A 26 dias da Copa do Mundo 2014, empres�rios no entorno do Mineir�o correm para fazer os �ltimos reajustes para faturar a grana extra nos 30 dias do torneio de futebol. Nos bares e restaurantes da Regi�o da Pampulha, locais que s�o considerados o segundo est�dio da capital, a expectativa � aumentar entre 70% e 100% o faturamento e movimento, j� que os 384 mil turistas previstos para chegar a Belo Horizonte pretendem gastar al�m dos jogos e movimentar os bares da cidade. De acordo com a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), a expectativa � que o setor movimente cerca de R$ 500 milh�es no estado durante a Copa do Mundo.
Pensando em atender ao p�blico que n�o vai para o est�dio ou que queira fazer um esquenta antes dos jogos que ocorrem em BH — em 14, 17, 21, 24 e 28 de junho e 8 de julho –, empres�rios modificaram os espa�os: modernizaram com a implementa��o de totem de mesas para tradu��o de card�pio do portugu�s para o ingl�s, instalaram TVs e tel�es. E prepararam promo��es para fisgar os clientes. Entre os turistas esperados em BH, 62 mil devem ser estrangeiros e 322 mil brasileiros de outros estados. O Minist�rio do Turismo (Mtur) estima que gasto m�dio por torcedor estrangeiro deve ser de R$ 5,5 mil, incluindo as despesas com passagens a�reas e valores gastos no pa�s de origem.
A maioria dos bares e restaurantes na regi�o n�o vai trabalhar com reservas. Na Avenida Fleming, uma das mais movimentadas do bairro e conhecida pela oferta de diversos restaurantes, a estimativa � que o movimento dobre n�o apenas nos dias de jogos em BH, mas em todas as outras datas da competi��o. “Temos capacidade para atender 700 pessoas e a casa est� pronta para receber tanto o turista estrangeiro, quanto o brasileiro”, afirma Marco Ant�nio Neri Bezerra, propriet�rio do restaurante Fil�. No local h� 11 televisores e um tel�o de vidro que possibilita a vis�o dos dois lados. Al�m disso, o card�pio foi reformulado, mas os pre�os foram mantidos, com cervejas long neck a partir de R$ 6,50, garrafa de 600 ml a partir de R$ 7,20 e tira-gostos a com pre�os que podem variar entre R$ 14 e R$ 41,50.
Para atender aos consumidores estrangeiros, os atendentes est�o recebendo treinamento intensivo de ingl�s, com as frases b�sicas para atendimentos, haver� tamb�m um totem na mesa para fazer a tradu��o simult�nea do card�pio e um int�rprete para auxiliar gerentes e gar�ons. “N�o mudamos o pre�o porque queremos continuar atendendo quem j� � o nosso cliente. A Copa ser� um adicional, com movimento constante como acontece em meses de f�rias”, afirma o gerente do Fil�, Gilberto Ant�nio dos Santos.
Casa cheia
Em outro restaurante na Fleming, o Seu Jorge Butiquim, a expectativa � dobrar o faturamento e manter a casa cheia. Para isso, eles apostam no prato da casa, um t�pico tira-gosto mineiro, o combinado Seu Jorge, com feij�o, mandioca, torresmo e carne, vendido a R$ 75, e na promo��o com uma cerveja. Na primeira fase, nos jogos do Brasil, a fabricante da bebida vai oferecer em seu site um voucher para, na compra de uma cerveja ganhar outra. J� na segunda fase da Copa do Mundo, o voucher estar� dispon�vel em todos os jogos. “Queremos atender bem ao p�blico que n�o tem condi��es de ir ao est�dio”, afirma Maur�cio Santos, gerente do Seu Jorge Butiquim.
Em outro bar que j� recebe grande p�blico em dias de jogos, no Juscelino Deck Beer, que fica ao lado do Mineir�o, na Avenida Otacilio Negr�o, a expectativa � de casa cheia nos 30 dias da Copa. A estimativa � de faturamento at� 70% maior na compara��o com dias normais. A casa tem capacidade para receber 700 pessoas e o card�pio tamb�m n�o foi alterado. O chope � vendido no local a pre�os a partir de R$ 4,90 e as por��es t�m valores entre R$ 30 e R$ 80. S�o seis televisores no sal�o principal e, de acordo com o gerente do bar, Ildeu Alves Ferreira J�nior, eles estudam a instala��o de mais televisores na �rea externa. “A Copa trar� um p�blico diferente, com turistas estrangeiros, mas estamos preparados para atend�-los. Temos tr�s atendentes bil�ngues e cerca de 30 empregados preparados para manter o funcionamento da casa com lota��o m�xima”, completa Ildeu.
Pensando no p�blico da Copa do Mundo, a rede de pizzarias Oleg�rio inaugurou uma unidade na Pampulha. A expectativa, de acordo com o propriet�rio, Agilberto Martins Costa, � atender cerca de 100 pessoas por dia, vendendo pacotes promocionais de rod�zio de tira-gostos mineiros e pizza a palito, e chope: o pacote sai por R$ 130. “Quem quer assistir o jogo em restaurante, quer ter tamb�m tranquilidade. Por isso estamos trabalhando com esses pacotes. A pessoa j� sai de casa pensando que vai ter um gasto fixo, nem a mais e nem a menos, uma vez que o pre�o j� estabelecido”, explica Agilberto.
Guia para turistas
Para ajudar, a Abrasel lan�a em maio o guia de bares e restaurantes, que ter�o exemplares em portugu�s e ingl�s e ser�o distribu�dos em pontos de informa��es tur�sticas da Belotur no aeroporto, na rodovi�ria, nos pr�prios bares e nos hot�is. Atualmente, Minas tem cerca de 18,5 mil estabelecimentos de alimenta��o fora do lar, mas apenas 500 contam com o card�pio com l�nguas estrangeiras. Para Lucas P�go, diretor-executivo da Abrasel Minas, este � um n�mero regular, tendo em vista que a maioria dos estabelecimentos que j� investiu no card�pio bil�ngue est� em corredores tur�sticos, como da Pra�a da Liberdade, Lourdes, Savassi, Sion e Pampulha.