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Estado de Minas

Toler�ncia com a infla��o � amea�a

Regime de metas completa 15 anos sob avalia��o positiva, mas, ao permitir que o IPCA se mantenha perto do teto de varia��o, o governo arranha a credibilidade do sistema


postado em 01/06/2014 06:00 / atualizado em 01/06/2014 07:40

Presidente do BC na época da implantação do sistema, Armínio Fraga destaca vantagens do controle inflacionário (foto: Elza Fiúza/ABR 2013 20/8/02)
Presidente do BC na �poca da implanta��o do sistema, Arm�nio Fraga destaca vantagens do controle inflacion�rio (foto: Elza Fi�za/ABR 2013 20/8/02)
Bras�lia – Em janeiro de 1999 o Brasil estava sob forte ataque. No mercado financeiro, especuladores travavam uma verdadeira batalha contra o Banco Central (BC). Em disputa, estava a defesa do poder de compra da moeda, e, em �ltima inst�ncia, a sobreviv�ncia do Plano Real. No dia 14, uma quinta-feira, uma fuga maci�a de d�lares levou o BC � lona. Sem dinheiro suficiente para segurar a cota��o da moeda, a autoridade monet�ria foi obrigada a deixar a divisa flutuar. Era o fim da �ncora cambial e o in�cio de uma transi��o na economia que culminaria na ado��o, em 21 de junho daquele ano, do sistema de metas de infla��o pelo Brasil.

Nesses 15 anos, o pa�s mudou. Com a estabilidade dos pre�os, sobrou mais espa�o no or�amento das fam�lias. O dinheiro a mais no fim do m�s resultou numa inje��o no consumo que garantiu, por um certo per�odo, taxas de expans�o mais fortes do Produto Interno Bruto (PIB). Ao mesmo tempo, foi poss�vel inserir 40 milh�es de pessoas a uma nova e fortalecida classe m�dia nacional. De pa�s vulner�vel, o Brasil alcan�ou o posto de s�tima economia do mundo.

Agora, por�m, a discuss�o � se essas conquistas, s� poss�veis com o controle da infla��o, poder�o se perder diante da escalada do custo de vida. Faz quatro anos consecutivos que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), fica acima do alvo perseguido pelo BC, de 4,5% ao ano. Pior do que isso, dizem os analistas, � que, nos �ltimos tr�s anos, os pre�os t�m namorado o teto da meta, sempre acima de 6%.

“Se os pre�os ficam durante muito tempo na casa dos 6%, esses 6% acabam virando a pr�pria meta”, alerta Tony Volpon, chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Am�ricas da Nomura Securities International, em Nova York. “Isso cria um problema de credibilidade para o governo, porque os formadores de pre�os (empres�rios e investidores) n�o acreditar�o mais que o BC trabalhar� para colocar a infla��o na meta. Com isso, as expectativas, que s�o a principal conquista do sistema de metas, ficam seriamente comprometidas.”

Ex-presidente do Banco Central que assumiu o cargo em mar�o de 1999, pouco antes da ado��o do sistema de metas, Arm�nio Fraga avalia que “as metas, at� o governo Lula, cumpriram bem seu papel”. Foi uma transi��o que permitiu ao pa�s afastar de vez o risco de quebrar. “Para come�ar (as metas), ancoraram as expectativas na complicada crise de 1999 e na transi��o para o governo Lula, em 2003. Depois, deram ao PT no poder um bom sistema econ�mico, que foi bem aproveitado. Apenas mais recentemente � que as coisas escapuliram de controle, mas nada ainda como nos anos 1980 e 1990”, observa.

As metas de infla��o fazem parte do trip� econ�mico que inclui, ainda, o c�mbio flutuante e o superavit prim�rio. Cada um dos tr�s elementos tem uma fun��o espec�fica, que � equilibrar a economia e permitir que o pa�s esteja mais preparado para enfrentar choques externos. N�o por acaso, foi somente a partir da implementa��o da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em 2001, o Brasil conseguiu efetivamente perseguir um custo de vida menor. O diretor de Pol�tica Econ�mica do Banco Central, Carlos Hamilton, � taxativo: “N�o existe regime monet�rio sustent�vel sem disciplina fiscal”. Quando o governo n�o consegue cumprir as metas de super�vit prim�rio, ele acaba provocando uma press�o adicional sobre os pre�os.


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