O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu � volatilidade cambial, aumento da infla��o e cr�dito escasso para o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido 0,2% no primeiro trimestre do ano, conforme divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Segundo o ministro, no primeiro trimestre, houve aumento da infla��o, subindo em fevereiro e mar�o, o que afetou o consumo das fam�lias, al�m do cr�dito caro e escasso. “Embora a massa salarial tenha crescido e o n�mero de empregados e sal�rio venha aumentando, o cr�dito est� mais escasso e a infla��o, principalmente para os alimentos, diminuiu o consumo das fam�lias”.
A expectativa de Mantega � que a infla��o no pa�s caia nos pr�ximos meses. “A infla��o vai ser bem menor do segundo trimestre, o que significa devolver poder aquisitivo para as fam�lias e consumidores. A volatilidade internacional tamb�m deve cair e isso gera uma calmaria no mercado cambial e bolsas de valores”.
De acordo com o ministro, a estrat�gia usada pelo governo de combate � infla��o � producente, pois um pa�s com infla��o alta n�o tem condi��es de crescer. “� isso que n�s n�o estamos permitindo. A infla��o pode subir um ou dois meses em fun��o de fatores sazonais, como a alta dos alimentos, que j� est�o com seus pre�os caindo. No segundo trimestre, ser� muito menor do que no primeiro”, disse.
Mantega destacou ainda a influ�ncia de fatores negativos, como a demora da recupera��o da economia internacional. “Nos Estados Unidos, vimos um crescimento negativo de 1%, com queda de investimento e a demanda n�o crescendo. Isso nos prejudica porque os EUA importou menos produtos do mundo. Mesmo a Europa teve crescimento abaixo das proje��es”.
De acordo com Mantega, em janeiro e parte de fevereiro, a volatilidade cambial causou incertezas no mercado e atrapalhou o desempenho dos pa�ses emergentes, derrubando bolsas. Por�m, na avalia��o do ministro, foi um momento de instabilidade localizado. “Ao longo do trimestre, isso melhorou, mas atrapalhou o desempenho dos dois primeiros meses”.
Com rela��o ao fluxo de capitais, Mantega disse que o cen�rio � positivo e que o pa�s tem recebido forte investimento internacional direto. “O investimento ficou forte em 2013 tendo crescido mais do que a maioria dos pa�ses”, disse.
Conforme o ministro, a demanda do com�rcio varejista est� se recuperando e h� possibilidade de melhoria da concess�o de cr�dito, j� que a inadimpl�ncia vem caindo nos �ltimos dois anos e � uma das mais baixas registradas no pa�s (3%). “A queda da inadimpl�ncia � um fator que cria condi��es para que o cr�dito possa voltar. As condi��es existem”.
Segundo Mantega, a baixa confian�a do consumidor n�o � um fen�meno brasileiro e ocorre em outros pa�ses tamb�m. Para ele, a confian�a deve aumentar assim que a economia apresentar resultados melhores. “[Queda de] Confian�a n�o � fen�meno s� de Brasil. Outros emergentes tamb�m registraram queda de confian�a no ano passado, devido � pol�tica do Fed [Banco Central dos Estados Unidos] que alterava os fluxos de capitais. Pode haver demora, mas a tend�ncia � a de que melhore”.
O ministro evitou fazer previs�es para o restante do ano, e ressaltou que qualquer nova previs�o ser� feita ao longo dos per�odos com base nos pr�ximos resultados.
O ministro comentou ainda a revis�o do PIB do ano passado, que havia ficado em 2,3% e passou para 2,5%. Entre as principais raz�es para a mudan�a, est� a avalia��o de um melhor desempenho da ind�stria, que passou de 1,3% para 1,7; e particularmente a ind�stria de transforma��o, que passou de 1,9% para 2,7%. Houve ainda redu��o da forma��o bruta de capital de investimento de 6,3% para 5,2%.