
Do 15º lugar no grupo de 23 na��es analisadas pelo Pew Research Center, o Brasil vai para o 9º. Em 30 anos, passar� por uma mudan�a que na Fran�a representou um processo de 120 anos. O Brasil est� abaixo da m�dia mundial hoje no n�mero de idosos. Estar� acima em meados do s�culo. “Mais do que a compara��o com outros pa�ses, o que importa � se vamos dar conta de financiar a situa��o que teremos”, analisa a economista Ana Camarano, do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea).
Embora n�o seja uma na��o com tantas crian�as quanto no passado, o Brasil tem, sim, muitos jovens no mercado de trabalho. Isso ajuda a pagar a conta da nossa Previd�ncia Social. Ela funciona pelo sistema de reparti��o, no qual o dinheiro de quem contribui cai diretamente no bolso de quem recebe benef�cios. Atualmente, cada grupo de 100 trabalhadores da popula��o economicamente ativa sustenta a aposentadoria de 17,4 idosos. Em 2030, o mesmo grupo estar� sustentando 29,8 aposentados; em 2050, 52,9; e, em 2060, 64.
A situa��o atual � chamada de b�nus demogr�fico. Deveria permitir uma folga or�ament�ria, formando um colch�o para a situa��o futura de vacas magras. Mas o que se v� � exatamente o contr�rio: o d�ficit da Previd�ncia n�o para de subir. De R$ 38,8 bilh�es em 2011 subiu para R$ 42,3 bilh�es em 2012, um aumento de 9%. E no ano passado deu um salto ainda maior, de 14,8%, atingindo R$ 51,2 bilh�es. Com base em n�meros oficiais, o ex-ministro da Previd�ncia Jos� Cechin calcula os impactos do envelhecimento na Previd�ncia Social. Hoje diretor-executivo da Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar (FenaSa�de), Cechin afirma que nos pr�ximos 15 anos o n�mero de benefici�rios passar� de 27 milh�es para 48,2 milh�es, crescimento de 78% entre 2013 e 2030. O percentual saltaria de 13,4% para 21,6% da popula��o. Quando se olha para 2060, os n�meros s�o ainda mais impressionantes, cerca de 37% da popula��o ser� usu�ria do sistema, que carregar� 81 milh�es de benefici�rios, praticamente o triplo do peso de hoje.
Planejamento Parte de um pequeno grupo de brasileiros, a rela��es-p�blicas Cinara Rabello Burthardt, de 38 anos, e o marido, Daniel Burthardt, 40, fogem � regra da maioria. Enquanto vivem o presente eles planejam o futuro. Fazem poupan�a para a aposentadoria a partir de investimentos como a previd�ncia privada e tamb�m em im�veis. O filho de 3 anos tamb�m j� conta com uma poupan�a desde o dia em que nasceu. Segundo Cinara, o objetivo � garantir a faculdade do garoto, mesmo que ele escolha um curso privado e caro, como medicina. “N�o � f�cil come�ar a fazer poupan�a. Pago um plano de previd�ncia no meu trabalho e parte do valor � descontado em folha. No in�cio eu pensava, meu sal�rio � t�o pequeno e ainda vem esse desconto”. Hoje, 15 anos depois, sei que esse valor vai fazer diferen�a em minha aposentadoria”, ensina.