(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mercado imobili�rio esfria e setor reduz proje��es


postado em 20/07/2014 12:13 / atualizado em 20/07/2014 12:58

Os neg�cios na constru��o civil est�o mais lentos do que o esperado por empres�rios, que passaram a rever suas estimativas de crescimento para 2014. Os problemas no setor prov�m principalmente do desempenho fraco da economia brasileira e do calend�rio marcado por datas que desviam a aten��o de consumidores, como o Carnaval tardio (realizado em mar�o), a Copa do Mundo e as elei��es.

Na cidade de S�o Paulo, maior mercado imobili�rio do Pa�s, as vendas de im�veis residenciais novos acumuladas entre janeiro e maio foram de 7.982 unidades, 41,4% inferiores ao mesmo per�odo do ano passado. No per�odo, os lan�amentos chegaram a 8.947 unidades, recuo de 14,0%. Esses resultados est�o abaixo da expectativa inicial do Sindicato da Habita��o (Secovi-SP), que esperava que as vendas e lan�amentos em 2014 ficassem est�veis ante 2013.

"Os n�meros est�o muito abaixo do que esper�vamos. A chance de ter que rever um pouco pra baixo nossas proje��es no ano � real", afirmou o presidente do Secovi-SP, Cl�udio Bernardes. "A quantidade de visitas aos estandes est� semelhante � do ano passado, mas o n�mero de convers�o de vendas caiu bastante. As pessoas t�m mais preocupa��o sobre o futuro, o que tem lhes dado mais cautela antes de fechar os neg�cios", avaliou.

Bernardes disse que as empresas j� contavam com o efeito negativo da economia mais fraca e do calend�rio neste ano, mas admitiu que esses fatores foram piores do que as expectativas. "O que pesou foi o dimensionamento do impacto dos fatores j� previstos", explicou, citando o excesso de feriados em v�rias capitais, e o clima de incerteza por conta das elei��es.

O esfriamento do mercado respingou no pre�o dos im�veis, que cresce cada vez menos. De acordo com a pesquisa FipeZap, o pre�o das moradias na cidade de S�o Paulo acumula alta de 4,41% no primeiro semestre. O montante � quase um ter�o do verificado nos �ltimos 12 meses, quando bateu os 12,3%, o que demonstra forte desacelera��o.

"Uma boa parte da culpa pelo desaquecimento do mercado imobili�rio est� mesmo na atividade mais fraca da economia brasileira de um modo generalizado", afirmou o coordenador da pesquisa FipeZap, Eduardo Zylberstajn. "Mas os pre�os dos im�veis subiram muito, ent�o hoje tem de fato menos gente em condi��es de pagar por eles", ponderou.

Zylberstajn disse tamb�m que as condi��es para compra da habita��o pioraram do ano passado para c�, com juros mais caros. Conforme dados do Banco Central, a taxa m�dia de juros do financiamento imobili�rio passou de 7,84% ao ano em maio de 2013 para 9,52% ao ano em maio de 2014. "O cr�dito ainda � um facilitador, mas ele j� n�o consegue mais aumentar o poder de compra como ocorreu no passado", ressaltou.

Cortes

Caso o Secovi-SP confirme o ajuste nas suas proje��es, ele vai se juntar a outras tr�s entidades. Em maio, a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Materiais de Constru��o (Abramat) baixou de 4,5% para 3,0% sua estimativa de alta no faturamento em 2014. Depois dela, foi a vez do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil do Estado de S�o Paulo (Sinduscon-SP) reduzir de 2,8% para a faixa de 1,0% a 2,0% sua previs�o de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor neste ano.

A �ltima a ajustar seus n�meros, na semana passada, foi a Associa��o Nacional dos Comerciantes de Material de Constru��o (Anamaco), que cortou praticamente pela metade sua proje��o de avan�o no faturamento em 2014, passando de 7,2% para 3,5%.

"O varejo de materiais depende muito de cada dia de venda. E os feriados causaram uma perda muito grande", disse Cl�udio Conz, presidente da Anamaco. "E h� um estado de esp�rito ruim, um certo temor sobre como a economia brasileira vai andar. Isso afetou as vendas", completou, citando que muitas obras para reformas e amplia��es de resid�ncias foram adiadas. Entre janeiro e junho deste ano, as vendas de materiais de constru��o foram 3,5% menores do que nos mesmos meses do ano passado.

J� para o Sinduscon-SP, a decis�o de rever suas estimativas se baseou na queda no ritmo de crescimento do n�mero de trabalhadores no setor. No fim de maio, havia 3,525 milh�es de pessoas empregadas na constru��o no Pa�s, montante apenas 0,42% maior do que no mesmo m�s de 2013.

"A estabiliza��o do n�vel de emprego reflete a retra��o no crescimento dos investimentos", afirmou S�rgio Watanabe, presidente do sindicato. "No caso da cidade de S�o Paulo, onde o n�vel de emprego na constru��o voltou ao patamar de um ano atr�s, as incertezas com rela��o ao Plano Diretor tamb�m pesaram", completou, referindo-se � mudan�a na legisla��o que aumentou as restri��es para uso dos terrenos e tamanhos das edifica��es na capital paulista.

Perspectivas

Os pr�ximos meses de 2014 ainda preocupam os empres�rios porque n�o h� perspectiva de melhora no quadro econ�mico do Pa�s no curto prazo. No entanto, alguns fatores podem ajudar os neg�cios da constru��o.

Conz, da Anamaco, acredita que muitas obras residenciais adiadas no primeiro semestre ainda ser�o colocadas em pr�tica nos pr�ximos meses. Outro ponto importante, segundo ele, � que os fundamentos que sustentam tanto a comercializa��o de materiais de constru��o quanto de im�veis continuam consistentes, com bons n�veis de emprego e renda da popula��o, al�m de disponibilidade de cr�dito. "N�o � uma situa��o de desastre para o setor. Um pouquinho de sinaliza��o positiva e os neg�cios voltar�o a melhorar. Isso deve acontecer depois da Copa", afirmou.

Bernardes, do Secovi-SP, lembrou que as vendas e lan�amentos de im�veis costuma ser maiores no segundo semestre, com tend�ncia de recupera��o ap�s as f�rias de julho. Em rela��o aos pre�os, ele admitiu que pode haver redu��es pontuais em alguns bairros de S�o Paulo onde os valores das unidades e os estoques est�o mais elevados. "Em algumas regi�es, o pre�o pode estar mais esticado, ent�o pode ter algum ajuste. Mas n�o � um processo generalizado na cidade", afirmou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)