Acordos de fus�es e aquisi��es est�o sujeitos a riscos n�o previstos na hora do fechamento de um neg�cio. D�vidas tribut�rias, falta de licen�as para funcionamento e uma s�rie de outros "imprevistos" s�o geralmente levados em conta e, a partir de um acordo entre comprador e vendedor, parte da cifra envolvida no neg�cio � separada para eventuais preju�zos futuros. Para evitar que esse dinheiro fique parado, muitas vezes por anos, a seguradora AIG est� propondo a substitui��o dessa "cau��o" por uma ap�lice de seguro.
O produto, que existe h� pelo menos uma d�cada no exterior, passar� a ser ofertado pela AIG no Pa�s ap�s ser adaptado �s exig�ncias do �rg�o regulador do segmento, a Superintend�ncia de Seguros Privados (Susep).
A ideia da empresa � pegar carona no aquecido mercado de fus�es e aquisi��es no Pa�s. Um relat�rio da Bain & Company mostra que, apesar do crescimento econ�mico baixo no ano passado - de 2,2% -, o n�mero de acordos de vendas de participa��es em empresas saltou 43% em 2013, na compara��o com 2012. "Com a incerteza na economia, surgem oportunidades de investimentos, a bons pre�os, para o setor de private equity", diz Andr� Castellini, s�cio da Bain & Company.
Venda
O trabalho da seguradora americana AIG, a partir de agora, ser� convencer escrit�rios de advocacia e bancos de investimento envolvidos nessas negocia��es a aconselhar seus clientes a trocar o dep�sito em conta ou a fian�a banc�ria - ambos pr�ticas antigas no mercado brasileiro - por uma ap�lice de seguro.
Hoje, as garantias em caso de obriga��es n�o programadas ap�s um acordo de fus�o ou aquisi��o s�o feitas para beneficiar a parte compradora, explica Marcos Flesch, s�cio do escrit�rio Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados. As empresas envolvidas chegam a um acordo sobre um valor.
No caso da conta de garantia, o dinheiro � depositado e geralmente recebe remunera��o de renda fixa. Com uma carta fian�a nas m�os, o vendedor fica desobrigado da "cau��o", mas ter� de ressarcir o banco emissor caso o dinheiro tenha de ser utilizado.
Para o advogado, um seguro para o setor s� ser� realmente inovador se cobrir o neg�cio inteiro, e n�o apenas o comprador ou o vendedor. Segundo vice-presidente global de seguros para fus�es e aquisi��es da AIG, Mary Duffy, a ap�lice ter� justamente a inten��o de evitar o privil�gio a uma das partes.
A executiva diz que a seguradora s� acionar� o vendedor caso tenha ocorrido uma fraude clara nos n�meros da companhia. Mesmo que o uso da ap�lice tenha sido motivada por inconsist�ncias no processo de due dilligence (auditoria) do neg�cio, ela explica que o �nus ficar� a cargo da seguradora, sem custos extras para as partes.
A AIG espera que o seguro incentive as companhias a definirem valores mais generosos para preju�zos futuros. "Hoje, o valor acaba sendo definido em uma negocia��o entre comprador e vendedor", diz Mary. Geralmente, a empresa vendida - que deixa o dinheiro parado no banco - tenta reduzir o porcentual da cifra do neg�cio que ficar� na conta de garantia.
A AIG espera emitir ap�lices para fus�es e aquisi��es entre US$ 20 milh�es e US$ 1 bilh�o. A empresa diz que as partes dever�o pagar entre 3% e 7% do valor segurado � AIG. Caso as partes decidam fazer uma reserva de US$ 100 milh�es em um neg�cio de US$ 1 bilh�o, por exemplo, o custo da ap�lice poder� variar de US$ 3 milh�es a US$ 7 milh�es.