
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves j� est� sob o comando da iniciativa privada. A partir de hoje, a concession�ria BH Airport assume a gest�o da infraestrutura de Confins, na Grande BH. A empresa tem at� 30 de abril de 2016 para entregar as obras do terminal 2, o que vai permitir dobrar a capacidade do aeroporto para 22 milh�es de passageiros/ano na pr�xima d�cada. J� a amplia��o iniciada pela Infraero, no terminal 1, pode se estender at� o in�cio de 2015, coincidindo com a constru��o do novo pr�dio, marcada para come�ar at� o fim do ano. Outra altera��o prevista ser� na forma como o Aeroporto Internacional Tancredo Neves � chamado. O nome oficial continua valendo, mas ao inv�s de ser popularmente conhecido como aeroporto de Confins, passa a ser identificado pelo novo gestor como aeroporto internacional de Belo Horizonte.
Segundo o presidente da Concession�ria BH Airport, Paulo Rangel, o chamado puxadinho, ou terminal 3, que n�o conseguiu ser inaugurado a tempo para a Copa do Mundo, vai permanecer como apoio ao novo pr�dio, que ser� inaugurado em 2016. Durante o feriado do Natal e Ano-novo, momento de crescimento da demanda, os passageiros podem ter que conviver com v�rias interven��es ao mesmo tempo. A previs�o � que sejam investidos perto de R$ 1,5 bilh�o no aeroporto internacional at� 2024.
Durante os pr�ximos tr�s meses o per�odo de opera��o do aeroporto ser� assistido pela Infraero, prazo que pode se alongar por mais 90 dias, conforme determina��o da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac). S� ent�o a concession�ria formada pelo Grupo CCR e Zurich Airport, assumem integralmente o comando.
As obras para o terminal 2 incluem 14 novas pontes de embarque, totalizando 23 salas remoto, novo espa�o para passageiros em voos internacionais , mais balc�es de check in. O estacionamento tamb�m ser� ampliado com 1.455 novas vagas, totalizando espa�o para 4.015 ve�culos. Nas pr�ximas duas semanas, entram em funcionamento tamb�m servi�os j� comuns, mas que os usu�rios ainda n�o t�m acesso no aeroporto, como internet r�pida gratuita e c�meras nos estacionamentos. Apesar da previs�o de fim de obras em 2016, novas rotas internacionais ainda n�o foram confirmadas.
“Estamos em negocia��o”, afirmou Rangel. Ontem, cerim�nia nas depend�ncias do aeroporto marcou a transfer�ncia da opera��o para a iniciativa privada com participa��o de autoridades da Infraero, Anac e do ministro da Secretaria de Avia��o Civil, Moreira Franco. O ministro voltou a afirmar que ap�s os leil�es de privatiza��o e a Copa do Mundo, a prioridade passa a ser a avia��o regional.
Em m�dia, o pre�o das passagens regionais no pa�s � 31% mais alto que em �reas metropolitanas. Segundo o ministro, a inten��o � que esse custo seja reduzido provocando maior utiliza��o do transporte a�reo pelo brasileiro. Moreira Franco ressaltou ainda que o valor do lanche deve aliviar o bolso do consumidor no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. “S�o l�deres de reclama��o dos usu�rios em aeroportos brasileiros, a limpeza de banheiros e o pre�o da alimenta��o.” Segundo ele, a concorr�ncia j� reduziu pre�os em outras pra�as, como Bras�lia.
A concession�ria BH Airport tamb�m vai avaliar, nos pr�ximos meses, quantos funcion�rios da Infraero vai absorver em seu quadro. Aqueles que n�o forem aproveitados ser�o realocados ou podem vir a aderir ao plano de demiss�o volunt�ria (PDV).
Torcida
A arquiteta Ana Buso, de 27 anos, veio a Belo Horizonte a trabalho. Ela que viaja constantemente e espera que a privatiza��o melhore os aeroportos de forma generalizada. “Espero a evolu��o desde os servi�os de internet wi fi at� os pre�os dos restaurantes e das passagens, que s�o muito caras no Brasil”, diz. No momento, ela est� na torcida para ver o fim das obras e diz que espera que realmente a avia��o regional melhore. “Sempre que tenho que viajar para cidades menores preciso sair de S�o Paulo e ir para Campinas”, reclamou.
O �ltimo balan�o do terminal provis�rio (puxadinho), de 31 de maio, indica que 73% das obras foram conclu�das. As constru��es, no entanto, foram paralisadas durante a Copa do Mundo, o que significa que novas a��es foram feitas nas �ltimas semanas. A previs�o da Infraero � que o terminal 3, seja entregue at� o fim do m�s. Isso permitir� que o aeroporto opere dentro da capacidade, enquanto � constru�do o segundo terminal. Or�ado em R$ 22,32 milh�es, o terminal ter� capacidade para 3,9 milh�es de passageiros por ano. O terminal existente tem limite de 10,3 milh�es de passageiros por ano e, com as obras, poder� receber at� 11,8 milh�es de pessoas anualmente.
Enquanto o encarregado de obras Paulo Rebelo, de 59, espera servi�os mais cuidadosos nos aeroportos, como com o transporte das malas: “viajo muito e com frequ�ncia tenho que comprar novas malas”. O psic�logo Ant�nio Carlos Gon�alves, de 68, acredita que pre�os de alimenta��o e das passagens tendem a ficar mais acess�veis com o concorr�ncia.

O vaiv�m de funcion�rios e as obras ainda n�o v�o deixar de ser vistos no Aeroporto Internacional Tancredo Neves no curto prazo. Dias antes do in�cio da Copa do Mundo, a Infraero autorizou o cons�rcio Marquise/Normatel a suspender as interven��es. Pelo balan�o mais recente, restam ainda 50% do cronograma, segundo o Portal da Transpar�ncia. Entre as a��es que faltam ser feitas est�o: a reforma o setor de desembarque internacional; a instala��o de elevadores; a constru��o do edif�cio que abrigar� o setor comercial; a instala��o de parte das novas esteiras de bagagem; sala de embarque remoto, dom�stico e internacional, entre outros. A integra��o dos novos sistemas eletr�nicos tamb�m � outra etapa que falta ser feita.
�s v�speras da Copa do Mundo, a d�vida era se o aeroporto atenderia � maior demanda de passageiros, sendo que o terminal operava acima do limite previsto e a promessa de entrega das obras nunca era cumprida. Apesar dos questionamentos, durante o per�odo, Confins funcionou muito acima das expectativas. Dias depois, no entanto, os problemas voltaram a afetar o funcionamento do terminal, com goteiras e vazamentos na primeira chuva mais forte que atingiu a extens�o do telhado.
Iniciada em setembro de 2011, a previs�o era de que a obra fosse entregue em dezembro do ano passado. Desde 2012, o cons�rcio cobra a entrega dos estudos e reclama do n�o cumprimento dos prazos. As empresas chegaram a enviar repetidos of�cios para a estatal, oficializando a cobran�a e responsabilizando a Infraero pelos atrasos. O atraso na execu��o das obras de reforma do terminal de passageiros do aeroporto de Confins custar� aos cofres da Infraero R$ 17,8 milh�es al�m do or�amento inicial, de R$ 223,9 milh�es. Com isso, a estatal desembolsar� R$ 241,7 milh�es, alta de 7,94% em rela��o ao valor inicial.
