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Estado de Minas

No Brasil, 55 milh�es de pessoas est�o com o 'nome sujo'

Taxa de inadimpl�ncia subiu 9,5% em maio sobre o mesmo per�odo de 2013; 1,2 mi de contribuintes foram inclu�dos no servi�o de prote��o ao cr�dito no m�s


postado em 10/06/2014 06:00 / atualizado em 10/06/2014 07:19

A lojista Gláucio Monteiro diz que reduziu devedores com adoção do cartão de crédito (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
A lojista Gl�ucio Monteiro diz que reduziu devedores com ado��o do cart�o de cr�dito (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
A trajet�ria de juros altos e infla��o est� reduzindo a capacidade de pagamento do consumidor. Em maio um a cada quatro brasileiros tinha o seu CPF inscrito nos servi�os de prote��o ao cr�dito. No m�s, o n�mero de inadimplentes captado a partir do banco de dados do Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC Brasil) e da Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) registrou alta recorde, avan�ando 9,5% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Essa � a maior varia��o anual j� alcan�ada pelo indicador desde 2010, quando teve in�cio a s�rie hist�rica. Em rela��o a abril, o n�mero de pessoas f�sicas inadimplentes aumentou 1,4%.

Entre abril e maio desse ano 1,2 milh�o de pessoas maiores de 18 anos foram inclu�das nos servi�os de prote��o ao cr�dito, somando 55 milh�es de CPFs. “Atribu�mos o aumento dos inadimplentes �s quest�es macroecon�micas, como alta da taxa de juros e baixo avan�o do PIB em um contexto onde os sal�rios pararam de crescer”, aponta Luiza Rodrigues, economista da CNDL. Segundo ela, a expectativa � que em 2014 a taxa de inadimplentes feche o ano pr�ximo a 7,5%. Em dezembro do ano passado a alta do indicador foi de 3,7%.

Perto de 90% das d�vidas registradas no SPC t�m mais de 30 dias de atraso e 75% mais de 90 dias. Em maio, as d�vidas cresceram 5,2% em rela��o ao mesmo per�odo no ano anterior, sendo que a inadimpl�ncia com servi�os b�sicos como �gua, luz e g�s, avan�ou 11,4%, o dobro da m�dia nacional. As d�vidas com servi�os de comunica��o, como internet, TV a cabo e telefonia tamb�m cresceram 8,7%. “Muitos novos consumidores entraram nesse mercado e podem ter perdido o planejamento”, diz a economista. As d�vidas com o setor financeiro, seguradoras e planos de sa�de avan�aram 4,3%. Apesar da alta em maio, menos expressiva do que de outros segmentos, o setor banc�rio � o que tem maior representatividade no calote, ficando com 45% do total das d�vidas. Luiza Rodrigues refor�a ainda que os dados sugerem que os novos devedores s�o aqueles que adquiriram compromissos financeiros no in�cio do ano.

Com alta de 3% em maio frente ao mesmo per�odo em 2013, a inadimpl�ncia no com�rcio cresceu abaixo da m�dia nacional, “Grande maioria desse setor utiliza o cart�o de cr�dito o que faz com que a d�vida seja transferida para os bancos”, aponta Rodrigues. H� 16 anos no com�rcio de vestu�rio e acess�rios, Gl�ucia Monteiro diz que o percentual de clientes inadimplentes em sua loja despencou nos �ltimos cinco anos, depois do uso do cart�o de cr�dito. Ela ainda tem guardado um amontoado de cheques sem fundo, resultado de calote, mas atualmente deixou de ter essa dor de cabe�a. “Cerca de 70% dos clientes preferem pagar a conta com o cart�o de cr�dito. Apenas 2% usa o cheque. O restante paga � vista.” Para atrair o pagamento � vista, Gl�ucia oferece 10% de desconto para quem paga com dinheiro e 5% no cart�o de d�bito. “Pagar a taxa para manter a m�quina do cart�o � melhor que enfrentar a inadimpl�ncia.”

Juros


A taxa de juros cobrada de consumidores e empresas sobe sem parar h� 12 meses, segundo levantamento da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac). Segundo o estudo, a taxa m�dia para pessoa f�sica subiu de 5,96% ao m�s em abril para 5,98% em maio, a maior taxa desde agosto de 2012. Ao ano, os juros m�dios para os consumidores j� atingem 100,76%. O diretor executivo de estudos e pesquisas econ�micas da entidade, Miguel Jos� de Oliveira, acredita que as eleva��es podem ser atribu�das a expectativa de que o Banco Central pudesse promover novo reajuste da Taxa B�sica de Juros (Selic). “O que n�o ocorreu. Por isso os juros devem se manter est�veis, mas n�o acreditamos em queda”, refor�a o executivo. Ele aponta que a taxa de inadimpl�ncia medida pelo Banco Central se mostra est�vel em 6,5%. Segundo o executivo � preciso aguardar um pouco mais para avaliar a tend�ncia para o fim do ano, mas refor�a que o cen�rio de juros altos, que encarece o cr�dito, infla��o que reduz o poder de compra e baixo crescimento do pa�s, podem ser combust�vel para o calote.


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