
A alta na tarifa dos �nibus urbanos e o aumento de pre�os da refei��o fora de casa pesaram no bolso do brasileiro em maio. Juntas as duas despesas do or�amento dom�stico somaram as principais contribui��es para a infla��o medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) da Funda��o Ipead/UFMG. O �ndice fechou o m�s com alta de 0,64%, em nove anos, maior varia��o para maio. Apesar de o �ndice ter desacelerado frente a abril, quando encerrou o m�s em 0,92%, nos �ltimos 12 meses o custo de vida rompeu o teto da meta inflacion�ria do Banco Central de 6,5%, fechando o per�odo em 6,82%.
Em maio, a passagem do �nibus urbano encareceu 5,41% e foi a principal contribui��o para o custo de vida, seguida pela refei��o fora do lar que ficou 1,9% mais cara. Pesaram tamb�m outras despesas referentes a produtos administrados como a energia el�trica, que teve parte da repercuss�o do reajuste (3,22%) captado em maio. A conta de �gua e esgoto com alta de 4,6% tamb�m pressionou o IPCA.
No grupo dos alimentos, composto por itens como alimenta��o em restaurantes e comida industrializada, somente os alimentos in natura deram refresco, com desacelera��o de 2,6%. “A infla��o em maio, em Belo Horizonte ultrapassou o teto da meta, pressionada principalmente pelo grupo de produtos administrados”, refor�a Thaise Martins, coordenadora de pesquisa da Funda��o Ipead. Segundo ela, no m�s de maio a cesta b�sica tamb�m pressionou o bolso do consumidor, principalmente de baixa renda, registrando alta de 0,85%, a quarta consecutiva em 2014, atingindo o valor de R$ 346,68. “No ano a cesta b�sica acumula alta de 10,46% contra uma infla��o de 4,15% no mesmo per�odo”, aponta a especialista.
Os estagi�rios de direito Robson Souza e Iv�nia Mendon�a, criticaram a corre��o aplicada �s tarifas de �nibus. “O reajuste foi grande para um servi�o prec�rio. Os �nibus atrasam e est�o sempre cheios. Junto com o aumento da passagem o servi�o deveria melhorar”, ressaltou Robson. J� Iv�nia conta que toma por dia no m�nimo cinco condu��es. Ela pondera que est� gastando mais dinheiro para chegar � faculdade e ao trabalho, mas tem a sensa��o que cada vez leva mais tempo para chegar ao destino. “O transporte � p�ssimo. Eu acho que mais que o problema do tr�nsito ruim, a quest�o � de gest�o. Uma das linhas que eu uso, que faz o percurso do Cai�ara at� a Serra teve o n�mero de �nibus reduzido. O pre�o sobe, o servi�o � ruim e a gente fica escravo”, desabafa.
Sem tr�gua Adriana Molinari , economista da Tend�ncias Consultoria avalia que no segundo e terceiro trimestres os pre�os dos alimentos devem mostrar algum arrefecimento, j� que sazonalmente ter�o �poca mais favor�vel. Segundo a especialista, a expectativa � que a infla��o do pa�s permane�a no pr�ximo trimestre em n�vel alto, convergindo para o teto da meta do BC apenas no fim do ano.
Na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-Minas) os hortigranjeiros terminaram maio com queda de 2,5% em m�dia. Entre os principais produtos com varia��o negativa est�o a batata inglesa (-22%), a moranga h�brida (-17%) e a banana nanica (-15%). O tomate longa vida, vil�o da cesta b�sica em maio, apresentou alta no Ceasa de 36,5%. No entanto ontem o pre�o do produto j� havia despencado no atacado de R$ 2,13 o quilo para R$ 0,99, queda de 53%. “Estamos entrando em uma �poca favor�vel para a olericultura, dias que n�o s�o quentes demais e noites frescas. At� setembro a tend�ncia � de boa oferta e bons pre�os”, avalia Wilson da Veiga, chefe do departamento t�cnico do Ceasa.