Luiz Eduardo Magalh�es (BA)Mais uma vez a gera��o de riquezas do campo teve peso fundamental para evitar a retra��o da economia brasileira. Conforme dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do agroneg�cio cresceu 3,6% no primeiro trimestre, a maior expans�o entre todos os setores. Por outro lado, o indicador geral teve uma t�mida eleva��o de 0,2%.
Na avalia��o do economista-chefe da Federa��o da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Ant�nio da Luz, o crescimento do PIB do agroneg�cio no primeiro trimestre se deu pela boa colheita de gr�os. Entre os produtos agr�colas que mais se destacaram est�o a soja (6,3%), o arroz (7,7%), o fumo (0,4%) e o algod�o (23,5%). A expans�o robusta na produ��o da mat�ria- prima usada pelas ind�strias de tecelagem se deu pela frustra��o de safra do ano passado, quando as lavouras foram atacadas pela lagarta helicoverpa.
Ele destacou que o setor de carnes tamb�m contribuiu significativamente para o resultado. Dados da Associa��o Brasileira das Ind�strias Exportadoras de Carnes mostram que nos tr�s primeiros meses do ano 382 mil toneladas de bovinos foram vendidas para outros pa�ses, uma eleva��o de 19%. Luz ainda comentou que o resultado do PIB agropecu�rio no primeiro trimestre de 2014 convergiu para taxas reais de crescimento. “N�o estamos crescendo menos e sim voltando para um patamar compat�vel com a realidade do campo”, disse.
O bom desempenho da agropecu�ria no PIB nacional vai se repetir nesse segundo trimestre, mas n�o h� certeza de que o mesmo ocorra nos tr�s seguintes (julho a setembro). A avalia��o � da economista Aline Veloso, coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg). “No atual trimestre, ainda entrar� (parte da) safra de milho, da de soja e haver� o in�cio da colheita do feij�o em Minas Gerais. Essa combina��o deve sustentar o crescimento do PIB no segundo trimestre de 2014. Por�m, para o terceiro trimestre, iremos encerrar as colheitas de caf� e cana. E essas duas culturas devem ter queda. A informa��o que temos � que o caf� deve cair cerca de 30% no Brasil”, afirmou Aline.
Apesar disso, destaca a economista, a safra de gr�os poder� encerrar o acumulado do ano com o n�mero recorde de 191,2 milh�es de toneladas. “Ainda que o pa�s tenha tido grandes problemas clim�ticos, com chuvas intensas em algumas regi�es e seca em outras, a safra de gr�os deve ser recorde”, afirmou Aline. Para o presidente da Associa��o de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), J�lio C�zar Busato, o fato de a economia mundial continuar com fraco crescimento e os estoques mundiais de alimentos estarem em baixa refor�am a necessidade do pa�s continuar a investir no campo. “A expans�o do agroneg�cio continuar� pelo menos nos pr�ximos tr�s anos”, projetou.
Para o diretor da MB Agro Jos� Carlos Hausknecht, o resultado da gera��o de riquezas do campo acompanhou a proje��o dos analistas, sobretudo pelo crescimento da safra de soja. Ele detalhou que nem os problemas clim�ticos no Mato Grosso, em Goi�s e na Bahia prejudicaram a colheita de gr�os. “A produ��o de carnes tamb�m est� em alta e a cultura de mandioca tamb�m est� em expans�o”, comentou.
*O rep�rter viajou a convite da Bahia
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