
Redondo, tostado � pururuca e pronto para ser dividido por tr�s ou quatro, dependendo do tamanho da fome da fam�lia, o joelho de porco, tradicional prato da culin�ria alem�, est� fazendo sucesso em Minas. Oferecidos entre R$ 26 e R$ 33, os pontos de venda da iguaria prosperam na capital, levando o porco a abrir espa�o na mesa ocupada pelo tradicional�ssimo frango assado. Depois de Santa Catarina, os mineiros s�os os maiores consumidores de su�nos, com m�dia bem acima da nacional, e a demanda fica ainda mais acirrada no inverno, momento em que as vendas chegam a crescer perto de 20%.
Ainda longe de ter o consumo parecido com o do frango, ave l�der na prefer�ncia dos brasileiros, o joelho de porco est� sendo assado na mesma m�quina, popularmente conhecida como “TV de cachorro.” O prato pode ser levado para casa acompanhado por batatas douradas ou torresmo. A demanda vem avan�ando a medida que o consumidor se delicia com o sabor do su�no criado em Minas e assado com o tempero pr�prio de cada estabelecimento. Em alguns locais, o tempero chega a ser um segredo de fam�lia.
Sucesso
Rodrigo Can�ado, dono da Harmonia, na Rua Gr�o Mogol, no Bairro Sion, se orgulha de ter sido um dos precursores na venda do joelho assado em sua regi�o, com tempero tamb�m criado por ele. Rodrigo chega a entregar 100 deles por semana, vendendo nos fins de semana e feriados At� o �ltimo domingo, o assado custava R$ 25, mas como no frio a procura pela carne cresce, os pre�os repassados pelo fornecedor ficaram mais salgados. O comerciante ainda est� refazendo as contas, mas acredita que ter� que elevar o valor do produto em R$ 2 ou R$ 3.
Na Assadu’s Gourmet, no Bairro Palmares, Regi�o Nordeste de BH, o joelho assado na m�quina, tamb�m se torna conhecido, a medida que os clientes do frango decidem variar o card�pio experimentando a novidade. No mercado h� quatro anos, Diogo Augusto Santos, propriet�rio do com�rcio que tamb�m vende assadas outras partes do su�no, como a costelinha com molho barbecue, lombo e pernil, diz que em dias de bom movimento chega a vender 60 joelhos por semana. “Assamos no s�bado e domingo e tamb�m por encomenda, de segunda a sexta-feira.” Segundo ele, os cortes s�o temperados na pr�pria loja seguindo receita desenvolvida por seu pai. Ele comenta que os homens ainda s�o os mais propensos a experimentar o assado. “Algumas mulheres meio que torcem o nariz para o joelho, preferindo o frango. No entanto, depois que elas experimentam, voltam para comprar mais. Tem porco que vive melhor do que muito frango por a�”, defende o comerciante. Segundo ele, a demanda tem potencial para crescer, com a divulga��o do produto.
As m�quinas de menor porte s�o capazes de assar at� 40 joelhos. Depois de duas horas girando na TV, o produto que, em m�dia, pesa 1,5 quilo est� pronto para ser entregue ao dono. No Bairro Serra, Danilo De La Fuente, est� � frente do Coruj�o Conveni�ncias, onde a iguaria, acompanhada por batatas e cebolas, � vendida por R$ 26. “Quando prova, o consumidor gosta e percebe que o joelho n�o � uma carne gordurosa como muitos podem pensar.”
Em expans�o
Aumentar a demanda da carne su�na entre os brasileiros � um esfor�o e um projeto previsto pela cadeia produtiva que at� dezembro do ano que vem tem a inten��o de promover avan�o no consumo anual em tr�s quilos por pessoa. “A carne de porco tem se tornado mais atrativa para o consumidor, vendida em por��es menores e com cortes bem definidos”, diz Jos� Arnaldo Cardoso Pena, vice-presidente da Associa��o dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg). Segundo o executivo, apesar de o consumo de su�nos no pa�s ser bem inferior que a m�dia dos 27 pa�ses europeus, que somam 45 quilos por habitante/ano, desde 2011 a demanda no Brasil saltou de 13 quilos para 15 quilos por habitante . Em Minas, � 66% maior que essa m�dia e j� alcan�a a marca 25 quilos por mineiro/ano. “Existem diversas a��es da cadeia produtiva e de entidades, como o Sebrae, para divulgar os benef�cios da carne e promover a suinocultura.”
Minas Gerais � o quarto maior produtor de su�nos do pa�s. Com a demanda firme no mercado interno e as exporta��es do Brasil em alta, os pre�os s�o animadores para quem produz, diferentemente do que ocorreu em 2012, quando o preju�zo por animal vivo chegou a atingir R$ 60. Segundo a Asemg, o pre�o do quilo vendido ao frigor�fico saltou de R$ 3,20, em janeiro, para R$ 3,90, em junho, alta de 22% no per�odo.
Inspira��o alem�
Com a vit�ria alem� na Copa do Mundo quem ganhou de goleada em Belo Horizonte foi a venda do joelho de porco assado. O consumo do tradicional prato alem�o, o Eisbein fez as vendas em BH dispararem. “No dia do jogo entre Alemanha e Argentina, s� n�o vendemos mais porque o produto acabou. Foi todo o estoque”, diz Diogo Santos, dono da Assadu’s Gourmet, no Bairro Palmares, com unidade tamb�m na Rua do Ouro, no Bairro Serra. Na Regi�o Sul da cidade, Rodrigo Can�ado tamb�m conta que o dia foi de recordes de vendas de joelho na Harmonia, no Carmo-Sion. “O joelho que fazemos aqui, com tempero pr�prio e assado na m�quina, foi muito elogiado pelos alem�es”, diz o empres�rio.
