Se confirmada a previs�o do mercado no �ltimo boletim Focus do Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechar� o ano na retranca: crescer� apenas 1,16% no ano da Copa do Mundo. � um desempenho mais fraco que o de 2013, quando o Pa�s cresceu 2,5%.
Entre os pa�ses-sede dos �ltimos nove mundiais apenas M�xico (1986), It�lia (1990) e Jap�o (2002) fecharam o ano do evento com a atividade em ritmo menor que no ano anterior. Apesar de estar realizando em campo a “Copa das Copas”, o Brasil caminha para engrossar essa estat�stica.
Dados do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) compilados pelo economista-chefe da Gradual Investimentos, Andr� Perfeito, mostram que o PIB mexicano teve queda de 3,1% em 1986, ap�s crescer 2,2% no ano anterior. Na It�lia de 1990, o crescimento econ�mico foi de 2,1%, uma desacelera��o frente aos 3,4% da v�spera do Mundial. A economia japonesa tamb�m n�o foi impulsionada pelo evento: o PIB do pa�s cresceu 0,3% em 2002, ante 0,4% um ano antes.
A sele��o dos pa�ses-sede em que a atividade acelerou no ano da Copa do Mundo � formada por Espanha (1982), EUA (1994), Fran�a (1998), Coreia do Sul (2002), Alemanha (2006) e �frica do Sul (2010). Os tr�s primeiros cresceram acima da m�dia mundial naqueles anos.
Perfeito levantou esses e outros n�meros para fazer uma an�lise do efeito da Copa sobre a economia desses pa�ses, mas diz que o estudo foi inconclusivo. “As economias locais reagiram de modo heterog�neo no ano da Copa por conta de eventos externos”, ressalva. O espa�o de quatro anos entre cada Mundial significa cen�rios macroecon�micos d�spares, o que dificulta uma compara��o.
No caso do Brasil, avalia, o otimismo que poderia ter sido gerado pelo Mundial teve seu brilho ofuscado por ru�dos internos: maior desconfian�a em rela��o ao governo, amea�a de apag�o, infla��o em alta, o rebaixamento da nota de risco de cr�dito do Pa�s pela ag�ncia de classifica��o Standard & Poor’s, o processo eleitoral. “A Copa deveria abrir espa�o para mais investimentos e novos neg�cios, mas o esp�rito animal do empresariado ficou enjaulado”, brinca.
Do lado positivo, Perfeito aponta algum legado de infraestrutura e o fato de que o evento vem se realizando de forma mais tranquila que o esperado: sem protestos violentos ou caos aeroportu�rio. Diante disso, alguns setores, como servi�os, podem ser beneficiados pelo evento, mesmo com feriados. J� a ind�stria tende a continuar seu processo de desacelera��o em fun��o do aperto monet�rio iniciado em 2013. “� dif�cil isolar o que � efeito da Copa.”
Embora n�o seja poss�vel mensurar, economistas dizem que j� � poss�vel perceber alguns impactos do Mundial: uma eventual expectativa negativa sobre a economia tende a perder for�a e pode permitir um crescimento melhor que o esperado da atividade no 2º trimestre.