claro que ela est� mais preocupada em brecar a queda nas pesquisas eleitorais.

“Uma pol�tica or�ament�ria expansionista continua em vigor”, acrescentou Goldfajn. Justamente no pior momento fiscal, quando o super�vit prim�rio (economia para pagar juros da d�vida) fechou os primeiros tr�s meses do ano em R$ 13,048 bilh�es, equivalente a 1,08% do Produto Interno Bruto (PIB). O pior resultado para primeiro trimestre desde 2010. “Continuamos a ver ventos contr�rios para o governo atingir a meta deste ano (1,9% do PIB). Prevemos um super�vit prim�rio de 1,3% do PIB”, ressaltou.

Para o economista Raul Velloso, o discurso da presidente preocupa ainda mais, porque Dilma tamb�m anunciou que vai manter a pol�tica de aumentar o sal�rio m�nimo acima da infla��o nos pr�ximos anos. “O ideal seria fazer caixa para pagar essa conta com corte de gastos, mas, infelizmente, o impacto � aumento da carga tribut�ria”, afirmou. Velloso alertou que n�o h� como o or�amento aguentar os reajustes acima da infla��o. “A tend�ncia desses gastos � explosiva. Previd�ncia, programas assistenciais e pessoal j� consomem 74% do gasto efetivo do governo. O tamanho dessa fatura � gigante”, disse.

Pelos c�lculos de Velloso, se continuarem a ser reajustados acima da infla��o, tais custos v�o dobrar at� 2040 e comprometer 140% do or�amento. “� insustent�vel. Ou vem mais infla��o ou mais aumento de impostos. � como botar lenha na fogueira. Acentua a trajet�ria explosiva”, sublinhou o economista.

Na avalia��o do ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), o aumento do Bolsa-Fam�lia j� era esperado e ser� absorvido pelo aumento de impostos das bebidas. “N�o acredito que seja uma medida expansionista em termos fiscais”, disse. Contudo, ele admitiu ter ficado preocupado com o an�ncio de que o sal�rio m�nimo continuar� a ter aumentos reais acima da infla��o. “Com crescimento baixo do PIB, essa medida n�o tem impacto t�o grande, mas em um cen�rio de expans�o o efeito � preocupante”, avaliou.


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